sexta-feira, 30 de junho de 2017

Poder - Filipenses 4:13

“Tudo posso naquele que me fortalece.” (Filipenses‬ ‭4:13‬)

A relação com Jesus não é uma redoma que nos envolve em um mundo de prosperidade e conforto, isolado das duras e dolorosas realidades que caracterizam a vida terrena. Tanto a vida e os ensinos de Jesus sobre perseguições e aflições, quanto nossa própria experiência de prosperidade e empobrecimento, saúde e doença, satisfação e insatisfação, demonstram isso.

"Tudo posso", nada tem a ver com poder para viver tudo, muito menos somente, o que se sonha ou se deseja. "Tudo posso" tem a ver com poder para conviver com o nada ter e até com tudo que não se deseja ter. Portanto, quem se propõe a seguir Jesus (não pastores da falsa prosperidade) não se alimenta de ilusões.

O que a vida em Jesus alimenta é a confiança na graça e no poder soberanos de Deus, é a esperança na ressurreição, é a reorientação de nossa escala de valores espirituais e a promessa de capacidade para enfrentar com coragem adversidades inerentes à humanidade. Foi por Jesus que Paulo disse: “Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade. Posso todas as coisas naquele que me fortalece." (Filipenses 4:12-13)

quinta-feira, 29 de junho de 2017

Ter - Filipenses 4:12

“Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade.” (Filipenses‬ ‭4:12‬)

Viver contente não é viver sorrindo, mas saber enfrentar de maneira adequada, sem "perder a graça", as "bi-polaridades" relacionadas ao TER, as quais estamos sujeitos na vida. É que, em torno do TER e do NÃO TER gira nosso cotidiano. (Não por acaso, a economia é o centro de nossas ocupações). 

TER comida, água, abrigo, roupa, ruas, transporte, companhia, enfim, em quantidade e qualidade que atenda nossas necessidades, ocupa esforços humanos individuais e coletivos. Essas necessidades se agravam ou melhoram, dependendo do critério que rege a escolha de cada um, se físico, emocional, político, social, etc.

O TER tem poder estruturador e desestruturador em nossas vidas. 
Quem não é capaz de se relacionar com o ele, não está preparado para viver. Por isso, lidar com o TER é um aprendizado que merece atenção. Paulo APRENDEU o segredo.

quarta-feira, 28 de junho de 2017

Adaptação - Filipenses 4:11

“Não estou dizendo isso porque esteja necessitado, pois aprendi a adaptar-me a toda e qualquer circunstância." (Filipenses‬ ‭4:11‬)

Necessidades, todos temos. Precisar de ajuda, todos precisamos. A questão é que, diante de necessidades, o primeiro caminho trilhado por alguns é sempre buscar ajuda e isso também tem um preço. Quem escolhe essa atitude é semelhante a quem opta por buscar empréstimos quando as despesas se tornam maiores do que as receitas. É uma saída, mas há um preço: juros.

Paulo parece ter aprendido o caminho inverso. Em vez de depender da ajuda externa, optou por fazer cortes nas despesas. Isso é capacidade de adaptação. É um aprendizado e também tem um preço. Se também tem um preço, qual seria a vantagem? A vantagem é não tornar-se dependente - e doente - por falta de alternativa. 

Receber ajuda não é problema. Até pode ser uma oportunidade de fazer feliz a pessoa que quer ajudar. Mas, se não há quem ajude ou se quem ajuda o faz pensando em um retorno emocional, político ou financeiro caro, ser capaz de ajustar a vida à realidade é sinal de inteligência, saúde, autonomia. Adaptação nesse caso não é conformismo, mas o preço da liberdade para reposicionar-se sem angustiar-se, sem tornar-se infeliz e adoecer.

terça-feira, 27 de junho de 2017

Interesse pelo outro - Filipenses 4:10

“Alegro-me grandemente no Senhor, porque finalmente vocês renovaram o seu interesse por mim. De fato, vocês já se interessavam, mas não tinham oportunidade para demonstrá-lo.” (Filipenses‬ ‭4:10‬)

Igreja é formada por indivíduos cujos comportamentos não são uniformes, nem para o bem, nem para o mal. Quando uma igreja é identificada como comprometida, por exemplo, com proclamação, causas sociais, não siginifica que todos os membros (ou líderes) são comprometidos. Significa que uma maioria é comprometida (ou uma propaganda enganosa a torna assim conhecida).

O caso da igreja filipense não era diferente. Se assim não fosse, seria desnecessária esta recomendação inicial de Paulo: "Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros.” (Filipenses‬ ‭2:4‬). Havia em seu seio pessoas desinteressadas pelo outro ou até, noutro extremo, egoístas mesmo.

Mas, parece-nos, o grupo de altruístas predominava. Assim cremos, tanto pelo comportamento relacionado a Epafrodito, quanto a Paulo,  mencionados na carta. Isso deve ser cultivado por nós, valorizado e estimulado em nossas igrejas, pois uma das maiores necessidades em nossos dias é de pessoas com espírito público, que pensa no bem comum e não apenas em si.

domingo, 25 de junho de 2017

Modelo prático - Filipenses 4:9

“Ponham em prática tudo o que vocês aprenderam, receberam, ouviram e viram em mim. E o Deus da paz estará com vocês.” (Filipenses‬ ‭4:9‬)

Nossa prática revela quais modelos norteiam nossas ações. É que, por detrás de tudo que sentimos, pensamos, falamos ou fazemos, existem modelos que em nós foram introjetados culturalmente desde o nosso nascimento, através das interações vividas com as realidades do cotidiano.

O modelo de atitudes de Jesus funciona como um contramodelo, uma espécie de contracultura positiva às culturas negativas presentes em nós e nos relacionamentos de diversas naturezas que caracterizam e prejudicam nossas vidas.

Paulo se empenhou em identificar-se com Jesus, por isso coloca-se como um modelo objetivo, presente, a ser seguido pela igreja, numa época em que o que se sabia de Jesus era via transmissão oral. Seu objetivo com isso era ajudar a igreja a ser, em seu viver diário,  uma manifestação da presença divina, tanto em si mesma quanto no mundo ao seu redor.

sábado, 24 de junho de 2017

Amigos

Amigos
(Estar no Recife, rever tantas pessoas amigas, abraçar e ser abraçado, ter a sensação de acolhimento, levou-me a colocar em palavras um pouco do meu sentimento)

Amigos são amigos
Nem precisam dizer que são
Nem precisam te chamar de amigos
Eles são, simplesmente são
São amigos, porque são.

Eles não estão conosco todas as horas
Mas quando deles precisamos
Com eles podemos contar todas as horas.

Eles não silenciam para nos agradar
Eles não silenciam para conflitos evitar
Quando sabem que precisamos ouvir
Ali estão para falar
E quando precisam nos ouvir
Ficam atentos sem recriminar.

Com eles nossos corações aceleram
Com eles nossos rostos relaxam
Com eles nossas lágrimas escorrem
Com eles nossos corpos se abraçam.
Com eles nossos lábios oram
Com eles nossas tristezas evaporam
Com eles nossas mãos agradecem
Com eles nossos pés se revigoram.
Com eles nossos rancores se derretem
Com eles nossas esperanças renascem
Com eles nossas almas se acalmam
Com eles nossa solidão desaparece.

Eles estão marginalizados?
E daí, caminhamos lado a lado!
Eles estão no auge da fama?
E dai, caminhamos lado a lado!
Eles estão endinheirados?
E daí, caminhamos lado a lado!
Eles pisaram na bola?
E daí, caminhamos lado a lado!
Eles estão endividados?
E daí, caminhanhamos lado a lado!
Eles cometeram pecado?
E daí, caminhamos lado a lado!
Eles estão em momento de graça?
E daí, caminhamos lado a lado!

Não estamos com eles pelo que ganhamos,
Nem estamos com eles pelo que perdemos.
Estamos com eles porque nos amamos
Estamos com eles porque acreditamos.
Acreditamos que a amizade
A verdadeira amizade
É caminho inigualável 
De produção de bem estar
De produção de felicidade.

Amigos também se entristecem
Amigos também se enraivecem
Amigos também se amedrotam
Mas a alegria de amigos, prevalece.
Porque só é capaz de ser amigo
Aqueles em quem o amor não adormece.

No vocabulário de amigos
Os sentimentos disparam
Com o apertar do gatilho.

O aperto da palavra dor
Dispara a  manifestação de solidariedade
O aperto da palavra solidão
Dispara o desejo de fazer companhia
O aperto da palavra vacilo
Dispara a oportunidade de reavaliação
O aperto da palavra alegria
Dispara a necessidade de celebração
Para cada palavra que um lado expressa
Do outro, dispara uma conexão.

Amigos não se abandonam
Amigos não se esquecem
A distância os separam
Mas a amizade permanece.
Ainda que não se comuniquem
E cinzas comecem a aparecer
Basta um sussurro da voz
Para uma brasa brilhar
Para uma labareda surgir
E o coração despertar
E a amizade renascer.

Até Jesus de Nazaré
Que teve poderes nas mãos
Que o mundo teve a seus pés
Que foi mestre de muita gente
Que da humanidade é salvador
Entre mandar e ser obedecido
E de servos ser o senhor
Optou por fazer amigos
Pois era movido a amor.
Preferiu a amizade
Dos que estavam ao seu redor
Preferiu chamar de amigos
Os que com ele seguiam
Pois de tudo neste mundo
Que contribui à felicidade
Nada há mais valioso
Do que uma boa amizade.

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Pensamentos - Filipenses 4:8

“Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas.” (Filipenses‬ ‭4:8‬)

O que pensamos, juntamente com o que sentimos, determina como nos comportamos. Daí a importância desse texto que não é, em hipótese alguma, um estímulo à repressão do pensamento. Até porque, a experiência prova: quanto mais o reprimimos ou tentamos negá-lo, mais força ele ganha e nos angustia.

Admitir o pensamento, analisar as possíveis causas dele "não sair de nossa cabeça", certificar-se de seus efeitos no mundo objetivo e administrá-lo com tranquilidade, é a atitude mais adequada. Se você não pode, como teria dito Lutero, impedir que um pássaro pouse em sua cabeça, pode impedí-lo de fazer ninho. Portanto, administrá-lo,  não reprimí-lo, é papel nosso.

Não compete a terceiros, então, gerenciar, muito menos controlar, nossos pensamentos. Cabe somente a nós avaliar e cuidar do que se passa em nossa mente. O que o texto bíblico nos fornece são critérios norteadores, balizadores, que nos ajudam a decidir quais devem ser alimentados e quais evitados, para o nosso bem e dos que nos cercam.

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Paz de Deus - Filipenses 4:7

“E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o coração e a mente de vocês em Cristo Jesus.” (Filipenses‬ ‭4:7‬)

A paz de Deus, à luz desta carta, não parece decorrer pura e simplesmente de uma atividade mística - embora a mística seja parte inseparável da fé - mas de uma relacão de obediência mantida com o senhor Jesus, como obediente ele foi à sua missão.

O conhecimento das atitudes mantidas por Jesus em sua missão - amabilidade, alegria, humildade, serviço, etc - e a disposição para desenvolver em si essas mesmas atitudes, são geradores de pessoas em paz consigo mesmas e de relacionamentos caracterizados pela paz, denominada por Paulo como "paz de Deus".

Essa paz é, primeiramente,  uma experiência do indivíduo que  confia em Jesus - não em preceitos impostos por religião instituiconalizada - e o tem como seu modelo de atitudes. E, depois, uma experiência entre indivíduos, isto é, uma paz comunitária. Finalmente, parece exceder o entendimento por ser baseada na graça, não na tradição vigente.

terça-feira, 20 de junho de 2017

Sociedade ansiosa - Filipenses 4:6

“Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus.” (Filipenses‬ ‭4:6‬)

Vivemos em uma sociedade que nos convence da necessidade de termos o que não necessitamos, que nos aterroriza com notícias que maximizam nossa insegurança no presente, que desvaloriza e desestrutura os vínculos familiares de cuidado mútuo que nos sustentam, e cria horizontes previdenciârios nebulosos, tudo para nos vender seus produtos, enriquecendo seus fabricantes. Tornamo-nos assim, por essas e outras, uma sociedade ansiosa.

A ansiedade que, até determinado grau, traz consigo aspectos positivos e nos impulsiona para conquistas, acaba se tornando um transtorno que atinge milhões de pessoas dependentes de medicamentos da bilionâria industria farmacêutica.

Em que pese nossa gratidão pela saída medicamentosa que alivia a dor, ainda que angustie o bolso, a recomendação bíblica atinge frontalmente um dos pilares da ansiedade ao nos estimular a inverter nossos valores espirituais - o que era lucro passa a ser cocô -, a aprender a conviver adequadamente com a realidade e a depositar nossa confiança no Senhor, "pela oração e súplicas, e com ação de graças.".

segunda-feira, 19 de junho de 2017

Famosos pelo amor - Filipenses 4:5

“Seja a amabilidade de vocês conhecida por todos. Perto está o Senhor.” (Filipenses‬ ‭4:5‬)

Pense em uma recomendação contida na Bíblia que deveria ser a mais enfatizada pelas igrejas em todos os tempos e lugares, mas de maneira especial em nossos dias. Essa é justamente a de que nossa amabilidade deveria ser conhecida por todos. Porém não é isso que parece estar acontecendo.

A deduzir do que lemos nas redes sociais ou em determinados documentos eclesiásticos, o que tem se tornado conhecido de parcela significativa das igrejas é, por exemplo, o desrespeito às pessoas e a consequente intolerância que isso acarreta, um moralismo desvinculado de ética, o pedantismo e a hipocrisia religiosos, a alienação frente ao sofrimento alheio, o silêncio diante da corrupção econômico-financeira que corrói a vida e a conivência com poderes opressores.

A amabilidade que se manifesta no interesse pela construção de relacionamentos saudáveis em todas as dimensões da vida  humana, tem ficado distante de ser motivo de fama da igreja. É hora de focarmos nossa atenção nessa recomendação paulina e voltar a viver e cantar canções como: "Lado a lado haveremos todos de trabalhar, lado a lado haveremos todos de trabalhar, uns aos outros honrando vamos nos respeitar. Pelo amor conhecido é o cristão, pelo amor. Pelo amor conhecido é o cristão".

domingo, 18 de junho de 2017

Fonte de alegria - Filipenses 4:4

“Alegrem-se sempre no Senhor. Novamente direi: Alegrem-se!” (Filipenses‬ ‭4:4‬)

Somos espiritual, emocional, politicamente, enfim, aquilo de que nos alimentamos. Se nos alimentarmos de justiça, construimos sociedades de paz. Se nos alimentarmos de disputas, construimos praças de guerra. Se nos alimentarmos de graça, nos tornamos pessoas alegres. Se nos alimentarmos de rancor, nos tornamos poços de amargura. Não seremos diferentes daquilo de que nos alimentarmos.

Se estamos insatisfeitos ou infelizes com nossas vidas, é essencial conferir a fonte do alimento com que estamos nos nutrindo. Da mesma forma como "quem semeia para a sua carne da carne colherá destruição; mas quem semeia para o Espírito do Espírito colherá a vida eterna." (Gálatas‬ ‭6:8‬), assim ocorre também em relação à fonte de alimentos de nossas almas.

A comunhão sincera com o Senhor Jesus - não com uma instituição religiosa - é fonte de superação da inveja, da ambição egoista e dos rituais religiosos que nos dividem e nos entristecem e fonte que alimenta nossa disposição para amar e servir, gerando em nós e entre nós a alegria. Daí a recomendação de Paulo: “Alegrem-se sempre no Senhor. Novamente direi: Alegrem-se!”

sábado, 17 de junho de 2017

Companheiro leal - Filipenses 4:3

“Sim, e peço a você, leal companheiro de jugo, que as ajude; pois lutaram ao meu lado na causa do evangelho, com Clemente e meus demais cooperadores. Os seus nomes estão no livro da vida.” (Filipenses‬ ‭4:3‬)

Companheiro é figura rara, numa cultura em que as relações interpessoais importam somente pelos benefícios que delas se pode extrair e não pelo que a elas também se pode dar. Ajudar alguém, pelo prazer de ajudar, sem condicionar ao recebimento de benefícios político-materiais, parece tornar-se cada dia mais difícil e estranho.

Mais raro ainda é encontrar companheiros que sejam leais, isto é, pessoas nas quais se pode confiar, que não agem traiçoeiramente, que não te exporão ao ridículo ou, como se diz popularmente, não te puxarão o tapete. Difícil inclusive dentro de comunidades de fé pela falta de clareza nos valores espirituais cultivados ou pela simples inversão deles.

Todos precisamos de ajuda, seja em favor de si, seja em favor de uma causa que abraçou. Paulo estava recorrendo a alguém que pudesse ajudar na equação de um conflito entre pessoas que conheciam o evangelho e por ele lutava, mas que não estavam conseguindo viver em harmonia. Pedia ajuda por ter um companheiro classificado como leal. Que bom!

sexta-feira, 16 de junho de 2017

Harmonia - Filipenses 4:2

“O que eu rogo a Evódia e também a Síntique é que vivam em harmonia no Senhor.” (Filipenses‬ ‭4:2‬)

Harmonia é o que todos desejamos. Ela estimula a produção de serotonina, causando sensação de prazer, de bem estar. Embora desejada, seja em nossa vida interior, nos relacionamentos interpessoais e na convivência sócio-ecológica, experimentá-la é um desafio constante, simplesmente porque a vida é, por sua constituição, potencialmente dissonante.

Conflitos são inerentes a todos os relacionamentos. A quantidade e qualidade de variáveis que envolvem as relações humanas são tantas - sentimentos, pensamentos, cheiros, sons, espaços, tempos, temperaturas, climas, interesses, valores, palavras, gostos, dores, etc. - que não seria exagero afirmar que a harmonia é um milagre. Conflitos, porém, geram stress, estimulam a produção do cortisol, da adrenalina e da noradrenalina que, exagerados, adoecem o corpo.

Conflitos na igreja não é privilégio só da sua igreja. Ele sempre esteve presente em todas, de todas as épocas e lugares. A solução apresentada por Paulo para minimizar conflitos e maximizar a harmonia é colocar Jesus como eixo comum. Como em uma roda de bicicleta, quanto mais nos afastamos do eixo, mais nos afastamos uns dos outros e vice-versa. Com Jesus os conflitos não desaparecerão, mas deixarão de ser patológicos, doentios.

quarta-feira, 14 de junho de 2017

Desafio consistente - Filipenses 4:1

“Portanto, meus irmãos, a quem amo e de quem tenho saudade, vocês que são a minha alegria e a minha coroa, permaneçam assim firmes no Senhor, ó amados!” (Filipenses‬ ‭4:1‬)

Todos passamos por experiencias que colocam em xeque nossa fé. Elas podem afetar nosso modo de pensar ou sentir e prejudicar nossa relação com Deus, com as pessoas e com a vida em suas múltiplas dimensões. 

Nessas horas, ouvir palavras de ordem como "não desista" ou "fique firme", faz bem. Mas, mais importante é contar com alguém que nos ama, nos respeita e efetivamente quer o nosso bem, para nos ajudar a compreender a experiência, digerí-la e superá-la de maneira saudável.

A igreja filipense passava por experiências desafiadoras que envolviam doutrina e ética, afetando sua alegria e comunhão. Paulo apontou os problemas, analisou-os, indicou a solução e desafiou-a a permanecer firme. O desafio não foi vazio. Seu conteúdo foi consistente e continua sendo válido ainda hoje.

terça-feira, 13 de junho de 2017

Poder para mudar - Filipenses 3:21

“Pelo poder que o capacita a colocar todas as coisas debaixo do seu domínio, ele transformará os nossos corpos humilhados, tornando-os semelhantes ao seu corpo glorioso.” (Filipenses‬ ‭3:21‬)

Há esperança para você e para mim. Isso porque há um poder maior interessado em transformar nossas vidas. É o mesmo poder que atuou em Jesus de Nazaré.

Não se angustie, portanto, diante dos desafios de sua vida pessoal, nem desanime diante dos gigantescos problemas sociais que assustam-nos nas sociedades.

Relacione-se em confiança com Jesus de Nazaré, inspire-se nas atitudes dele como norte para sua vida e estará no caminho saudável, ainda que por vezes pedregoso e íngreme, que vale a pena trilhar.

segunda-feira, 12 de junho de 2017

Acerte seu alvo

Decidir é fundamental.

Foque em um alvo principal e atire.

Ninguém leva VANTAGEM em todos os detalhes de uma decisão ACERTADA, nem DESVANTAGEM em todos os detalhes de uma decisão ERRADA. 

O importante é acertar o alvo principal e estar pronto para administrar os efeitos colaterais benéficos e maléficos que sempre ocorrerão.

Diferente da "Lei de Gerson", o importante é acertar o alvo principal e não levar vantagem em tudo sempre.

Esqueça. Jamais alguém leva vantagem em tudo o que decide fazer. Importante é ter clareza do alvo principal e o máximo de clareza possível dos efeitos negativos decorrentes de querer atingí-lo. Se acertar o principal compensa, pra si e para os que te cercam, dispare.

Se conseguir acertar o alvo principal, regozije-se. Quem se guia pelas possíveis perdas menores, jamais  avança na vida.

Se errar o alvo principal, "tente outra vez". Mas antes, estude melhor, treine mais e então vá à luta novamente. "Desesperar, jamais". Desistir, então, fora de cogitação!

Quem tem medo de errar, medo de perder, medo de sofrer, está despreparado pra vencer. O alvo principal, nesse caso, deve ser vencer a fobia, o medo do medo. 

Não tenha dúvida de que vale a pena transformar a vitória sobre o medo em alvo principal, pois enquanto o medo não for derrotado o amor não floresce e sem amor, nenhum alvo vale a pena.

xxx

Se o medo for o seu caso, eis o caminho que encontrei para vencê-lo.

“Se alguém confessa publicamente que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele, e ele em Deus. 

Assim conhecemos o amor que Deus tem por nós e confiamos nesse amor. Deus é amor. 

Todo aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele. Dessa forma o amor está aperfeiçoado entre nós, para que no dia do juízo tenhamos confiança, porque neste mundo somos como ele. 

No amor não há medo; ao contrário o perfeito amor expulsa o medo, porque o medo supõe castigo. Aquele que tem medo não está aperfeiçoado no amor. Nós amamos porque ele nos amou primeiro.” (1 João‬ ‭4:15-19‬)

Lembre-se sempre:

“Pois Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio.” (2 Timóteo‬ ‭1:7‬)

Cidadania: origem e valor - Filipenses 3:20

“A nossa cidadania, porém, está nos céus, de onde esperamos ansiosamente o Salvador, o Senhor Jesus Cristo.” (Filipenses‬ ‭3:20‬)

Assim como o reinado é de Deus, também dele advém nossa cidadania. É do seu trono, usando aqui uma imagem bíblico-monárquica, que brotam os valores espirituais que devem reger direitos e deveres norteadores de nossas vidas neste planeta.

A afirmação paulina, portanto, não deve ser entendida como um discurso alienante que desconsidera a cidadania no aqui e agora. Suas palavras assim foram proferidas em função de posicionamento oposto a esse dentre os filipenses, isto é, de considerar somente o aqui e agora e desconsiderar o lá e depois, postura essa que gerava atitudes, palavras e ações nocivas no presente.

O aqui e o lá, o agora e o depois, devem estar integrados na construção de nossa cidadania. A negação ou supervalorização de um em detrimento, em prejuizo, do outro desqualifica nossa caminhada comum gerando igrejas e outras sociedades doentias, caracterizadas por desamor, injustiças, desrespeito, corrupção, enfim.

domingo, 11 de junho de 2017

Perdidos - Filipenses 3:19

“O destino deles é a perdição, o seu deus é o estômago, e eles têm orgulho do que é vergonhoso; só pensam nas coisas terrenas.” (Filipenses‬ ‭3:19‬)

Invejosos, movidos a disputas sem ética, presos ao aqui e agora; egoistamente ambiciosos, falsos, sádicos, intimidadores, vaidosos, queixosos e dados a serem servidos. Assim eram alguns da igreja filipense, à luz da carta paulina.

A essência do problema, porém, parece-me, não seriam esses característicos. Em toda igreja, de todas as épocas e lugares, marcas como essas são encontradas em maior ou menor grau. Nós somos esse poço de contradições.

Problema seria se considerarem pertencentes a Deus em função de uma cirurgia corporal executada em ritual religioso, rejeitando assim a vida de Jesus e sua ressurreição. Com isso, afastavam-se da ação amorosa de Deus e da possibilidade de libertação. 

sábado, 10 de junho de 2017

Lágrimas - Filipenses 3:18

“Pois, como já disse repetidas vezes, e agora repito com lágrimas, há muitos que vivem como inimigos da cruz de Cristo.” (Filipenses‬ ‭3:18‬)

É triste, talvez por isso Paulo tenha ido às lágrimas, mas nem todos os inimigos da cruz estão fora da convivência eclesiástica. Antes, reúnem-se com os membros da igreja, como se dela fossem um, mas suas condutas negam a fé no sacrifício de Jesus na cruz.

Para alguns da igreja filipense, a cruz de cristo era, na prática, um detalhe. Suas vidas não eram regidas pela fé na graça divina, mas por regras religiosas. Não eram cristocêntricos, mas ensimesmados. Não se conduziam por Jesus como referencial de caráter, mas por tradições político-institucionais.

Na versão atual dessa postura, a cruz de Cristo foi trocada por  uma seletiva, mas não menos corporal, cultura bíblico-judaica. Interpretações de um livro, movidas por conveniências político-ideológicas, ocupou o lugar de Jesus. A vida e ensinos do mestre foram substituídos por interesses de iluminadas mentes obscurecidas e sensíveis corações empedernidos.

sexta-feira, 9 de junho de 2017

Conduta padrão - Filipenses 3:17

“Irmãos, sigam unidos o meu exemplo e observem os que vivem de acordo com o padrão que apresentamos a vocês.” (Filipenses‬ ‭3:17‬)

A leitura isolada ou distorcida desse texto poderia levar-nos a pensar em Paulo como um sujeito arrogante que tem a petulância de colocar-se a si mesmo como padrão moral de conduta. O conhecimento, entretanto, daquilo que ele vinha abordando nos revela um caráter diametralmente oposto.

A conduta que ele nos convida a imitá-lo seria : 1) desenvolver atitudes de servo, a exemplo de Jesus; 2) entregar-se, pela fé, à graça divina, em vez de apoiar-se em rituais religiosos; 3) empenhar-se na identificação plena com Jesus, inclusive no sofrimento; 4) ser humilde para admitir que não atingiu seu objetivo espiritual, mas mantém-se decidido a alcançá-lo.

Alegra-me o detalhe de que, na igreja de Filipos, havia mais gente que já vivia esse padrão de conduta. Porém, a leitura ao avesso - afora o que pode ser lido no início da carta -, indica também que nem todos se enquadravam nesse modelo. Como em nossas igrejas isso não é diferente, perguntei-me: com qual dos dois grupos me identifico?

quinta-feira, 8 de junho de 2017

Julgamento da chapa Dilma/Temer: autoridade do texto legal e do julgador

Vez por outra paro pra ver o julgamento da chapa Dilma/Temer pelo TSE. Algumas impressões:

1. O texto (legal) não tem vontade própria. Presta-se a servir como referência, como rota de discurso, àqueles que têm o poder de interpretar e decidir;

2. O texto (legal) não se impõem isoladamente, como critério de julgamento. Relacionamentos interpessoais, histórico individual, conveniências político-pessoais, interesses eleitoriais e econômicos, enfim, se sobrepõem ao texto;

3. Tanto o texto (legal) quanto os fatos que poderiam condenar ou absolver se tornam secundários frente à vontade preexistente do julgador. O resto é tão somente um jogo de palavra, um exercício linguístico, uma espécie até de masturbação jurídica, um jogo de sena "pra inglês ver". No final, cada um já sabe o que quer movido por razões do "coração" que a própria razão "desconhece" ou não.

4. O texto (legal) continua dependendo do argumento de autoridade (comum na idade média) para se impor, fato observado no valor que se dá ao pensamento, à doutrina elaborada por figuras poderosas, reconhecidas pelo mundo acadêmico, político, enfim, figuras que fazem parte do mundo significativo de quem julga.

Mutatis mutandis, na teologia...

quarta-feira, 7 de junho de 2017

Vivendo pela graça - Filipenses 3:16


“Tão somente vivamos de acordo com o que já alcançamos.” (Filipenses‬ ‭3:16‬)

Em Jesus alcançamos a libertação do legalismo farisaico por estarmos sob a égide da graça. Por seu espírito, vivemos convencidos de que todo e qualquer esforço de nossa parte, seria vão no sentido de estabelecer comunhão com Deus. É debaixo dessa graça alcançada pela fé em Jesus que somos desafiados a viver, inclusive nossos relacionamentos.

Entender isso não me parece difícil. Difícil tem sido compatibilizar graça e praxis cotidiana. Isso porque há um entendimento errôneo de que viver pela graça seria sinônimo de ausência de limites ético-morais. A graça, entretanto, não é uma porta de acesso a uma vida no pecado; antes, caminho de acesso à libertação dele. Quem a experimenta deseja conhecer e viver de acordo com propósitos divinos e não fora deles, em TODAS as dimensões da vida.

Aplicar essa graça à conduta diária, em casos concretos, é um desafio. Contar com uma regra para todos os casos seria mais fácil. Sem regra, a liberdade de PODER escolher parece a condenação de TER que escolher a qual se referia J.P. Sartre. Porém, quando reina a consciência da graça, aprendemos a dar o melhor de nós, sempre, por sermos movidos pela graça e não para sermos merecedores dela, até porque se mérito houvesse, graça não haveria, se errar não pudéssemos, condenados já estaríamos.





terça-feira, 6 de junho de 2017

Visão unificada - Filipenses 3:15

“Todos nós que alcançamos a maturidade devemos ver as coisas dessa forma, e, se em algum aspecto, vocês pensam de modo diferente, isso também Deus esclarecerá.” (Filipenses‬ ‭3:15‬)

Duas visões podem ser identificadas na igreja de Filipos: a visão dos que se moviam pela inveja e disputas e a visão dos que se guiavam pelo serviço, inspirados nas atitudes de Jesus. 

A meu ver, o objetivo central da carta aos filipenses é ajudar a igreja a compreender que maturidade espiritual se mede pela capacidade e disposição de servir. Vendo as coisas pelo ângulo do serviço, a alegria desejada repetidas vezes na carta, reinaria na comunidade.

Diferenças de percepções são inevitáveis em um grupo, mas quando o espírito de serviço prevalece sobre o de inveja e disputas, os modos diferentes de perceber a realidade são mais facilmente esclarecidos e equacionados, pois nessa direção está o agir de Deus.

segunda-feira, 5 de junho de 2017

Alvo sublime - Filipenses 3:14

“prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus.” (Filipenses‬ ‭3:14‬)

Não enxergo alvo mais sublime na vida do que o de querermos nos identificar com Jesus. Não no sentido de ser o senhor dos senhores ou salvador do mundo, mas no de ser o servo abnegado, capaz de trocar a busca de glórias pelo serviço amoroso aos que necessitam.

Esse é um alvo que, por maior que seja nosso empenho, sempre estará no horizonte. Estamos sempre caminhando em direção a ele, mas parece-nos sempre distante. As tentações da estrada são grandes e vez por outra sucumbimos.

Entretanto, a simples predisposição de viver a vida de olho nele provoca efeitos colaterais positivos nos relacionamentos que construimos na trajetória. Apesar da sensação de parecer-nos  distante, o fato é que, até sem percebermos,  simplesmente alvejá-lo deixa rastros positivos em todos pelas quais passamos.

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Comunhão "sem cera" - Filipenses 3:12


“Não que eu já tenha obtido tudo isso ou tenha sido aperfeiçoado, mas prossigo para alcançá-lo, pois para isso também fui alcançado por Cristo Jesus. (Filipenses‬ ‭3:12‬)

Há muito aprendi que mentimos quando dizemos ser menos do que somos, tanto quanto quando dizemos ser mais. E, também, que é sinal de humildade, isto é, de ter os pés no chão, de ser realista, reconhecermos que não estamos prontos, que sempre há um caminho a ser percorrido em relação à "maturidade", à "medida da plenitude de Cristo".

Não fomos alcançados por Cristo para ficarmos sentados em bancos de igreja "com a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar". Nem em quatro paredes como ovelhas no curral em processo infinito de engorda. Antes, fomos alcançados para sermos pessoas melhores, mais amáveis, justas, honestas, solidárias, enfim, em todas as dimensões do cotidiano da vida.

Lembro-me sempre do que disse Martin Luther King Jr.: "Nós não somos o que gostaríamos de ser. Nós não somos o que ainda iremos ser. Mas, graças a Deus, não somos mais quem nós éramos". Isso é ter lembrança do passado, compreensão do presente e visão do futuro baseada numa comunhão "sem cera", sem verniz, sem máscaras, com Jesus. Comunhão que se manifesta na busca contínua de relacionamentos saudáveis com o mundo que nos cerca.