sábado, 5 de maio de 2012

05.05.12 - 13/100 dias de oração pelo Brasil - Orando pela presidenta, seus ministros e secretários.

 Oramos, também, porque nos comprometemos com aquilo pelo que oramos.

Se há uma oração indispensável, essa seria pelos que exercem autoridade. Isso porque são pessoas que ocupam cargos e funções que foram projetadas por Deus para que tivéssemos "uma vida tranquila  e pacífica, com toda dignidade e piedade".

Não foi Deus quem elegeu Dilma, seus ministros e secretários. Deus elegeu o princípio de autoridade, seja na família, na igreja, na escola, na cidade, no Estado, no país, enfim. Quem elegeu Dilma fomos nós. Seus ministros e secretários foram eleitos por ela sob acordo com partidos políticos que seriam da base de sustentação política dela e seu governo.

Lamentavelmente a história recente demonstra que parcela significativa daqueles que têm ocupado a autoridade nos ministérios, fazem isso pensando não no bem estar do povo, mas nos interesses eleitoreiros dos partidos que representam, quando não na oportunidade de construir riqueza ilicita para si e aliados.

Observe que o texto que recomenda que oremos pelos reis  (I Tim 2.1-2), começa dizendo que devemos orar por todos os seres humanos. Se isso já era destacado numa época em que havia monarquia, muito mais num país onde o estado democrático de direito está estabelecido. Nesse contexto, a autoridade máxima a ser respeitada é o povo. Aqueles que ocupam os espaços onde prevalece o princípio de autoridade estabelecido por Deus, devem ter clareza de que seu papel é agir em favor do povo e não de si mesmos.

Vivemos numa democracia incipiente, onde a cidadania é frágil. Os cidadãos tem pouca participação na escolha daqueles que ocuparão os espaços de autoridade. Hoje elegemos pessoas pre-selecionadas em processos definidos dentro de cada partido e, portanto, poucos de nós participam deles. Em face disso foi preciso uma Lei - A lei da Ficha Limpa - que determina alguns critérios a serem adotados pelos partidos na seleção de seus candidatos. Se fôssemos pessoas esclarecidas, conscientes e participantes, não haveria necessidade de uma lei definindo a necessidade de "ficha limpa" para ocupar espaços de autoridade. Nós faríamos isso naturalmente.

Além disso, o acesso a informação não faz parte de nossa cultura democrática. Leis estão sendo criadas (A lei de acesso a Informação, entre em vigor em 16 de maio próximo) a fim de que isso torne-se realidade, uma vez que não há democracia saudável sem que os cidadãos tenham acesso à informação pública.

O engajamento de uma igreja deve ser demonstrado, então, não por orações de pessoas alienadas, em detrimento, em prejuizo do engajamento ético, em prejuizo da autoridade que temos para eleger os que devem ocupar os principais cargos e funções nos espaços de autoridade. Nossas orações devem se dar sob a compreensão de que a igreja deve ser a consciência do Estado e não uma ferramenta ou um curral eleitoral a serviço dos que ocupam o poder para interesses particulares ou corporativos.

Oremos sim por Dilma, seus minisitros e secretários, mas oremos muito mais por nós, para que tenhamos consciência do nosso papel social e lutemos pela construção de um país no qual as pessoas que ocupam espaços de autoridade o façam pelos motivos expostos por Paulo no texto bíblico citado.

Oremos por eles e ajamos, seja para apaudir as coisas boas que são feitas, seja para condenar o que contrária princípios éticos universais.

Abraços do seu pastor,

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