quarta-feira, 23 de outubro de 2013

De Deus não se zomba

Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá. Quem semeia para a sua carne, da carne colherá destruição; mas quem semeia para o Espírito, do Espírito colherá a vida eterna. E não nos cansemos de fazer o bem, pois no tempo próprio colheremos, se não desanimarmos. Portanto, enquanto temos oportunidade, façamos o bem a todos, especialmente aos da família da fé. (Gálatas 6:7-10)

De Deus não se zomba. 
Essa frase não visa amedrontar-nos. Seu objetivo é chamar nossa atenção para o fato de que Deus conhece profunda e detalhadamente nossas motivações, nossos objetivos; que, embora a liberdade seja a marca do cristão, como tão bem Paulo esclarece aos Gálatas, isso não significa que estamos livres das consequências das leis por Deus estabelecidas. Elas continuam vigendo e produzindo seus efeitos.

Ela – a frase do título em epígrafe - não quer dizer que Deus está em constante observação, avaliação e definição de recompensas para cada um de nós. Indica que há princípios que devem ser observados se quisermos construir ambientes favoráveis ao desenvolvimento social humano e da vida como um todo.

Vale destacar, ainda, que Paulo não está discutindo a graça divina nem o problema filosófico do mal, mas a responsabilidade humana e as consequências das escolhas que fazemos, das ações que praticamos. Está mostrando, portanto, que há uma relação íntima entre o que fazemos e as consequências disso, inclusive no campo da ética.

Daí ele nos lembrar que, no exercício de nossa liberdade, devemos ter consciência de estarmos nos permitindo agir norteados pelo Espírito Santo ou por um desejo interior que desconsidera sua presença em nós, denominado “carne”. Para traduzir e detalhar melhor a idéia que apresenta, ele exemplifica mencionando elementos que caracterizam as duas alternativas.

Pessoas norteadas por desejos que desconsideram a presença do Espírito Santo têm sua conduta caracterizada por “imoralidade sexual, impureza e libertinagem; idolatria e feitiçaria; ódio, discórdia, ciumes, ira, egoismo, dissenssões, facções e inveja; embriaguez, orgias e coisas semelhantes” . Já as que se permitem dominar pelo Espírito se caracterizam por: “amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio”.

Claro que essas listas não abarcam todas as manifestações e o significado e aplicação de cada palavra delas precisam ser analisados em profundidade, mas são suficientes para exemplificar as consequências das diferentes escolhas que fazemos.

Não se deve imaginar também que a presença ou ausência de elementos de uma ou outra lista na vida de uma pessoa seja tão distinta como preto ou branco, oito ou oitenta. Nossas limitações possibilitam que elementos das duas se manifestem ocasionalmente. Porém, a pessoa movida pelo Espírito Santo têm consciência desses caracterísiticos e não agem cinicamente quando os da “carne” prevalecem.


Sim, de Deus não se zomba. Não há ação sem reação. Não há decisão sem consequências. Pense nisso!