quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Fontes ambíguas

O trigo e o joio crescem juntos.
O bem e o mal andam de mãos dadas.
O desejar e o realizar não convivem como amigos.
Da mesma fonte brotam águas doces e salgadas.
O ser e o não ser são; a negação, não.
Lamentar não adianta.
Criticar não adianta.
Assim é a vida humana e nada mudará esta realidade.
Reconhecer os fatos.
Estudar seus movimentos.
Avaliar suas consequências.
Minimizar seus impactos.
Celebrar os acertos.
Chorar os desacertos.
Seguir adiante corrigindo e perdoando.
Admitir a culpa.
Superar a culpa.
Amar a despeito da culpa.
Viver.
Querer viver.
Querer conviver.
Avançar e retroceder.
Não estancar a fonte.
Não deixar de brotar com medo do que brotar.
Jamais desistir
Se cair, se levantar.
Pelo rir, pelo chorar.
Para rir, para chorar.
Porque riu, porque chorou
Sempre para jorrar, jorrar e jorrar.

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Presidenta ou presidente

Presidente ou presidenta?

A nova presidenta do STF prefere ser chamada de presidente
(http://www.implicante.org/blog/a-nova-presidente-do-stf-diferente-de-certas-pessoas-prefere-ser-chamada-de-presidente/)

Sim ela prefere. E daí?  

Vivemos numa democracia e cada um se comunica de acordo com suas ideologias. A lingua é livre e a comunicação viva.

Sim, existe um padrão legal, fruto de convenção política, e é importante que quem se submete a provas de escolaridade ou deseja participar de concursos para algo o conheça e cumpra a lei. 

Portanto, vamos diferenciar o legal do correto.

Correto é você não usar o padrão legal pra mentir, difamar, produzir sentenças injustas, escrever sentenças protelatórias que beneficiam corruptos e mantém inocentes atrás das grades. 

Correto é você que teve acesso a bons professores e escolas, não usar o padrão legal da lingua portuguesa  para humilhar aqueles que não tiveram a mesma oportunidade, discriminando-o como se tivesse o rei na barriga só porque concentrou seus esforços em obedecer rigorosamente a lei.

Correto é você conhecer que a lingua foi imposta por homens e não mulheres e que, portanto, não é destituida do machismo que, por exemplo, para referir-se a um grupo de pessoas formado por 9 mulheres e um homem, obrigado-nos a usar o gênero masculino, como se elas não estivessem presentes em maioria.

Correto é você usar sua ligua para amar, abençoar, lutar pelo direito, pela justiça em favor do empobrecido, marginalizado, explorado.

Você e eu não somos especialistas em todas as áreas da vida. Correto é reconhecer isso e usar o que sabemos para fazer o melhor visando abençoar o outro porque o outro, naquilo que faz melhor do que você, não te humilha.

O que espero da nova presidente do STF não é que ela fale presidente ou presidenta, mas que ela contrate administradores para criar processoas administrativos que agilizem a pauta; que ela modernize o seu sistema judiciário, que ela combata a corrupção, inclusive a corrupção política também existente na casa que dirigirá.

Na verdade, se é que ela pronunciou-se sobre isso, penso que deveria estar muito mais preocupada em exercer corretamente a função em favor da construção de justiça nesse emaranhado legal fomentador de injustiça do que marcar território ideológico, posição política ou preocupada com título. Afinal é paga, bem paga, com dinheiro do nosso suor, para atender as demandas de interesses públicos e não corporativos.

Gosto dela e desejo que ela faça o bem, bem melhor do que seus antecessores e antecessora (sim, eu sei que, pelo padrão legal, antecessores inclui uma antecessora, mas também gosto de quebrar esta lei)

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Das emoções aos relacionamentos interpessoais e sociais


1. Em princípio você pensa ...
... o que vê, 
... o que ouve, 
... o que cheira, 
... o que saboreia,
... o que toca.

2. Mas também você pensa:

      2.1. o que permitem que você ...
... veja,
... ouça,
... cheire,
... saboreie,
... toque.

     2.2.  o que possibilitam que você ...
... veja,
... ouça,
... cheire,
... saboreie,
... toque.

      2.3.  o que querem que você ...
... veja,
... ouça,
... cheire,
... saboreie,
... toque.

     2.4.  o que você "sente" que deve ...
... ver,
... ouvir,
... cheirar,
... saborear,
.... tocar.

3. Sempre você cruza dados e julga a partir das informações - sentimentos e pensamentos (ambos são emoções) - que foram introjetadas em sua mente ao longo de sua história de vida (inclusive quando não tinha consciência a de si mesmo, nem dominava uma linguagem oral ou escrita) através de seus sensores, seus 5 órgãos dos sentidos, suas experiências.

4. Por isso, exercite seu cérebro a:
... ver
... ouvir
... cheirar
... saborear
.... tocar ... por meios - midias - diferentes, opostos até do acostumado.

4.1. Faça isso de maneira refletida e sem medo...
4.2. Dê-se ao direito de arriscar e até de errar.
4.3. Assuma os ônus e os bônus disso.
4.4. Aceite a possibilidade de ser aplaudido ou vaiado (inclusive pelos que fazem parte dos seus círculos de relacionamentos (familiares, religiosos, acadêmicos, políticos, esportivos...); 
           4.4.1. pelos que se unem em torno do que lhes interessa e, para manterem-se unidos no que definem - às vezes em acordos silenciosos - como essencial, silenciam em torno de suas diferenças ou evitam expô-las em público para sentirem-se politica e psicologicamente mais fortes).
4.5. Não tenha medo de classificações ou rótulos como: conservador, liberal, progressista, direitista, esquerdista, etc.              
        4.5.1. Classificação é inevitável ao estudo e entendimento de qualquer tipo de sistema, inclusive social. 
        4.5.2. Rótulos são uma forma pejorativa de classificar visando agregar ou rejeitar, aproximar ou afastar. 

Então, depende de quem os usa pode ser elogio ou xingamento. 
E você reage a isso de acordo com suas carências emocionais, políticas, econômicas, religiosas, profissionais, enfim, ou seus objetivos de vida ou sua coerência ideológica, seus valores.

6. Depois avalie os dados, julgue-os e construa por si seu modo de pensar, sua cosmovisão.

7. E não se esqueça: a forma como você torna pública sua cosmovisão determina como você será visto, com quem você vai se relacionar, com quem você pode contar como amigo ou inimigo ou em que grupo será aceito ou rejeitado ou, o inevitável para todos, ambos, como na fábula dos porcos-espinhos.