domingo, 31 de dezembro de 2017

Balanço 2017 - Gratidão

Deitei-me na deliciosa rede da varanda do apartamento onde moro, hoje lugar das minhas mais profundas introspecções e mergulhos espirituais, para recordar as pessoas - individualmente ou casal - que em 2017 nos abençoaram de maneira objetiva.

2017 foi um ano em que, como pastor, mesmo não estando à frente de uma igreja local por dar-me um período sabático, levei a palavra de Deus a milhares de pessoas, pregando em 13 igrejas de 6 estados do Brasil e dois dos Estados Unidos, sem contar as milhares que leram as devocionais que escrevi, a partir das leituras da carta de Paulo aos Filipenses e da 1* carta de João.

Porém, 2017 foi um ano em que, como pessoa, fui mais abençoado do que pude abençoar. Até o momento, 50 pessoas foram relacionadas numa lista que inclui apenas aquelas que: 
1) por iniciativa própria; 
2) de maneira explicita e personalizada
3) no ano de 2017 
4) fizeram algo (pelo que somos não pelo cargo ou função que ocupamos) que fez com que ficassem mais marcadas em nosso coração. (Não inclui, portanto, as que se prontificaram a algo, mas a concretização não foi necessária).

Para cada pessoa/casal, definí o motivo pelo qual nos sentimos abençoados, os quais passo a relacionar:

Acolhimento - pessoas que abriram as portas de suas casas para nos hospedarem ou oferecerem uma refeição por amizade (não incluídas as que foram não menos maravilhosas nos acolhendo em função de atividade ministerial).

Companhia - Gláucia especialmente, que esteve ao meu lado, vivendo as alegrias e dores desses momentos de incerteza e ansiedade que vivemos, por uma necessidade e escolha consciente minha.

Confiança - pessoas que, pouco me conhecendo, manifestaram confiança em nós, de maneira objetiva.

Conquistas - nossos filhos que, através de cada pequena conquista acadêmico-profissional, abençoaram nossos corações.

Cuidado - pessoas que usaram seus recursos técnicos e políticos para nos ajudar a sermos mais saudáveis ou abrir novos caminhos para nossas vidas.

Incentivo - pessoas que nos procuraram, particularmente, para dar uma palavra de incentivo, por saberem do nosso momento de transição. (Não incluo aqui, claro, aquelas  que enviaram impessoalmente vídeos ou textos, via WhatSapp, Messenger, etc, de auto-ajuda).

Oportunidade - pessoas que proporcionaram a nós uma oportunidade de viver experiências que renovaram nosso ânimo e edificaram nossa vida.

Reconhecimento - pessoas que um dia se sentiram abençoadas por nossas vidas e que agiram objetivamente em nosso favor fazendo algo que, para nós, representou um reconhecimento. Ainda que não tenhamos buscado esse reconhecimento, a ação delas nos abençoou.

Suporte - pessoas que nos ajudaram a concretizar nossas duas mudanças interestaduais e tudo o que delas decorreram.

Não me sinto endividado, pois sei que elas o fizeram por pura graça. Porém, por pura graça, espero fazer o mesmo com outros em 2018.

A cada uma delas, fica aqui nossa gratidão.

sábado, 30 de dezembro de 2017

Amor: antídoto do medo - I João 4:18

“No amor não há medo; ao contrário o perfeito amor expulsa o medo, porque o medo supõe castigo. Aquele que tem medo não está aperfeiçoado no amor.” (1 João‬ ‭4:18‬)

O medo talvez seja o meio mais eficaz de manipulação. Com certeza é a arma principal de quem quer se livrar de um problema sem resolvê-lo. Ele produz resultado imediato, mas esse sempre será  superficial, de aparência. Quem toma decisão pelo medo, mudará de rumo à primeira alternativa que lhe oferecer os mesmos benefícios com menos riscos de sofrimento ou mais gotas de prazer.

Quem age por medo o faz por causa do castigo e não por acreditar no valor em si de sua ação. Não é, portanto, o significado em si, intrinseco, inerente, do ato que o motiva. Daí quem age pelo medo não ter compromisso com o que faz. Seu foco jamais será no que está fazendo, mas nas consequências do não fazer. A qualidade do que faz sempre será inferior e sua vida emocional frágil, doentia.

O amor é o antídoto do medo. É, sem dúvida, o meio mais eficaz de conscientização, de fidelidade, de qualidade em tudo que se faz. Onde há amor, há confiança, logo, não há espaço para o medo. Quem é por amor, simplesmente é. Quem faz por amor, simplesmente faz. A pessoa que age por amor, age pelo valor que dá ao ato em si, não pelas consequências que sofrerá. Ame.

sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Amor: seja amor - I João 4:17

“Dessa forma o amor está aperfeiçoado entre nós, para que no dia do juízo tenhamos confiança, porque neste mundo somos como ele.” (1 João‬ ‭4:17‬)

O Dia do Juizo é um pressuposto bíblico. Guardada as inevitáveis diferenças de definições, faria parte do "marco teórico" de qualquer estudo que trate da relação da humanidade com seu criador. Embora esteja em baixa, num país profundamente injusto, marcado pela cultura da impunidade e do existencialismo ateu e cujo poder judiciário tem tido sua credibilidade abalada pela conivência de alguns juizes com a corrupção, o acerto de contas com Deus continua posto.

O "Dia do juizo", entretanto, não deve, nem precisa, ocupar nossas atenções. Não é ele que deve nos mover a agir ou deixar de agir. Muito menos deve ser utilizado como meio de manipulação de pessoas inseguras, cuja motivação para ser ou deixar de ser seja o medo. Pelo contrário, em vez disso, devemos apontar o caminho destacado por João para enfrentarmos este Dia com confiança.

O caminho joanino é sermos, no cotidiano, como Deus é. Não no exercício de poderes, soberania ou, muito menos, de juizo. Sim, na identificação com ele em sua natureza amorosa. A recomendação para enfrentarmos o Dia do Juizo com confiança é simples e objetiva: seja amor como Deus é amor. Ponto.

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Amor: Deus é amor - I João 4:16

“Assim conhecemos o amor que Deus tem por nós e confiamos nesse amor. Deus é amor. Todo aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele.” (1 João‬ ‭4:16‬)

Deus é amor. Confessar Jesus é confessar o amor de Deus. Reconhecer Jesus é reconhecer o amor de Deus. Abrir o coração para Jesus é abrir-se para o amor de Deus. Caminhar com Jesus é caminhar com o amor de Deus. Anunciar Jesus é anunciar o amor de Deus.

Deus é amor. Portanto, dizer-se obediente a Deus é ser comprometido com o amor. Ser fiel à palavra de Deus - escrita ou encarnada - é ser fiel, antes de tudo, ao amor. Ensinar a "palavra de Deus" é ensinar o amor, com amor. Abordar qualquer assunto da vida ou fazer qualquer advertência ou exortação usando a Bíblia, só movido pelo amor. 

Deus é amor. Seguir o "façam tudo com amor" (1 Cor. 16:14‬) não é obediência, é decorrência. Não há "mas". Quem ama, está com Deus; quem não ama, não está. Ou amamos como evidência de nossa comunhão com Deus ou não amamos, evidenciando desconhecer a Deus.  Amar é a regra, é a escolha consciente, é a filosofia de vida de quem se diz crente, é a consequência de estar nEle, de tê-lo em si.

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Confissão de fé - I João 4:15

“Se alguém confessa publicamente que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele, e ele em Deus.” (1 João‬ ‭4:15‬)

Confissão significa reconhecimento publico de experiência que se deu na privacidade. No "evangeliquez", significa dizer diante de terceiros,  através do levantamento da mão ou saindo do lugar e indo à frente de um auditório ou submetendo-se ao batismo, que tomou a decisão de abrir o coração e receber Jesus como salvador de sua vida.

Entretanto, embora usado por pregadores evangelistas em campanhas, esse apelo de João, como já foi dito anteriormente, tem outro significado. Trata-se de desafio à reafirmação da fé, em contraste com aqueles que, publicamente, dentro da igreja, negavam Jesus como o Cristo, como o logos de Deus.

Embora seguir a ética de Jesus de Nazaré seja suficiente para uma mudança radical nos padrões de relacionamentos interpessoais, sociais, políticos ou econômicos, o não reconhecimento do Cristo, do logos -  sentido -, a retirada da dimensão do mistério, do místico, do sobrenatural da história de Jesus, gera a falta de consistência existencial, precursora do "comamos e bebamos que amanhã morreremos", ratificadora do "cada um faz o que der na telha". Se nada há para além do "aqui e agora", não há sentido sustentável para o "aqui e agora".

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Testemunhas verdadeiras - I João 4:14

“E vimos e testemunhamos que o Pai enviou seu Filho para ser o Salvador do mundo.” (1 João‬ ‭4:14‬)

Quando alguém é acusado de um crime, a lei exige que o acusador  apresente elementos testemunhais ou materiais que comprovem a veracidade de sua narrativa acusatória. Se os elementos de prova não convencerem os juizes de que a narrativa do acusador é verdadeira, a acusação não prospera.

Verdade, então, é uma narrativa que deve retratar fielmente a realidade dos fatos, como ocorreram. Jesus, por exemplo, se declarou como sendo a verdade. Com isso ele estava dizendo que sua vida, seus ensinos, eram um retrato fiel do caráter de vida que Deus desejava à humanidade. Quando realidade e narrativa estão em harmonia, a verdade aflora.

João se coloca com outros discípulos, como testemunhas oculares de que Jesus era, verdadeiramente, o filho de Deus enviado ao mundo para salvá-lo. Eles conviveram com ele, testemunharam a autoridade de sua vida e ensinos, além dos sinais e milagres abundantes que não deixaram dúvidas. A quem ouve sua narrativa, cabe aceitar ou rejeitar o testemunho dado, pela fé. Eu aceitei. Ele tem sido meu salvador e empenho-me para servi-lo - servindo ao próximo - como senhor.

segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Um esboço do Natal na história de José

A promessa de casamento 
A gravidez que o surpreendeu
O medo da exposição
O caminhou que escolheu

O sonho revelador
A justiça que prevaleceu
A decisão acertada
A palavra que obedeceu

A abstinência escolhida
A ordem para partir
O medo no coração
A profecia a se cumprir

A ida de Nazaré a Belém por necessidade
A fuga de Belém para o Egito por precaução
A volta do Egito à Galiléia pela possibilidade
O retorno da Galiléia a Nazaré por resolução 

Um esboço do Natal na história de Maria


A surpresa da gravidez
O receio da exposição 
A boa notícia do anjo
A alívio no coração
Os sinais se movendo no ventre
A grandeza da indagação
A disposição para servir
O cântico de adoração
O decreto do recadastramento
A viagem para Belém
A promessa de casamento
A expectativa pelo neném
A incerteza na estranha cidade
O cansasso da longa viagem
A necessidade de uma cama
O desconforto da hospedagem
O mau cheiro da estrebaria
A alegria da visitação
A partida durante a noite
A angústia da desinstalação
A volta pra terra de origem
Os receios de perseguição
O medo na Galiléia
O retorno à primeira habitação
O crescimento saudável
O dia da apresentação
A permanência no templo
O exercício da vocação

Espírito de Jesus I João 4:13

“Sabemos que permanecemos nele, e ele em nós, porque ele nos deu do seu Espírito.” (1 João‬ ‭4:13‬)

Espírito Santo, Espírito de Deus, Espírito de Jesus, são expressões usadas no Novo Testamento para indicar a chamada terceira pessoa da trindade que é uma das três formas como Deus revelou-se à humanidade, na tradição bíblica. 

Como criador, Deus revela-se acima de nós; como salvador, revela-se, em Jesus, no meio de nós e como consolador - o Esprito Santo - Ele revela-se dentro de nós, idéia grafada por  Christian A. Schwarz em "Nós diante da trindade". 

O dom do Espírito é uma vivência subjetiva de comunhão, experimentada por quem reconhece Jesus, num ato de confiança, como Senhor e Salvador pessoal. Essa intimidade afeta pensamentos e sentimentos, influenciando atitudes e norteando o comportamento e nada tem a ver com manifestações de poder sobrenatural ou espetacularização da fé. Sobretudo, ela gera convicção interior de relação com Deus.


sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Sigo pela fé ou peço sinais?

Comecei a refletir sobre o conceito fé na adolescência e recebi algumas influências de palestras do Pr. Massatero Enoue (?), em encontros de jovens do Departamento de Mocidade Batista da Associação Centro do Estado de São Paulo. Com ele iniciei a compreensão de que a busca por sinais revelaria a fragilidade da fé e que, quanto mais amadurecida a fé, menos precisaríamos de sinais.

Com as encruzilhadas da vida, porém, fui aprendendo que nem sempre a realidade se encaixa nos conceitos; que uma coisa é o conceito, outra a aplicação dele em contextos específicos, objetivos, especialmente obscuros, de profunda pressão, de escolhas do tipo: "se correr o bicho pega, se ficar o bicho come"; que a razão é essencial, mas ninguém é tão maduro espiritualmente a ponto de nunca agir como Gideão.

Só pra recordar: “E Gideão disse a Deus: “Quero saber se vais libertar Israel por meu intermédio, como prometeste. Vê, colocarei uma porção de lã na eira. Se o orvalho molhar apenas a lã e todo o chão estiver seco, saberei que tu libertarás Israel por meu intermédio, como prometeste”. E assim aconteceu. Gideão levantou-se bem cedo no dia seguinte, torceu a lã e encheu uma tigela de água do orvalho.

Disse ainda Gideão a Deus: “Não se acenda a tua ira contra mim. Deixa-me fazer só mais um pedido. Permite-me fazer mais um teste com a lã. Desta vez faze ficar seca a lã e o chão coberto de orvalho”. E Deus assim fez naquela noite. Somente a lã estava seca; o chão estava todo coberto de orvalho.” (Juízes‬ ‭6:36-40‬)

É isso. Compreender o conceito fé é bom. Melhor, porém, é saber lidar com ele diante das alternativas que nos encurralam e nos desafiam. Há contextos nos quais melhor é assumir: ela é frágil, imatura e precisamos de sinais. Ora mais, ora menos. Uns mais, outros menos...

Ter fé é bom e necessário. Ter alternativas de escolha, mesmo sob pressão, é melhor do que não tê-las. Decidir, porém, muita vez exige que fiquemos entre a fé e os sinais. Como cada um sabe "onde aperta o seu sapato", cada um segue seu coração, de preferência, recomendo, em oração. Eu mesmo, algumas vezes, fico indeciso: sigo pela fé ou peço sinais?

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Amor: o invisível ganha visibilidade - I João 4:12

“Ninguém jamais viu a Deus; se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor está aperfeiçoado em nós.” (1 João‬ ‭4:12‬)

Nem tudo que existe é visível. Nem tudo que existe é percebido por nós. Há realidades no ar que não percebemos devido as características do nosso cérebro. Necessitamos de tecnologias que traduzam/convertam o que está no ar para podermos perceber. É o caso, por exemplo, das ondas eletromagnéticas (celular, rádio, televisão, etc.).

Se não percebemos tudo o que existe, muito menos seríamos capazes de perceber aquele que não existe, que simplesmente é, pois tudo o que existe foi por ele criado. O que é, portanto, é o "absolutamente outro",  conhecido pela expressão Deus. O que percebemos de Deus é tão somente aquilo que ele se permitiu revelar. 

O amor é a "tecnologia" espiritual que torna visível o Deus invisível. Quando amamos, Deus se revela em nós e através de nós. Nas manifestações de amor Deus ganha um rosto. Por isso, segundo Jesus - expressão maior do amor de Deus e do Deus que é amor - , nosso serviço a Deus se concretiza quando servimos o outro: ““Então os justos lhe responderão: ‘Senhor, quando te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber? Quando te vimos como estrangeiro e te acolhemos, ou necessitado de roupas e te vestimos? Quando te vimos enfermo ou preso e fomos te visitar?’ “O Rei responderá: ‘Digo a verdade: O que vocês fizeram a algum dos meus menores irmãos, a mim o fizeram’.” (Mateus‬ ‭25:37-40‬).

Amor: um exemplo a ser reproduzido - I João 4:11

“Amados, visto que Deus assim nos amou, nós também devemos amar uns aos outros.” (1 João‬ ‭4:11‬)

Somos gente. Nossa existência faz parte de um sistema universal regido por leis naturais. Isso produz belezas e também dores. “... toda a natureza criada geme até agora, como em dores de parto.” (Rom. 8:22‬). Ninguém escapa de dores. Nossa esperança de vitória está naquele que nos AMOU (Rom. 8:37), no AMOR de quem nada poderá nos separar. (Rom. 8:39).

Da mesma forma, nosso microuniverso neste planeta também tem suas belezas e suas dores. Percebemos a beleza e as dores de outros seres, inclusive semelhantes, mas nem sempre dispomos da solução. Entretanto, o amor que expressamos diante das dores mutuamente enfrentadas, nos ajuda a nos sentirmos consolados e revigorados, frente ao lado doloroso do viver.

Daí, a necessidade de nos espelharmos no amor divino. Daí a necessidade de, em nossa vida cotidiana, reproduzirmos entre nós o mesmo amor que ele manifestou. Somente o amor mútuo é capaz de oferecer-nos sentido e de animar-nos a seguir em frente, em um planeta marcado por belezas extraordinárias e dores desesperadoras. Deus nos ama num universo que geme. Amemo-nos também.

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Amor: iniciativa incondicional - I João 4:10

“Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados.” (1 João‬ ‭4:10‬)

Não poderia ser diferente. Deus nos criou à sua imagem e semelhança. Ele é amor. É natural, portanto, que a iniciativa de estabelecer a relação amorosa entre si e a humanidade tenha partido dele, tenha brotado em seu coração.

O amor genuino não é condicional. Ele não exige que o outro seja como gostaríamos, pense como pensamos ou aja como agimos, para manifestar-se. Ele não espera que o outro ame primeiro para, então, corresponder. Ele simplesmente impulsiona quem por ele é possuido a tomar a iniciativa, a dispor-se a amar.

Em outras palavras, é isso que Paulo declara a respeito da iniciativa incondicional de Deus: "Dificilmente haverá alguém que morra por um JUSTO, embora pelo homem BOM talvez alguém tenha coragem de morrer. Mas Deus demonstra seu amor por nós: Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos PECADORES.” (Romanos‬ ‭5:7-8‬).

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Amor: manifestação de vida - I João 4:9

“Foi assim que Deus manifestou o seu amor entre nós: enviou o seu Filho Unigênito ao mundo, para que pudéssemos viver por meio dele.” (1 João‬ ‭4:9‬)

Absolutamente outro, como denominou Paul Tillich, é o que é, como autodenominou-se a Moisés, exerce soberania sobre tudo o que existe por obra de suas "mãos", por sua absoluta vontade e jamais poderia ser compreendido, explicado, muito menos controlado ou manipulado por parte de sua criação - nós humanos mortais -, pois como disse C.G.Jung, a parte não seria capaz de explicar o todo.

Mas, manifestando seu amor por nós, esvaziou-se de sua glória divina tornando-se servo em Jesus, nascendo em uma manjedoura, filho de refugiados, perseguido por poderosos políticos, crescendo numa carpintaria, andando com pescadores e pecadores sem ter onde reclinar a cabeça, rejeitado por religiosos, "acabou" crucificado.

Essa manifestação de amor tem sido eficaz. Quem nesse amor confia enxerga sentido para sua vida, encontra salvação e passa a viver por meio da vida personificada em Jesus de Nazaré. Sente-se fortalecido na caminhada, sem se ocupar com o ponto de chegada, pois mais importante do que para onde vai é com quem caminha. Apenas caminha com o caminho. Sem racionalismo ou emocionalismo, simplesmente pela fé em Jesus.

Hermenêutica

Há pessoas que creem que cada palavra, frase, texto ou narrativa, têm um único significado, independente de tempo, lugar e autor, e que esse significado é o que está na cabeça delas, o que é dado por elas. 

Por isso até se assumem literalistas e fundamentalistas, mas, jamais, ignorantes, analfabetas funcionais ou ventriloquas.

Vitoriosos


Espias = 80% de covardes
Gideões = 99% desqualificados
Leprosos = 90% de ingratos
Discípulos = 10% de traidores

“Mas em todas estas coisas somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou.” (Rm 8:37‬)

domingo, 17 de dezembro de 2017

Melhor é ir à luta

Cresci na ėpoca em que "levanta, sacode a poeira, dá volta por cima" era sucesso no rädio.

Aprendi que mi mi mi, nhėn nhėn nhén, ti ti ti, é coisa de derrotado.

Com Jesus aprendi que no mundo teríamos aflições, mas, mantendo o BOM ânimo, venceríamos o mundo.

Sem falar em Paulo: "Que diremos, pois, diante dessas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?

 Aquele que não poupou seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como não nos dará com ele, e de graça, todas as coisas? Quem fará alguma acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? Foi Cristo Jesus que morreu; e mais, que ressuscitou e está à direita de Deus, e também intercede por nós. 

Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? Como está escrito: “Por amor de ti enfrentamos a morte todos os dias; somos considerados como ovelhas destinadas ao matadouro”.  Mas em todas estas coisas somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. 

Pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor." (Romanos 8:31‭-‬39)

Então, em vez de ficar murmurando, paralisado, perguntando: "Quem mexeu no meu queijo?", melhor ė ir à luta...

xxx

PS.: Uma leitora, após ler esse texto, compartilhou esta letra.

Envergo, mas não quebro
(Lenine)

Se por acaso pareço 
Que agora já não padeço 
De um mau pedaço na vida 
Saiba que minha alegria 
Como é normal, todavia 
Com a dor é dividida 

Eu sofro igual todo mundo 
Eu apenas não me afundo 
Em sofrimento infindo 
Eu posso até ir ao fundo 
De um poço de dor profundo 
Mas volto depois sorrindo 

Em tempos de tempestades 
Diversas adversidades 
Eu me equilibro, e requebro 
É que eu sou tal qual a vara 
Bamba de bambu-taquara 
Eu envergo mas não quebro 

Eu envergo mas não quebro 

Não é só felicidade 
Que tem fim na realidade 
A tristeza também tem 
Tudo acaba, se inicia 
Temporal e calmaria 
Noite e dia vai e vem 

Quando é má a maré 
E quando já não dá pé 
Não me revolto ou nem queixo 
E tal qual um barco solto 
Salvo do alto mar revolto 
Volto firme pro meu eixo 

E em noite assim como esta 
Eu cantando numa festa 
Ergo o meu copo e celebro 
Os bons momentos da vida 
E nos maus tempos da lida 
Eu envergo mas não quebro 

Eu envergo mas não quebro 
Eu envergo mas não quebro 
Eu envergo mas não quebro

Amor: um dever - I João 4:8

“Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor.” 
‭‭(1 João‬ ‭4:8‬)

Soren Kierkgaard, teologo e filósofo dinamarquez,  dedica 5 tópicos da primeira série de seu livro  "As obras do amor", ao verbo "dever", relacionando-o ao amor. 'Tu "deves" amar'. 'Tu deves amar o próximo'. '"Tu" deves amar o próximo". "Nosso dever é amar as pessoas que nós vemos". "Nosso dever de permanecer em dívida de amor uns para com os outros".

Seus argumentos são múltiplos e estou caminhando lentamente na leitura de seu livro de 431 páginas, pela necessidade de parar para refletir em cada argumento. Já no texto de João, os argumentos são curtos, objetivos e não deixam dúvidas: "Quem não ama, não conhece a Deus, porque Deus é amor". Podemos recusar o argumento, mas negar que seja cristalino, não.

Se os autoproclamados cristãos, especialmente os que defendem tão ardorosa e muita vez odiosa e rancorosamente a Bíblia, se detivessem em João, chegariam à fácil conclusão: ou amo ou assumo que não conheço a Deus. Se as atitudes e sentimentos que regem minhas defesas das Escrituras não são regidas por amor, posso dizer que sou um ótimo intelectual a respeito do livro de Deus, mas um total ignorante em relação ao Deus do livro,  pois 
“Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor.”.

sábado, 16 de dezembro de 2017

Amor: certificado de origem - I João 4:7

“Amados, amemos uns aos outros, pois o amor procede de Deus. Aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus.” (1 João‬ ‭4:7‬)

O amor procede de Deus. Não há o que duvidar. Não há o que questionar. Ou se aceita, ou se rejeita. Não me parece haver meio termo. Pode-se avaliar se em determinada circunstância uma  palavra ou ação seria de fato manifestação de amor ou não, mas não se pode deixar de colocar o amor como parâmetro, como filtro, de nossas palavras ou ações.

Negar a supremacia do amor, é negar sua origem. Devemos, então, prestar atenção especialmente às formas de negação do amor presentes em nossas ações.  Corações rancorosos, amargurados, raivosos, medrosos, geralmente negam o amor, especialmente atavés de palavras, mas por meio de ações há muito "bom" coração o negando também.

Amor é certificado de origem. Elabore bem doutrinas. Exponha bem idéias. Defenda bem argumentos. Escolha aliados político-religiosos prestigiados e poderosos. Exerça cargos e funções com competência. Defenda valores morais tradicionais. Colecione títulos acadêmicos.  Construa murais com medalhas de honra ao mérito. Encha sua mesa com placas de reconhecimento. Sem amor, entretanto, nada disso certificará sua origem divina.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

De que mundo viemos? - I João 4:6

“Nós viemos de Deus, e todo aquele que conhece a Deus nos ouve; mas quem não vem de Deus não nos ouve. Dessa forma reconhecemos o Espírito da verdade e o espírito do erro.”
‭‭(1 João‬ ‭4:6‬)

"Todos viemos a este mundo pelo mesmo caminho, fomos nele inseridos igualmente através de uma linguagem e nos desenvolvemos dentro de uma cultura. Nossa origem essencial é a mesma, ainda que acidentalmente sejamos diferentes." 

A afirmativa de João, portanto, não significa que os discípulos de Jesus sejam seres extraterrestres, mas que Deus, por seu amor,  oferece a alternativa, em Jesus, de poderem mudar a fonte que alimenta suas vidas e, assim, possam afirmar que essa nova cultura, essa nova qualidade de vida que é eterna, vem dele - Deus - e não da cultura vigente no mundo.

Quem se abre para essa nova fonte - Jesus - ouve aqueles que, igualmente, "vieram de Deus". Quem se fecha a ela, continua ouvindo aquilo a que estão acostumados - "falsos profetas" -. É possível, então, diferenciar o espirito da verdade do de erro identificando a quem se dá ouvidos: se aos discípulos de Jesus de Nazaré, logos de Deus, ou aos "falsos profetas" "deste mundo".

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

De que mundo somos? - I João 4:5

“Eles vêm do mundo. Por isso, o que falam procede do mundo, e o mundo os ouve.” (1 João‬ ‭4:5‬)

Os mundos dos "falsos profetas" e dos "discípulos de Jesus" eram extremamente distintos. Entretanto, todos viemos a este mundo pelo mesmo caminho, fomos nele inseridos igualmente através de uma linguagem e nos desenvolvemos dentro de uma cultura. Nossa origem essencial é a mesma, ainda que acidentalmente sejamos diferentes.

Se os "falsos profetas" e os "discípulos de Jesus" são apontados como que de origens diferentes, isso deve-se ao reconhecimento de que aquilo que o evangelho apresenta seria diametralmente oposto àquilo que vigia no mundo. O vigente no mundo não representava a vontade de Deus, mas de Satanás. Eram mundos tão diferentes que seriam dois, não um.  

O texto não é ideologia de uma fé que aliena os discípulos deste mundo - "não peço que os tires do mundo", orou Jesus - , muito menos serve de base à essa alienação. Tão somente nos faz ver que o evangelho de Jesus Cristo representa uma mudança tão radical, uma ruptura tão profunda, uma verdadeira contracultura, que ao mundo, ouvir seus falsos profetas era mais fácil, pois eles lhes falavam daquilo a que seus ouvidos estavam acostumados a ouvir.

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Vencendo enganadores - I João 4:4

“Filhinhos, vocês são de Deus e os venceram, porque aquele que está em vocês é maior do que aquele que está no mundo.” (1 João‬ ‭4:4‬)

Se no contexto histórico da carta de João o problema dos falsos profetas estava relacionado a pessoas que negavam Jesus como o Cristo, em nossos dias poderíamos identificar os que usam os púlpitos, por exemplo, para idolatrar o dinheiro, comercializar a fé, alienar pessoas, negar os efeitos do evangelho em todas as dimensões da vida no aqui e agora,  provocar conflitos desnecessários em função de doutrinas, enfim.

O desafio, portanto, é vencer "profetas" enganadores. Para isso, necessário se faz aprofundar o conhecimento da pessoa de Jesus, estreitar a relação, a intimidade, com ele, para não permitir que nossa vida seja derrotada não pelos que desconhecem o evangelho, mas por aqueles que, em nome de Deus, tiram o nosso foco da pessoa de Jesus e desviam nossa atenção para aquilo que não produz qualidade de vida eterna.

A comunhão sincera com Deus, em Cristo Jesus, habilita-nos a vencer aqueles e aquilo que se apresentam como obstáculo à caminhada, alimentando nossa esperança de vitória, não por nós, mas porque, como declara João, aquele que está em nós é maior do que aquele que está no mundo.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Confessar Jesus - I João 4:3

“mas todo espírito que não confessa Jesus não procede de Deus. Esse é o espírito do anticristo, acerca do qual vocês ouviram que está vindo, e agora já está no mundo.” (1 João‬ ‭4:3‬)

No contexto, a expressão "confessa Jesus" tem sentido diferente do usado em nossos cultos originários de movimentos avivalistas protestantes. Entre nós, a idéia de confessar a Jesus, significa recebê-lo como Senhor e Salvador pessoal. Somos uma cultura com bases religiosas cristãs na qual a divindade de Jesus é um ponto dado como definido.

Diferente também é o significado usado por Jesus: “Quem me confessar diante dos homens, também o Filho do homem o confessará diante dos anjos de Deus.” (Lucas‬ ‭12:8‬). Nesse caso, o contexto indicava que "confessar a Jesus" deveria ser uma manifestação de coragem frente à oposição religiosa, aos desafios, que os discïpulos enfrentariam.

Em João, a expressão estava vinculada a um contexto no qual o rconhecimento de Jesus como encarnação do logos era objeto de questionamentos e trazia em si elementos de natureza filosófica presentes na cultura vigente. Na expressão de João, não confessar Jesus é atitude que não brota de Deus e quem o nega é considerado anticristo.

domingo, 10 de dezembro de 2017

Falsos profetas - I João 4:2

“Vocês podem reconhecer o Espírito de Deus deste modo: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne procede de Deus;” (1 João‬ ‭4:2‬)

Se Jesus declarou que "nem todo que me diz, Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus" (Mt 7:21-23), como entender que João tenha valorizado a simples confissão de "que Jesus Cristo veio em carne", como evidência da presença do Espírito de Deus em alguém? O reconhecimento do contexto, das razões da fala e do público de Jesus e de João esclarecem.

No contexto de Jesus, a discussão girava em torno dos sinais que pessoas faziam; no de João, naquilo em que pessoas criam. Em Jesus, o foco era sobre quem entraria no Reino; em João, quem era digno de confiança. 

No contexto de João havia pessoas que negavam que Jesus teria sido o logos. Assim, o simples fato de afirmar ou negar isso seria o primeiro indicativo diferenciador entre profetas verdadeiros ou falsos. Nessa crença estaria o fundamento mais importante, a "pedra angular", o diferencial do discipulado genuinamente cristão.

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Espíritos Incrédulos - I João 4:1

“Amados, não creiam em qualquer espírito, mas examinem os espíritos para ver se eles procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo.” (1 João‬ ‭4:1‬)

De maneira inteligente, Christian A. Schwarz (Nós diante da trindade) esclarece que Deus se manifesta, nas Escrituras, como Criador, acima de nós; Salvador (Jesus), no meio de nós e Consolador (Espírito Santo), dentro de nós. Por isso, conhecer a personalidade do Espírito Santo é importante, primeiro, para comparar nosso caráter com o de Jesus de Nazaré e, depois, para confrontar a personalidade de quem se apresenta em nome de Deus, mas pode ser falso profeta.

Quem conhece a personalidade do Espírito Santo ou Espírito de Deus ou, ainda, Espírito de Jesus, dispõe do parâmetro necessário para ajustar a própria personalidade e, estando devidamente ajustado, reduzir a probabilidade de ser enganado por falsos profetas. Observe: identificar falsos profetas afinados com o caráter do Espírito, é diferente de nos tornarmos cães farejadores, como ocorre com religiosos fundamentalistas dos extremos teológicos conservadores ou liberais.

O incentivo a sermos incrédulos, nesse texto joanino, é uma bênção, pois encoraja aqueles que são oprimidos por padres, pais de santo, pastores, médiuns ou líderes de quaisquer outras religiões que fazem uso da chantagem amedrontadora, opressora, para impor seus desejos e pontos-de-vista em nome de Deus.

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Obediência - I João 3:24

“Os que obedecem aos seus mandamentos nele permanecem, e ele neles. Do seguinte modo sabemos que ele permanece em nós: pelo Espírito que nos deu.” (1 João‬ ‭3:24‬)

Obedecemos movidos por pelo menos um de 3 motivos:  recompensa, medo ou consciência. Isso pode ser ilustrado usando o caso da entrega de dízimos, experiência milenar com registros anteriores ao surgimento das 3 maiores religiões do planeta - judaísmo, islamismo e cristianismo.

Os movidos à RECOMPENSA, se apegam as palavras bíblicas: "tragam o dízimo ... e vejam se não vou abrir as comportas dos céus e derramar sobre vocês tantas bênçãos que nem terão onde guardá-las" (Ml 3:10-11). Os movidos à MEDO se lembram dos gafanhotos de Joel‬ ‭1:4‬ e destacam: "Impedirei que pragas devorem suas colheitas" (Ml 3:10-11). Os movidos à CONSCIÊNCIA se regem por: “Cada um dê conforme determinou em seu coração, não com pesar ou por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria.” (2 Coríntios‬ ‭9:7‬)

A obediência por consciência é fruto da compreensão do porquê, da razão de ser, do significado. Nas palavars de João, ela brota da confiança, da comunhão, da intimidade, da relação vivida entre Jesus e discïpulos, expressa nas palavras: "nele permanecem, e ele neles". É coisa do Espírito, não de medo ou barganha material.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Fé e amor - I João 3:23

“E este é o seu mandamento: Que creiamos no nome de seu Filho Jesus Cristo e que nos amemos uns aos outros, como ele nos ordenou.” (1 João‬ ‭3:23‬)

Dois mandamentos, se seguidos, seriam suficientes para vivermos a qualidade de vida eterna. O primeiro - fé em Jesus - restabeleceria nossa relação espiritual com Deus. Nele, a dimensão vertical da vida seria equacionada pela harmonia com o criador e a caminhada neste mundo passaria a ter um referencial seguro: "eu sou a luz do mundo, quem me segue não andará em trevas" (Jo.  8:12).

O segundo - amor mútuo - supriria nossas necessidades horizontais na medida em que, se de fato nos amássemos uns aos outros, buscaríamos equacionar nossos relacionamentos interpessoais, políticos, econômicos, afetivos, enfim, tendo como paradigma a cooperação, não a competição sem ética; a solidariedade, não a exploração predatória; a liberdade, não a opressão cansativa.

Seguir esse mandamento de Jesus - fé e amor - é o caminho a ser perseguido e proclamado por nós que ansiamos vida melhor para todos. Não uma vida que todos tenham as "mesmas coisas", que todos "sejam iguais" sob o controle de um estado, mas que todos tenham  oportunidades para viver, a seu modo, de maneira compatível com sua origem na "imagem e semelhança de Deus", como revelada em Jesus.

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Agradar a Deus - I João 3:22

“e recebemos dele tudo o que pedimos, porque obedecemos aos seus mandamentos e fazemos o que lhe agrada.” (1 João‬ ‭3:22‬)

Não cremos num Deus cheio de caprichos, muito menos num Deus carente que necessita de agrados para sentir-se Deus. Cremos num Criador que nos deu as condições essenciais para desenvolvermos vida saudável, santa, em todas as dimensões, cabendo a nós seguir por caminhos que nos conduzem por uma qualidade de vida eterna.

Paulo declarou que ““O Deus que fez o mundo e tudo o que nele há é o Senhor dos céus e da terra e ... não é servido por mãos de homens, como se necessitasse de algo, porque ele mesmo dá a todos a vida, o fôlego e as demais coisas.” (Atos‬ ‭17:24-25‬). Portanto, a expressão agradar a Deus não deve ser entendida como mecanismo de manipulação, pois Deus não é manipulável, nem nós, mágicos.

O que agrada a Deus - à luz do ensino geral presente nas Escrituras -  é ver sua criação desenvolver-se. “O Senhor vê com pesar a morte de seus fiéis.” (Salmos‬ ‭116:15‬). Logo, se queremos agradar a Deus - não usar magia supondo manipulá-lo - lutemos pela preservação da vida, em suas múltiplas formas e dimensões.

domingo, 3 de dezembro de 2017

Culpa, condenação, confiança e paz - I João 3:21

“Amados, se o nosso coração não nos condenar, temos confiança diante de Deus” (1 João‬ ‭3:21‬)

Há um sentimento de culpa saudável. É o sinal amarelo que desperta nossa atenção. É a dor de cabeça que indica que há algo "no corpo" precisando de reparo. É o grito da alma anunciando que prioridades, valores ou relacionamentos precisam de revisão e ajustes. Ignorar, portanto, um sentimento de culpa não é uma decisão sábia.

Há um sentimento de culpa patológico. Ela é sentida, mas nenhum fato gerador, objetivo e imediato, é identificado ou, pelo menos, reconhecido e assumido. A alma dói, sente-se controlada e oprimida, sem que tenhamos consciência clara da origem. Nesse caso, pode ser necessária a ajuda de profissional de psicologia, pessoa que conhece teorias da personalidade, que estuda comportamentos humanos, enfim, para ajudar na cura.

O coração que é capaz de reconhecer erros, que está aberto a corrigí-los e não se condena, evidencia que aprendeu a confiar no Deus que é do amor, não do medo, muito menos do ódio vingativo. Quando há confiança amadurecida no amor, na misericórdia, no perdão divinos, nosso coração experimenta paz. Shalon.

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Nosso coração versus Deus - I João 3:20

“quando o nosso coração nos condenar. Porque Deus é maior do que o nosso coração e sabe todas as coisas.” (1 João‬ ‭3:20‬)

"Coração", na cultura bíblica, é expressão que indica a sede, o motor, o centro decisório de nossas boas ou más escolhas. Por isso um rei escreveu: "sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida." (Pv. 4:23).  

O coração é misterioso. Ele "tem razões que a própria razão desconhece". Ele tem lógica própria. É capaz, por isso, inclusive de nos enganar, como declarou o profeta: "enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o poderá conhecer?" (Jer. 17:9). Assim, ainda que devamos estar atento à sua voz, em vez de aceitá-la ou rejeitá-la de maneira irrefletida e absoluta, o melhor é avaliá-la com cautela antes de seguí-la.

Quando nosso coração nos condenar, uma vez avaliada e confirmada a justeza do motivo, a ansiedade e o desespero decorrentes não devem tirar nossa tranquilidade. Melhor é confiar em Deus e a ele recorrer, pois ele conhece o que fizemos, o porquê de tê-lo feito e as estruturas internas e externas que nos moveram. Ele está sempre pronto a nos perdoar e nos dar novas oportunidades de recomeço, em vez de simplesmente nos condenar, como o nosso próprio coração faria.