quinta-feira, 31 de maio de 2012

Seminaristas - futuros líderes das igrejas - 31.05.12 - 39/100 dias de oração pelo Brasil


Abordar este assunto tem sido um dilema para mim. Primeiro, porque é evidente a distância entre discurso e prática na denominação (= igrejas + instituições + organizações), sobre a importância da educação teológico-ministerial; segundo, porque através dela se trava, nos bastidores, uma batalha a meu ver político-ideológica travestida de preocupação bíblico-teológica.

Pior é que a maioria esmagadora dos membros de nossas igrejas parecem não se dar conta da importância do assunto. É como se a devoção pela qual se interessa na igreja nada tenha a ver com o pensamento teológico, com a formação ministerial do seu pastor. Mas tem tudo a ver.

A formação teológica determina nossa visão de mundo, nossa compreensão dos problemas pelos quais passam os indivíduos, nossa relação com as estruturas sociais vigentes, nossas prioridades na administração eclesiástica, etc. É a visão que temos de Deus, da Bíblia, do ser humano, de igreja, por exemplo, que determina o conteúdo da mensagem que anunciamos, o estilo de liderança que praticamos e até mesmo a escala de valores e prioridades que adotamos.

Então, cada vez que nos sentamos num "banco de igreja" e ouvimos um sermão, uma palestra, uma aula de escola bíblica, estamos nos expondo a uma cosmovisão daquele que usa da palavra. Tanto isso é verdade que os bereanos ouviam a mensagem de Paulo com interesse, mas a conferiam com o que as Escrituras diziam (At. 17.11). Para mim, a importância desse registro é mostrar-nos que aquilo que ouvimos, venha de quem vier, pode e deve ser confrontado com o que norteia nossa vida. (cf também I Tes. 5.20-21; I Jo. 4.1) No caso dos Bereanos, as Escrituras disponíveis. No nosso caso, o Novo Testamento, pois ele é a interpretação cristã do chamado, também não por acaso, Velho Testamento (Bíblia do judaismo).

Percebe porque a questão "educação teológico-ministerial" não deve ser do interesse somente de pastores ou de alguns dirigentes denominacionais?

Quando um aluno chega em uma escola de educação teológico-ministerial, geralmente sua cabeça é a cabeça do pastor que o acompanhou até ali (especialmente daquele que o conduziu ao evangelho) e sua cosmovisão é, geralmente, a mesma da igreja com a qual caminhou. Seus sonhos estão fundamentados naquilo que viu e ouviu,
durante seus anos de igreja, a respeito do que é ser cristão, ser igreja, ser cidadão neste mundo, etc. Na escola de educação teológica (seminário) seus horizontes se ampliam e se aprofundam, pois ele está sendo preparado para liderar e não para ser papagaio de pirata ou boneco de ventríloquo.

No "seminário" ele deve ser exposto com mais profundidade às diversas formas de pensar a fé, justamente para que construa convicções sólidas. Se sua forma de pensar não pode ser confrontada numa sala de aula com professores que são seus irmãos na fé, melhor seria abandoná-la, pois, no ministério ele se deparará intensamente com pensamentos divergentes e, ou se tornará um cínico, dando respostas nas quais não acredita, ou falará de coisas que, de fato, fazem parte de sua construção espiritual.

O objetivo de um seminário confessional é, basicamente, preparar pessoas em duas direções. Primeira, para trabalhar com o ser humano e, segunda, para liderar uma instituição chamada igreja (com todas as implicações de qualquer empreendimento legal). Quando priorizamos o preparo do aluno para atender os interesses mercadológicos da instituição e deixamos em segundo plano o preparo para trabalhar com gente, estamos sendo incoerentes com a vida  e ensinos do Jesus que anunciamos.

As brigas políticas em torno da educação teológica geralmente se dão em função dos interesses instituicionais e não do preparo do aluno para transformar em ações seu amor "a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo", ainda que tais brigas sejam travestidas de linguagem piedosa.

É necessário que oremos pela formação dos futuros líderes de nossas igrejas e que lutemos pela priorização disso no uso dos recursos denominacionais disponíveis. Ela afeta profundamente nossas vidas, nossa ação no mundo e não só a instituição chamada igreja.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

"Brasília, Capital da Esperança" - 30.05.12 - 38/100 dias de oração pelo Brasil



Neste 38º dia de oração pelo Brasil, nossos corações estão voltados para Brasília, a capital do Brasil.

Com um projeto inicial para 60.000 habitantes, hoje abriga em torno de 2, 5 milhões de pessoas, das quais, em torno de 50% não são originalmente de lá. Com uma maioria inicial originária de Minas e Goiás, hoje, segundo informações, a maioria dos que pra lá se mudam é de estados do nordeste. Brasília apresenta muitos aspectos favoráveis àqueles que lá residem, mas também tem seus problemas.

Entretanto, incluir Brasília como alvo de orações hoje, não se deve apenas ao fato de ser uma cidade, mas por ser a capital do país. De lá, em tese, saem as decisões que mais diretamente afetam a população brasileira
, oriundas dos poderes legislativo, executivo e judiciário.

Sua identificação como "capital da esperança"
, conforme registro feito pelo Pr. Josué Mello Salgado, em texto publicado no roteiro  "100 dias que impactarão o Brasil", vem  de "hino mais popular e mais interpretado" sobre a cidade.

Num certo sentido ser "capital da esperança" é verdadeiro, pois de lá se espera decisões que tragam benefício para o povo brasileiro. Porém, a cultura de esperar que melhorias das condições de vida se deem em função de iniciativa dos que governam o país é um dos grandes equívocos que temos cometido como brasileiros. A história comprova que parcela significativa, daqueles que nós enviamos para Brasília através do nosso voto, para trabalhar em favor do povo brasileiro, trabalha em favor de si mesmos, de interesses de grupos e até de organizações criminosas, segundo temos visto tão acentuadamente nesses dias através das mídias.

Além disso, precisamos desenvolver a cultura de que os governantes são eleitos para administrar os interesses públicos do país e não para serem nossos padrinhos ou despachantes. Deles devemos cobrar que cumpram suas atribuições, na forma da lei. Pela melhoria de nossa vida, individual e coletivamente, somos nós que devemos lutar, inclusive politicamente, em vez de esperar com a mão estendida, como pedintes, soluções do "pai governo".

Não seria heresia, então, usar aqui as palavras de Pedro:
"Portanto, estejam com a mente preparada, prontos para agir; estejam alertas e coloquem toda a esperança na graça que lhes será dada quando Jesus Cristo for revelado." (I Pd. 1.13)

 A razão de nossa esperança, portanto, deve ser a graça de Deus manifesta em Jesus Cristo. Ela é "âncora da alma, firme e segura" (Heb. 6.19) e não nos decepciona (Rom. 5.5).

Preparemos-nos, pois, "
para responder a qualquer pessoa que (nos) pedir a razão da esperança que há em (nós)" (I Pd. 3.15). E oremos pelos moradores de Brasilía, especialmente por aqueles cujas atribuições lhes conferem poder para tomar decisões que influenciam os rumos de nossas vidas e do país, para melhor ou para pior.

Abraços do seu pastor,

terça-feira, 29 de maio de 2012

Arrependimento e Conversão no Senhor Jesus Cristo - 29.05.12 -37/100 dias de oração pelo Brasil

A decisão de Judas de devolver aos sacerdotes as 30 moedas de prata que recebeu como pagamento por sua traição é motivo de divergência entre os estudiosos do Novo Testamento. É que, embora a palavra grega que aparece no texto (Mt. 27.3), expressando a reação de Judas diante da condenação de Jesus, seja "metameletheis" e não "metanóias", há divergência nas traduções. Umas a traduzem por "arrependimento", outras por "remorso" e outras, ainda, por "compungiu-se".

É claro que, se um dos princípios de interpretação bíblica mais conhecidos é o que diz que não se pode construir uma doutrina usando somente um versículo, muito menos poderíamos julgar uma vida usando somente uma palavra.

Porém, o que leva grande número de estudiosos a defenderem que, no caso de Judas, não houve arrependimento, mas apenas uma mudança de sentimentos, foi o fato de que, 1) embora Judas tenha percebido a bobagem que fez -
"Quando Judas, que o havia traído, viu que Jesus fora condenado..."   (Mt 27.3) - ; 2) embora,
Então Judas, o que o traíra, vendo que fora condenado
Mateus 27:3......"  essa percepção o tenha levado a
 tenha devolvido o dinheiro recebido pela traição - "devolveu aos chefes dos sacerdotes e aos líderes religiosos as trinta moedas de prata..." (Mt 27.3) - ; e, 3) embora, ainda, tenha reconhecido o seu pecado - "E disse: "Pequei, pois traí sangue inocente"."(MT 27.4) - a consequência disso, em vez de produzir nele a decisão de iniciar uma nova vida, levou-o ao suicídio - "Então Judas jogou o dinheiro dentro do templo e, saindo, foi e enforcou-se". (Mt. 27.5).

O peso do erro reconhecido por Judas foi agravado com as palavras dos líderes religiosos: "E eles retrucaram: "Que nos importa? A responsabilidade é sua"." (Mt. 27.4).  Porém, ainda que eles tenham colocado a responsabilidade pela morte de Jesus sobre Judas; ainda que tal responsabilidade também tenha sido colocada sobre o povo israelita (At. 3.15) e sobre os líderes judeus (At. 5.30;), diferentemente disso, a teologia da morte de Jesus, como a vemos no Novo Testamento, em vez de colocar a responsabilidade pela morte de Jesus sobre os ombros de uma pessoa ou de um grupo, a coloca sobre os ombros de todos nós.

Emitir, então, juizo de valor sobre a salvação de Judas é fácil para aqueles que entendem salvação como uma equação matemática, na qual "a soma da palavra bíblica tal + a palavra bíblica qual + a reação da pessoa "Y" é = a...".  Porém, salvação é uma manifestação graciosa de Deus, que conhece as intenções, os motivos, dos corações. Para ele, o que é impossível aos homens torna-se possível (Mt. 19.26). Assim, prefiro  não entrar no julgamento de Judas.

O que posso dizer, à luz das consequências da  "metameletheis" em Judas e das consquências de "metanóia" em "N" casos registrados no Novo Testamento é que "metanóia" produz vida enquanto "metameleteheis" produziu suicídio.

Sim, arrependimento é uma reação que ocorre no interior da vida humana, através da qual tem início um processo de mudança de mentalidade a respeito de nós mesmos e da nossa relação com Deus, com as pessoas e com o mundo que nos cerca. Essa nova mentalidade é geradora de vida, por isso afeta todas as dimensões, levando o arrependido a não conformar-se com condutas, leis, estruturas de pensamento ou de organização social geradoras de morte.

Essa  inconformação movida pela mudança de mentalidade, não nos torna juizes arrogantes, prepotentes, do mundo, nem vendedores de um produto religioso, muito menos profetas do pessimismo, mas cooperadores humildes de Deus no sentido de
"pregar boas novas aos pobres", "proclamar liberdade aos presos", "recuperação da vista aos cegos", "libertar os oprimidos" e de estar sempre atentos, por saber que "aquele que julga-se firme, cuide-se para que não caia" (I cor. 10.12).

Arrependimento, portanto, é uma reação contínua. Sob o domínio da confiança na graça de Deus, cada vez que o arrependido depara-se com situação que pode produzir morte, sua reação o move em sentido contrário, no sentido de caminhar para e com Jesus, pois, como ele mesmo disse, "quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva". (Jo. 7.38).

Ao orar por arrependimento e conversão no senhor Jesus Cristo, comecemos por nossas próprias vidas, verificando se nossas atitudes, palavras e ações são geradoras de vida ou de morte; se nossos posicionamentos diante da realidade são produtores  de vida ou de morte. Feito isso, oremos então para que cada pessoa ao nosso redor seja contagiada por esta nova mentalidade que pode ser alcançada na relação graciosa com Jesus, o Cristo.

Abraços do seu pastor,

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Analfabetismo - 28.05.12 - 36/100 dias de oração pelo Brasil

Uma música que marcou minha vida a partir do final da década de 70, foi publicada sob o número 552 do "Hinário Para o Culto Cristão", produzido e vendido pela Convenção Batista Brasileira.

É pouco conhecida e cantada em nossos cultos.

Como "definiu-se" que atuação social não é o "nosso nicho de mercado" denominacional, ocupação com questões sociais acaba sendo, para alguns, apenas estratégia de "missões" (o que exatamente se quer dizer com esta palavra?).

O hino toca no problema do analfabetismo, não de maneira romântica, mas em uma de suas mais sérias implicações. Leia:

Que estou fazendo se sou cristão

Letra: João Dias de Araújo
Música: Décio Emerique Lauretti


"Que estou fazendo se sou cristão,
Se Cristo deu-me total perdão?
Há muitos pobres sem lar, sem pão,
Há muitas vidas sem salvação.
Meu Cristo veio pra nos remir,
O homem todo, sem dividir:
Não só a alma do mal salvar,
Também o corpo ressuscitar.


Há muita fome no meu país,
Há tanta gente que é infeliz,
Há criancinhas que vão morrer,
Há tantos velhos a padecer.
Milhões não sabem como escrever,
Milhões de olhos não sabem ler:
Nas trevas vivem sem perceber
Que são escravos de um outro ser.
 
Que estou fazendo se sou cristão,
Se Cristo deu-me o seu perdão?
Há muitos pobres sem lar, sem pão,
Há muitas vidas sem salvação.
Aos poderosos eu vou pregar,
Aos homens ricos vou proclamar
Que a injustiça é contra Deus
E a vil miséria insulta os céus."


O problema do analfabetismo, colocado nessa música, não são apenas os prejuizos sofridos pelas pessoas nesta condição, tais como não saber ler a linha do ônibus ou um aviso de perigo ou uma receita médica, ou a Bíblia, por exemplo; nem o fortalecimento da baixa-autoestima, pelo preconceito social do qual o analfabeto é vítima;  nem, ainda, o fato de não poder competir por uma vaga no mercado de trabalho que ofereça melhores condições, enfim. O destaque é: "Nas trevas vivem sem perceber que são escravos de outro ser".

O analfabetismo, seja ele em relação à escrita, à leitura ou  à politica, torna-nos presas fáceis de pessoas e sistemas autoritários, exploradores, opressores. Analfabeto, então, não é somente quem não sabe ler ou escrever, mas quem não sabe interpretar o que lê e nem tem noção das consequências, inclusive políticas, de sua condição.

Tenho observado, por exemplo, o processo de analfabetismo teológico a que estão sendo submetidas algumas escolas de formação ministerial da denominação batista, nos últimos anos. A impressão que tenho é que, para alguns, seminário de teologia deve ser escola técnica de formação de mão de obra qualificada para atender as exigências do mercado religioso-denominacional, especialmente relacionada a quantitativismo.

A pretexto de combater o que chamam de "academicismo" ou um suposto inimigo chamado "liberalismo" (você sabe a extensão e alternativas de significado dessa palavra?), nossas escolas de formação teológica estão sob pressão, parece que, para serem transformadas em "Escola Bíblica Dominical' (com todo respeito à EBD) um pouco mais equipada, com professores remunerados e objetivos mais tecnicamente específicos. Gente que pensa, exceto se o pensamento não divergir, não é bem vinda.

Oremos então, pelo fim do analfabetismo em suas diversas formas de manifestar-se, visando possibilitar a todos, a participação na construção de uma vida melhor com Deus e com os semelhantes, em todas as dimensões. E nos comprometamos com aquilo pelo que oramos.
Abraços do seu pastor,

Escolas e Universidades Brasileiras - 27.05.12 - 35/100 dias de oração pelo Brasil

Fui convidado a participar de uma reunião, em um hotel de ponta, na qual um senador com histórico relacionado à educação falaria sobre qualidade na educação. Dentre seus argumentos para justificar a falta de qualidade, um chamou minha atenção. Disse ele que, uma vez que os salários pagos aos professores diminuiram sensivelmente, ensinar deixou de ser interessante às filhas da classe abastada, portanto as bem educadas, e as vagas passaram a ser ocupadas por pessoas da "periferia", sem preparo adequado.

Em outra ocasião, foi da boca de um pai que, ao comentar o sucesso financeiro do filho que havia terminado o 2º grau e parou de estudar, ouvi: "estudamos pra ganhar dinheiro. Se ele já está ganhando dinheiro, pra que estudar mais?" (O problema não é parar de estudar, ainda que isso seja uma decisão equvocada numa época de rápidas e profundas transformações científico-tecnológicas, mas a justificativa para tal)


O que há em comum, nos dois casos é, além da ignorância, o dinheiro como eixo do processo ensino-aprendizagem.


Não tenho nada contra o dinheiro, exceto sua divinização e transformação em eixo central de motivação para o desenvolvimento dos processos educacionais.


É claro que um bom salário é boa motivação para o trabalho. Porém, um bom salário, por si só, é capaz de, no máximo, fazer com que o professor coloque um largo sorriso no rosto e pare por aí. Ele - salário - não é o único, nem o mais importante diferencial entre uma aula ruim e outra de boa qualidade. 


Quanto a estudar para ganhar dinheiro, devemos nos lembrar que uma pessoa pode ganhar muito dinheiro sem ter aprofundado seus estudos, mas sua vida não ser de boa qualidade, especialmente no essencial, no permanente.


Dinheiro, portanto, não deve ser a única, muito menos a motivação central das escolas. Construir valores que fortaleçam a dignidade humana, em termos individuais e sociais e conhecimentos que nos ajudem a minorar a dor uns dos outros; desenvolver competências e tecnologias que nos permitam realizar bem aquilo que produza vida saudável, confortável e prazerosa para  todos; conscientizar-nos de como as relações interpessoais e sociais são estabalecidas, do papel que podemos e devemos exercer na sociedade, da função da ética para nortear e preservar a vida, do tipo de relação que devemos manter com o dinheiro e, especialmente, da importância do conhecimento e reconhecimento da dimensão espiritual da vida, por exemplo, são mais importantes do que apenas ensinar ou estudar para ganhar dinheiro.


Reconheço, por exemplo, a importância do ensino tecnico-profissionalizante. Vejo-o, porém, com desconfiança, quando é oferecido quase que exclusivamente para atender interesses econômicos (leia-se, via-de-regra, interesses dos proprietários de empresas ou seus acionistas), colocando como grande vantagem para a população o fato de ter emprego e renda e, pior, usando isso como ideologia para solução de problemas sociais, quando há outras áreas da vida cuja importância para a realização humana e bem estar social também exigem prioridade e investimento em educação.


A discussão então, não é sobre o papel ou a importância do dinheiro na vida humana, mas sobre o uso dele como motivação central para o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem e quem efetivamente ganha ou perde com isso.


Igrejas cujo parâmetro de desenvolvimento são os números (de batismos, de membros, de missionários, de congregações, de receita, etc.) e cuja motivação para suas atividades é o aumento de membros, de patrimônio ou finanças, demonstram que suas vidas giram em torno de critérios da mesma natureza dos adotados pela educação realizada em torno do dinheiro. Sua eficácia espiritual em nada contribui para o desenvolvimento humano, exceto, talvez, para uma pequena parcela da população.


Igrejas assim não poderão contribuir efetivamente para a construção de uma socieade na qual o dinheiro não seja "deus", na qual a realização do ser humano integralmente está gritando por socorro.


Ao orarmos hoje pelas escolas e universidades, oremos pela mudança de mentalidade dos que estão decidindo a educação brasileira, inclusive das igrejas, e pelo envolvimento do "povo de Deus" na luta por educação voltada para todos, em todas as dimensões da vida.


Abraços do seu pastor,

sábado, 26 de maio de 2012

Libertar o Brasil da corrupção e dos negócios ilícitos - 26.05.12 - 34/100 dias de oração pelo Brasil

"Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom." ( Mateus 6:24)

Não acredito que se possa combater a corrupção, em termos espirituais, sem entendimento e obediência às palavras de Jesus a respeito da nossa relação com o dinheiro. Entendo que a compreensão das palavras de Jesus - "Não podeis servir a Deus e a Mamon" - é a chave que modifica todo o sentido de nossa existência e afeta nossos relacionamentos com as pessoas, as coisas e o meio ambiente.

Qualquer pessoa que aprofunde o entendimento sobre o significado de tais palavras e as leve a sério concordará com Robert Kiyosaki e Sharon Lechter
,  paradoxalmente capitalistas conhecidos pelo livro "Pai Rico, Pai Pobre", pelo menos quando afirmam que devemos controlar o dinheiro e não ser controlados por ele.

Ainda que a ideologia não seja a mesma, as palavras deles clareiam uma idéia essencial das palavras de Jesus: controlará nossa vida quem for reconhecido por nós como nosso Deus.

Corrupto é a pessoa que, na prática, definiu que o dinheiro é o deus de sua vida. Não importa quanto tenha, nem que malefícios isso possa causar à sua vida, à humanidade ou ao meio ambiente. Não importa a ética ou as leis de uma sociedade. O importante é ter, seja qual for o preço a ser pago, pois o dinheiro é o deus de sua vida e sobre ela exerce pleno controle.

Isso, entretanto, não significa que, para resolvermos a questão da corrupção, nada mais precise ser feito senão "evangelizar", visando a conversão de cada indivíduo ao "senhorio de Deus".

Por esse raciocínio, não seria necessário nos ocuparmos com a elaboração, manutenção e aplicação de leis para garantir uma infinidade de direitos humanos. Bastaria um constante e ininterrupto processo de  "evangelização" e tudo se resolveria.

Significa que, em que pese o reconhecimento de que a base espiritual dos nossos problemas seja a ausência de reconhecimento do senhorio, da autoridade de Deus sobre nossas vidas e que a evangelização (não confundir com a  conquista de adeptos religiosos interessados somente em fugir do fogo do inferno para em viver em ruas de ouro e cristal nos céus) seja o caminho para que nossa relação com Deus se modifique, outras ações são necessárias, em termos sociais. Sem tais ações, os efeitos maléficos da insubmissão a Deus destruirão a vida.

Penso que o combate à corrupção deve passar por um permanente processo evangelizador visando levar pessoas a conhecerem, reconhecerem e se comprometerem com os valores espirituais personificados em Jesus, bem como por uma ação política determinada das pessoas que reconhecem o "senhorio de Deus", personificado em Jesus, no sentido de desenvolverem leis, estruturas organizacionais e sistemas de controle que minimizem os efeitos maléficos que o "Senhorio da riqueza", personificado no dinheiro, exerce sobre a vida humana.

Leis como a de responsabilidade fiscal e do acesso à informação, bem como projetos de lei
, em discussão no Congresso Nacional, como o que regulamenta o lobby político (as ações visando influenciar os poderes públicos); que institue o financiamento público de campanha, acabando legalmente com o financiamento privado e o que criminaliza as empresas que participam de atos de corrupção são iniciativas que visam aumentar a transparência e as penalidades, para tornar a vida em sociedade mais saudável, minimizando os efeitos do "senhorio do dinheiro".

Neste dia em que estamos orando para "libertar o Brasil da corrupção e dos negócios ilícitos", não podemos deixar de rever
, diante de Deus, nossa teologia, bem como nossa ética. Isso é essencial na construção de uma vida melhor, de um país melhor.

Abraços do seu pastor,
Edvar

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Hospitais - Motivo constante de nossa intercessão -- 25.05.12 - 33/100 dias de oração pelo Brasil

Certo dia, ainda no final da adolescência, Dona Nena, minha mãe, perguntou-me se eu visitaria determinada pessoa que estava hospitalizada. Respondi declarando não gostar de ir a hospital. Ela replicou perguntando: mas, você não vai ser pastor?

Claro que me senti chantageado. Como querer ser pastor e não gostar de ir a hospital?

Desde então, em vez de desenvolver o gosto de ir a hospital, descartei a idéia de que poderia ser um pastor completo (ideal de adolescente!). Passei a trabalhar em função de um alvo mais modesto: fazer o meu melhor visando ser um bom pastor.

Se, então, me ouvir dizendo que vou a hospital com prazer, tenha certeza: estarei mentindo. Vou porque minha presença pode ser boa - e geralmente é - para alguém. Ou porque precisei pra mim mesmo!

Penso que profissional de saúde deve gostar de saúde, gostar de gente mas, de hospital, apenas mais do que pessoas como eu. Enquanto a maioria das pessoas vai a hospital por necessidade, geralmente sofrendo, profissional de saúde vai, ou para realizar seu sentido de "vocação", ou por consciência de missão, ou para "fazer" seu sustento, ou, o que o faria muito mais feliz, por todas as razões anteriores.

Condições favoráveis à saúde diminuem a probabilidade, mas não elimina a possibilidade de se precisar de hospital. Por isso, se meu sentimento desfavorável a hospital aumenta em mim a valorização de sua importância, minha admiração pelos profissionais que nele atuam se dá pelo reconhecimento da importância humana e relevância social do trabalho nele desenvolvido.

Afirmar aqui que a priorização da saúde pública no Brasil não faz parte da agenda da quase totalidade daqueles que os partidos políticos indicam e nós ratificamos pelo voto, seria repetitivo. Por isso, neste dia, devemos sim, orar pelos hospitalizados e pelos profissionais que atuam nos hospitais, mas também e, sobretudo, por nós mesmos, para que nos empenhemos mais no sentido de sermos cidadãos mais conscientes.

Isso significa não somente ser mais cuidadoso na hora de votar, mas também mais informado e engajado, por todos os meios, em lutas que tornem o Brasil mais saudável, em todas as áreas, inclusive, portanto, na de saúde e, especificamente, no cuidado com os hospitais.

Abraços do seu pastor,

quinta-feira, 24 de maio de 2012

CPI do Demóstenes, Cachoeira & Cia

Ontem conversava com um amigo e irmão na fé sobre a CPI do Demóstenes, Cachoeira & Cia. 

 Lamentava profundamente, pelo que representa, simbólicamente, a presença de  Márcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça, atuando como advogado do denunciado como maior criminoso do Brasil presente na mídia nos últimos dias.


Compreendo que o profissional do direito se sustenta do que recebe para defender os interesses de seus clientes e não para defender a ética, a moral ou a justiça, como valores abstratos. 

Reconheço, também que qualquer individuo tem o direito de contratar advogado para defender seus direitos. 

Percebo, inclusive, o componente inibidor que o ex-ministro representa para nossos políticos, por conhecer como poucos os esgotos do poder. 

Até causa indignação, o componente circense e marqueteiro de uma CPI e o tratamento de "bobos da corte" dado por alguns dos "nossos representantes" a nós, cidadãos-eleitores (vide Vaccarezza). 

Ainda assim, lamento e fico indignado...

Sistema Prisional - 24.05.12 - 32/100 dias de oração pelo Brasil



Foi em meados da minha adolescência que tive a primeira oportunidade de visitar a Cadeia Pública de Garça. Naquela época os índices de violência eram infinitamente baixos (ou menos perceptíveis pela ausência das moderna tecnologias de comunicação) e os casos que chamavam a atenção, pela atrocidade, eram poucos.

Os presos da Cadeia de Garça, a cidade onde nasci e fui criado no interior de São Paulo, eram de baixa periculosidade. Isso facilitava nosso acesso à Delegacia, aos domingos, para levar uma palavra de Deus às vidas dos presidiários. Fazíamos isso sem burocracia.

Entrávamos, na maioria jovens, entregávamos literatura, conversávamos com os mais interessados, orávamos por eles e, com alguns, amizades eram construídas e cartas eram trocadas, pois, naquela época, a existência de PCs ou celulares nem passava por nosso sonhos.

Claro que sempre havia o receio, sempre havia a dúvida quanto à sinceridade deles e ao que se poderia fazer por eles, ao sairem. O apoio após cumprimento de pena geralmente continua frágil.

Depois daqueles anos voltei a um presídio em 2004. Foi em Miami, na Flórida. Uma jovem brasileira que havia saido do país por problemas com a justiça americana, conseguiu novo visto e retornava regularmente ao país especialmente para fazer compras. Em uma das vezes foi surpreendida ao chegar ao Aeroporto e levada diretamente à prisão. Motivo: se não me falha a memória,
quando da renovação do visto, agora com o nome de casada, não teria informado ao consulado,  que já havia tido problemas com a justiça daquele país (ou coisa parecida).

O presidio era como o que vemos na maioria dos filmes americanos. O trâmite para visitas era bastante organizado desde a inscrição, na chegada, passando por detector de metais e revistas pessoais, na qual os objetos proibidos de serem levados para dentro, como aparelhos celulares, ficavam com a fiscalização.

Acompanhados por um policial, erámos dirigidos ao elevador que nos levaria ao andar onde a pessoa encontrava-se. Ele ficava nos observando enquanto conversávamos com a pessoa, por telefone, separados por um vidro. O ambiente era bastante limpo, todos os presos uniformizados e a ala, feminina, era formada, se não me engano, por pessoas com problemas com a imigração.

Por mais bem tratadas que as pessoas fossem, o drama de estar e sentir-se preso era evidente na fala da pessoa por nós visitada.

Claro que, tendo conhecido uma cadeia numa cidade do interior de São Paulo, no final da década de 80 e um presídio em Miami, no início do século XXI, não tenho como imaginar a realidade dos presídios brasileiros, nos dias em que vivemos.

Tudo o que sei, das condições predominantes extremamente desfavoráveis, sei pelos meios de comunicação.

Lamentavelmente, por não haver investimento adequado na educação, seja formal ou familiar;
por termos um modelo econômico-social que favorece a concentração e não o compartilhar justo do resultado do trablaho e renda; ; por termos um sistema judiciário lento e com imensas possibilidades de corrupção; por termos nos tornado, como igreja, mais em agência de serviços religiosos do que espaço e encontro para crescimento espiritual,  enfim, por esses e por outros motivos que podem ser lidos em trabalhos de especialistas abundantemente disponíveis, o sistema prisional, em vez de ajudar na recuperação, tem se tornado uma escola de pós graduação para bandidos, um lugar para aprofundamento de neuroses.

Trabalhar com este grupo, hoje estimado em 500 mil habitantes, é um desafio que exige muito amor, esperança e fé. Sim, são três ingredientes essenciais. Além disso, maturidade, perspicácia, conhecimento da realidade e muita disposição para servir não podem ficar de fora, pois, trabalhar com presidiários é trabalhar com pessoas cuja manifestação da pecaminosidade humana impressiona.


1. Oremos pela sociedade que prioriza e alimenta valores éticos que, em vez de contribuir para vivermos de forma pacífica, agrava a situação;

2. Oremos pelos governantes, para que sejam sensíveis e capazes de estabelecer prioridades adequadas e sejam honesto no uso dos recursos, para ajudarem a minimizar a criminalidade no país;
3. Oremos pelos que fazem parte do sistema judiciário e que pensam os processos de aprisionamento, rogando a Deus que façam o seu melhor visando a recuperação dos presos;
4. Oremos pelas igrejas, para que se enxerguem não como empresas prestadoras de serviços religiosos, nem se movam por uma teologia enlatada e exclusivamente escatológica, mas que perceba e assuma seu papel de sal e luz neste tempo, neste lugar, a fim de contribuir, seja preventiva, seja curativamente para que os índices de criminalidade sejam reduzidos.

Abraços do seu pastor,

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Voluntários: Os 3 "T" que fazem a diferença! - 23.05.12 - 31/100 dias de oração pelo Brasil

Vez por outra escuto alguém dizer que não trabalha por dinheiro, trabalha por amor. No contexto da maioria das vezes que ouço isso, a idéia de quem fala é elevar-se, autovalorizar-se, em comparação com outrém que atua na mesma causa ou instituição e é financeiramente remunerado. 

Geralmente, a pessoa que isso afirma, traz em suas palavras um componente emocional por ter tido um interesse seu contariado, e/ou um componente político, visando enfraquecer o outro que se sustenta financeiramente do trabalho que realiza ou até valorizar alguém, cujo papel social lhe beneficia ou pode vir a lhe beneficiar.  

Receber dinheiro como remuneração pelo trabalho não significa que a pessoa trabalha somente por dinheiro. Infeliz é a pessoa que trabalha somente por dinheiro. Geralmente há diversas outras remunerações, no campo emocional ou espiritual, que servem de motivação para o trabalho. O fato de haver remuneração financeira na relação não significa, necessariamente, ausência de amor pelo que se faz. Indica que uma instituição necessita do trabalho de alguém numa quantidade de tempo que o impediria de sustentar-se financeiramente em outra atividade. É, portanto, uma remuneração que produz benefício e atende aos interesses de ambas as partes.  

Por outro lado, a pessoa que afirma trabalhar "por amor", não está dizendo, pelo menos não conscientemente, que não receba remuneração pelo que faz. Pode até não ser remuerada financeiramente, mas sempre há outros tipos de remuneração. 

Por exemplo: há pessoas cujo trabalho "por amor" resulta, como remuneração, na experiência, no aprendizado, na construção de currículo. Ou seja, o ganho financeiro não é imediato, mas é necessário para conseguir determinado emprego ou para influenciar nos ganhos financeiros e profissionais que pretende no amanhã.

  Há pessoas que trabalham "por amor" a si mesmas, o que não seria, em si, um problema. A atividade que desenvolve, ainda que não resulte em ganhos financeiros, resulta em ganhos emocionais. A remuneração é o prazer de estar com outras pessoas; é o reconhecimento por ela valorizado, de alguém ou de um grupo social; é o preenchimento de um tempo ocioso que lhe era angustiante; é o preenchimento de uma carência afetiva ou de reconhecimento, prestígio, poder ou, até, meio de aplacar sentimentos de culpa, por exemplo.  

Há pessoas que não recebem um centavo financeiro na atividade que realiza "por amor", cuja dedicação a determinados cargos ou funções é essencial em seus projetos políticos. Algumas são cabos eleitorais de candidatos a cargos públicos eletivos e, em períodos eleitorais, usam a influência, o prestigo ou poder decorrentes do trabalho "por amor" para pedir votos para seu candidato. Outras usam o cargo ou função como moeda de barganha com candidatos eleitos para conseguir emprego para si, para familiares ou amigos.  

Certa vez, enquanto assistia uma disputa que beirava o confronto corporal, "por amor", em determinada eleição para cargos denominacionais não remunerados financeiramente, fiquei pensando no por quê daquilo. Depois entendi que era pelo valor político que a ocupação de tais cargos representariam em períodos eleitoriais.  

Já vi, literalmente, pessoas se apresentando para trabalhar "por amor" em cargos e funções - 1º ou vice de alguma diretoria, membro de algum conselho, GT, Comissão ou até Orador Oficial de Assembéia de Convenção Batista, por exemplo - sem remuneração financeira, simplesmente pelo prestígio, possibilidade de oportunidades na carreira "ministerial" e até viagens para conferências, inclusive no exterior.  

Presenciei. Não estou "ficcionando"!

  Não há, portanto, trabalho destituído  absolutamente de interesse, de remuneração. Há interesses e remunerações etica e socialmente aceitáveis ou "rejeitáveis" pelos benefícios ou prejuizos ao indivíduo ou à sociedade, de imediato ou no longo prazo. Tais constatações não diminuem, em absoluto, o valor do trabalho voluntário. Visam clarear que, o que determina o "por amor" no voluntariado não é a remuneração, mas a legitimidade dela. 

Se o determinante no trabalho voluntário não exclui algum tipo de "remuneração" a quem o prática, o que o diferencia é a inclusão dos interesses, das necessidades, de outros e da sociedade, nos motivos e motivações daquilo que realiza. Nele, o altruismo fala mais alto do que o egoísmo. O ser humano deixa de ser uma ferramenta que usamos para atender nossos interesses e passa a ser alvo do meu amor, da minha dedicação.  

Portanto, assim como no trabalho financeiramente remunerado, o trabalho voluntario também requer os 3 "T" muito bem colocados e definidos por Nancy Gonçalves Dusileck, no roteiro de oração do livro "100 dias que impactarão o Brasil": Tempo, Trabalho e Talento. E isso deve ganhar ainda mais valor e atenção, quando declaramos que o fazemos como resposta ao amor de Deus plantado em nossos corações.

  Oremos, pois, no sentido de sermos voluntários reconhecendo como motivo os valores mais profundos do Reino de Deus e como motivação o atendimento às necessidades mais profundas da vida, especialmente da dos empobrecidos, como nos exemplificou Jesus e nos recomenda as Escrituras Sagradas.  

Abraços do seu pastor

terça-feira, 22 de maio de 2012

Governadores e prefeitos - 22.05.12 - 30/100 dias de oração pelo Brasil

Já comentamos nosso pensamento bíblico sobre oração pelas autoridades, quando oramos pela "Presidenta, seus ministros e secretários". Os interessados devem ler esse texto para compreender melhor nosso posicionamento sobre a recomendação bíblica de orar pelas autoridades, diferenciando autoridade e pessoa investida de autoridade.

Hoje estamos sendo convocados a orar pelos governadores e prefeitos. A recomendação não diz que devemos orar somente pelos que consideramos bons governadores e prefeitos, ou orar pelos governadores e prefeitos aliados à nossa ideologia política ou por governadores e prefeito que priorizam os interesses da classe social na qual estamos inseridos ou, ainda, pelos governadores e prefeitos do partido ao qual sou filiado ou simpatizo.

A recomendação é orar pelos governadores e prefeitos.

Sei que para alguns isso é um desafio, em face do envolvimento político e, quem sabe, desafeto que mantêm com tais dirigentes. Mas, se fomos desafiados por Jesus a orar pelos inimigos, aqueles que se opõem mais veementemente em oposição aos que ocupam os cargos de governador de Estado ou de Prefeito da Cidade, têm uma oportunidade para fazer o que Jesus disse:

 "Vocês ouviram o que foi dito: 'Ame o seu próximo e odeie o seu inimigo'.  Mas eu lhes digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem,  para que vocês venham a ser filhos de seu Pai que está nos céus. Porque ele faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos.  Se vocês amarem aqueles que os amam, que recompensa vocês receberão? Até os publicanos fazem isso! "
(Mt. 5.43-47)

Quanto mais profunda for sua consciência ou envolvimento político e quanto maior for sua oposição aos que ocupam tais cargos, maior o desafio nesta oração e maior a oportunidade de tornar realidade o comrpomisso que temos com Jesus, em termos de amor e oração.

Pessoalmente, minha expectativa em relação aos que ocupam tais cargos vão em pelo menos duas direções:

1. Administração - Sempre apoiarei governadores e prefeitos que administram a coisa pública com zelo, com competência, com o mesmo cuidado que gostariam que fosse administrado seus proprios bens e recursos.

Governadores e prefeitos que depositam um olhar sobre a cidade como um todo, identifica seus problemas, estabelece uma ordem de prioridade para solucionados, estuda-os, planeja a solução, executa com atenção, controla a execução e avalia os resultados, dentro do processo.

Governadores e prefeitos que defendem a transparência. Eles se candidataram porque quiseram e sabiam o quanto receberiam pelo serviço a ser prestado ao povo. Portanto, tornar transparente o uso do dinheiro público, os processos de contratação, os planejamentos em favor do Estado ou Cidade, nenhum prejuizo trará a ele. A Lei de Acesso a Informação que entrou em vigor em 16 de maio deixa claro que a regra é a transparência. O sigilo deve ser exceção.

Governador e Prefeito que dificulta a implementação da transparência tem alguma má intenção incubada em seu coração. Não há porque temer a transparência quando estamos sendo pagos para cuidar do que não é nosso.

Um governador e prefeito para merecerem meu voto, precisam se enxergar como um síndico que tem consciência de que seu papel não é fazer o que quer, mas administrar em direção àquilo que a comunidade precisa e quer que seja feito com os recursos públicos, do povo.

2. Ideologia - O conceito ideologia é da maior importância, ainda que seja desvalorizado por aqueles que se beneficiam da ideologia vigente. Ideologia é o sentimento ou o pensamento, consciente ou insconciente, que norteia nosso comportamento.

Não devemos ser infantis politicamenrte pra acreditar que os que ocupam tais cargos não são, eles mesmos e os que os apoiam, interessados em fazer prevalecer uma ideologia. O conflito de ideologias é uma realidade, quer admitamos ou não. A força da afirmação ou negação de uma ideologia é diretamente proporcional à posição que nos encontramos diante dela: de beneficiários ou marginalizados.

Nosso falar e agir retratam a ideologia que foi introjetada em nossa mente desde a infância, seja através de processos formais ou informais. Algumas são benéficas outras nocivas. Algumas retratam o interesse público outras os interesses de determinado segmento ou classe social e até corporativo. 

Por exemplo: a idéia que alguns desenvolvem de que Deus predestinou uns para serem enriquecidos outros para serem empobrecidos. Há quem creia assim e até se utilizam de textos bíblicos como justificativa. Aqueles que são enriquecidos repetiriam essa ideologia, pois ela lhes favorece. Aos empobrecidos caberia aceitá-la e acreditar que no céu as coisas se inverteriam. Isso é ideologia da pior qualidade, pois contraria prícipios básicos da fé, como por exemplo o do amor e da justiça divinos em favor de toda criatura.

A felicidade não está em ser rico ou pobre, mas em todos terem acesso a condições dignas de vida, em termos de educação, alimentação, saúde, vestuário, transporte, segurança, lazer, em assim por diante.

Há aqueles que são norteados pela ideologia imoral de que se o bem é público, ele não pertence a ninguém, portanto, dilapidá-lo não representa um mal contra alguém específico. Há aqueles que se guiam pela compreensão, pelo sentimentos de que, se o bem é público, ele nos pertence a todos e, portanto, deve ser interesse de todos preservá-lo e desenvolvê-lo de forma justa e amorosa.

A ideologia, então, está presente por detrás de todas as nossas palavras, decisões e ações. Identificá-la e refletir sobre ela é de grande importância, pois são nossos sentimentos e pensamentos que determinam nosso comportamento. Isso se aplica nas pequenas escolhas que fazemos tanto quanto nas maiores, inclusive de interesse internacional.

Um governador e prefeito, para merecerem meu voto, devem ter demonstrado em suas ações
, antes de ocupar o cargo, que são pessoas empenhadas em maximizar a justiça social e a qualidade  dos relacionamentos interpessoais.

Observe que não estou aqui discutindo modelo político-econômico, economia de mercado ou total controle do Estado. Não se trata de ser, pra usar os extremos, comunista ou capitalista. Trata-se de valores espirituais que transparecem em nossa ideologia e, portanto, no discurso e prática de quem ocupa ou pretende ocupar cargos de governadores e prefeitos.

Que neste dia em que estamos orando por governadores e prefeitos, reflitamos em profundidade a respeito de administração pública e ideologia. Quem sejamos cidadãos capazes de enxergar o que de bom ou mal tem sido feito. Não ter medo de aplaudir o que está indo bem, nem de apontar o que está indo mal. Que coloquemos a vida dos atuais governadores e prefeitos diante de Deus e nos coloquemos ao lado deles, naquilo que é benéfico para toda a sociedade e, em oposição, ao que traz mal à coletividade.

Abraços do seu pastor,
Edvar

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Visão de Compaixão da Igreja - 21.05.12 - 29/100 dias de oração pelo Brasil


Nesse domingo, na 29ª mensagem sobre Imperativos de Jesus, no culto da I.B.da Graça.SSA, um dos aspectos que enfatizamos foi a priorização da misericórdia acima da lei, ensinada e exemplificada por Jesus.

É claro que nenhum valor espiritual deve ser encarado de forma absoluta. Está fadada a falir qualquer instituição religiosa cujos dirigentes pretendam se reger absolutamente pela misericórdia, da mesma forma que nenhuma será capaz de cumprir sua missão se os dirigentes se regerem absolutamente por citérios friamente técnicos. São dois extremos que devem ser avaliados. O conflito entre a priorização do humano e a da instituição é permanente e isso pode ser saudável, dependendo de como se lida com ele.

Teoricamente é fácil defender que a misericórida ao humano é mais importante do que a preservação da instituição. Porém, nem sempre o que defendemos se torna factível através das decisões que tomamos, em face das implicações, dos desdobramentos, no tempo e no espaço. Não há decisões cujos efeitos se limitam estritamente ao aqui e agora. Sempre haverá efeitos no lá e depois.

Coloco isso, inicialmente, pra deixar claro o cuidado que devemos ter quando avaliamos nossos valores em termos teóricos e quando precisamos decidir numa determinada situação.

Afora isso, ainda que não tenhamos dados objetivos sobre como a misericórdia está sendo vivenciada em cada igreja local, alertar sobre a possibilidade de a estarmos deixando em segundo plano, em face da evidente priorização do material sobre o espiritual em nossa sociedade, é sempre oportuno. É que a igreja real é formada por pessoas que retratam muito mais a cultura da sociedade na qual está inserida do que admitimos.

É natural que a cultura exerça influência sobre a igreja. A igreja, entretanto, precisa ter consciência de que, se por um lado somos produto do meio, por outro, somos capazes de refletir, avaliar e influenciar os rumos do meio. A cultura influencia na construção do ser humano, o ser humano influencia na construção da cultura. É um círculo que pode ser virtuoso, dependendo de como lidamos com ele.

Pensando assim, se vivemos em uma cultura na qual o materialismo é fortemente valorizado, é claro ser da maior importância, reagir, enfatizando a necessidade de valores espirituais, dentre os quais a misericórdia é essencial.

Além disso, não devemos deixar de considerar que a priorização do dinheiro é tal, especialmente em igrejas midiáticas, que há até aquelas que justificam não ajudar pessoas em situação de adversidade econômico-financeira, sob a alegação de que, se elas - tais pessoas - chegaram a tal ponto é porque estão vivendo em pecado. Isso é tão absurdo quanto proclamar que a prosperidade material é fruto de bênção divina, desconsiderando determinantes político-econômicos. 

Então, enfatizar a compaixão na vida da igreja é algo que não sai de moda, em face da visível e comum divinização do dinheiro, do material.

Hoje, a reflexão escrita por Eli Fernandes de Oliveira, sob o tema "Visão de Compaixão da Igreja!", no roteiro de oração "100 dias que impactarão o Brasil", merece uma profunda reflexão e, sobretudo, avaliação em torno do nosso discurso e nossa prática.
Abraços do seu pastor,

Da utilidade das redes sociais e outros...


Esta será também a utilidade do vaso sanitário,
do chuveiro,
da pia do banheiro,
da cama,
da sala de televisão,
da mesa da cozinha,
do sofá da sala,
do interior do carro,
das atividades da igreja,
da praia,
do campo de futebol,
das reuniões denominacionais,
dos eventos para combater pensamentos divergentes e afirmar os nossos,
enfim,
até do uso de nossa língua.

Pensando melhor, será que Deus vai precisar mesmo de alguma prova para nos julgar?

Será que seremos medidos pelo tempo gasto em oração ou pelo tempo investido em amar ao próximo?

Será que o sangue de Jesus derramado na cruz para perdoar nossos pecados (do passado, do presente e do futuro) terá algum valor no julgamento de Deus?

Não será muita pretensão nossa ou um tipo de chantagem emocional querer dizer que ferramentas Deus usará para provar isso ou aquilo?

Sei não, tô aqui pensando...

domingo, 20 de maio de 2012

O clamor do silêncio tem ecoado no Brasil - 20.05.12 - 28/100 dias de oração pelo Brasil

A leitura do texto de Marília Moraes Manhães, no livro-roteiro "100 dias que impactarão o Brasil" prendeu minha atenção do começo ao fim. É que, além das colocações bem feitas por ela, em relação aos surdos, passou por minha cabeça o conhecimento que tenho tido, um pouco mais de perto, dos problemas dos surdos.

Nesses anos de pastorado em Salvador, já tive o privilégio de batizar diversos surdos e aguardo a realização do casamento de um casal surdo, em outubro.


Não só isso. Tenho visto também a dedicação da equipe de interpretes nos cultos, o empenho na realização de estudos bíblicos e encontros de jovens surdos. Tenho visto pais se aproximando do evangelho e se comprometendo com Jesus, por acompanhar seus filhos surdos nas atividades da Igreja. Tenho visto o grupo de surdos feliz, sorrindo, após cada culto.


Mas há um problema. Me dei conta mais recentemente, através do apelo feito pelos líderes do Ministério Vozes do Silêncio, de que os surdos precisam muito mais do que interpretes. Eles precisam ser pastoreados. Eles precisam de alguém com quem possam abrir seus corações e compartilhar suas angústias. Alguém, portanto, que conheça sua lingua e, consequentemente, sua cultura. Alguém que tenha maturidade para "ouvir", equilíbrio para não contar para outros os problemas que tomam conhecimento e condições para ajudá-los a encontrar caminhos para solucionar seus problemas.


Mais ainda: eles também tem dúvidas na área bíblico-teológica. Portanto, eles precisam de alguém que possa dialogar com eles sobre textos das Escrituras, inclusive complexos, cuja interpretação, boa ou ruim, pode determinar todo um roteiro de vida, feliz ou infleiz.


Dispor de intérpretes é algo extraordinário para suas vidas, mas, se não têm com quem abrir suas mentes e corações, pensamentos e sentimentos, a vida se torna ainda mais desafiadora, numa sociedade na qual a lingua vigente é a portuguesa e não a LIBRAS.


Diante disso, o Conselho Diretor da Igreja convenceu-se de que precisamos contratar um pastor para surdos. Alguém com formação teológica e preparo ministerial. Estamos caminhando para a última etapa de uma proposta que deverá ser feita à Assembléia de Membros visando iniciar o processo de busca por alguém que possa desenvolver este ministério pastoral entre nós.


O
remos, então, pedindo a Deus que chame obreiros para esta seara e sensibilize nossos corações para as necessidades dos 6 milhões de surdos no Brasil.

Abraços do seu pastor,

sábado, 19 de maio de 2012

Moradores de Rua - 19.05.12 - 27/100 dias de oração pelo Brasil

Morador de rua é algo comum de se ver em nossas cidades brasileiras. Na região do Canela e Campo Grande, em Salvador, por exemplo, alguns fazem parte do dia-a-dia dos moradores. Mas eles não estão presentes somente em países empobrecidos. Nos países enriquecidos também nos deparamos, ainda que raramente.

Bem antes da crise econômica americana, vez por outra via um pelas ruas das cidades do Sul da Flórida. Mas a maioria, consciente, aparecia com uma placa de papelão, dizendo algo para os que passavam, como este:

(Não precisamos de moedas, mas de mudança)

Os motivos de cada um são diferentes. Tenho acompanhado semanalmente alguém que já perambulou pelas ruas. Considero uma grande vitória o simples fato de já ter conseguido manter contato por dois meses, com regularidade e pontualidade com esta pessoa. Se ela superará seus problemas e se reintegrará plenamente, não há como dizer.

Boa parte segue por este caminho por conflitos interiores profundos que começaram dentro de casa, por razões das mais diversas, inclusive, e talvez principalmente, de ordem sócio-econômica. Elencá-las aqui seria desnecessário. Com facilidade encontramos o assunto sendo tratado na internet.

A solução é complexa, pois envolve elementos de natureza espiritual, psicológica e econômica e o processo de recuperação não é tão rápido. Lidar diretamente com as próprias pessoas talvez seja o primeiro grande desafio, pelas condições de higiene nas quais se encontram.

Admiro pessoas, como as que atendem os apelos da "Missão Pelourinho" (informe-se com Analice, da IBG - analice_pcn@yahoo.com.br) e saem às ruas para alimentar, falar do amor de Deus e abrir possibilidade de recuperalção. Mas nem todos conseguem participar de ações desta natureza. Nesse caso, talvez os caminhos possíveis seja , primeiro, um engajamento político na cidade, a fim de mover os poderes públicos a uma ação mais direcionada e eficaz, no sentido de investir na recuperação e, também, apoiar com recursos técnicos e financeiros,
ONGs que atuam na área.

Como vivemos num país no qual os desafios na área social são imensos, as alternativas de atuação social são múltiplas. Porém, ficar sem fazer nada, de braços cruzados, transferindo a responsabilidade para os poderes públicos não me parece o melhor caminho, ainda.

Uma vez que nos comprometemos com aquilo pelo que oramos, oremos hoje pelos moradores de rua, nos informemos a respeito de quem está fazendo algo e participemos de alguma forma a fim de que a dor dos que vivem nesta condição e a prória condição de morador de rua sejam superadas.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Como sua oferta faz Missões - 18.05.12 - 26/100 dias de oração pelo Brasil

Um dos diferenciais da maioria das igrejas batistas que eu jamais imaginei que um dia precisasse enfatizar, são os princípios que norteiam sua administração financeira.  

A ênfase neste diferencial não se dá em função dos membros da igreja. É uma necessidade de pessoas habituadas a ouvir que alguns donos de "igrejas particulares" estão se enriquecendo de maneira assustadora, sem qualquer pudor.  

Conquanto reconheça a importância  de enfatizar o princípio norteador da administração financeira da maioria das igrejas batistas, tenho a convicção de que não é este o motivo que leva pessoas a contribuirem. Isso pode até influenciar, mas o que leva uma pessoa a contribuir é o amor que ela tem pela obra missionária da igreja.  

Quando falo de obra missionária, não me refiro ao sentido que predomina na cabeça de alguns: enviar missionários para falarem do céu e do inferno, muito mais do inferno do que do céu, e plantar igrejas como se isso fosse um fim em si mesmo. Falo da identificação que cada pessoa tem com a vida e missão de Jesus e sua reprodução no cotidiano. 

Alguns textos expressam claramente o modelo de vida e a missão de Jesus. Exemplos:  

"Sabem o que aconteceu em toda a Judéia, começando na Galiléia, depois do batismo que João pregou, como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e poder, e como ele andou por toda parte fazendo o bem e curando todos os oprimidos pelo Diabo, porque Deus estava com ele. (Atos 10.37-38)  

"O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade aos presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos e proclamar o ano da graça do Senhor"  

Falar, então, de como nossa oferta faz missões, é falar de como cada centavo aplicado pode resultar na reconciliação de pessoas com Deus e suas repercussões, individuais e sociais, no tempo e no espaço. É falar de como os recursos financeiros são aplicados em favor da reprodução da vida de Jesus em nossas vidas, na vida dos que nos cercam e na vida da sociedade na qual estamos inseridos.  

Portanto, sustentar financeiramente  pessoas conhecidas como missionários, que se dedicam exclusivamente à proclamação, ao ensino, ao serviço em prol do semelhante,  é uma estratégia muito importante, mas não é, jamais, a razão última da ação missionária de uma igreja.  

Quando me deparo com pessoas que não contribuem financeiramente para a obra missionária da igreja (repito: não restrinja isso a campanhas  para levantamento de ofertas) jamais levanto a hipótese disso se dar por pobreza financeira da pessoa. Isso se dá por pobreza espíritual. Tenho convivido com pessoas empobrecidas que estampam um imenso sorriso no rosto cada vez que entrega uma moedinha para cooperar com o ministério missionário da igreja. (Da mesma forma que conheço outras, enriquecidas, cujos bolsos são tão travados quanto seus rostos, quando o assunto é contribuição financeira).

  Neste dia em que oramos pela obra missionária, oremos por nosso enriquecimento espiritual, pelo fortalecimento de nossos compromissos com o reino de Deus, a fim de que nossa participação no sustento financeiro, ainda que pequena, seja uma expressão da riqueza de nossa relação com Deus.

Abraços do seu pastor,

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Missões Indígenas no Brasil - 17.05.12 - 25/100 dias de oração pelo Brasil

Sou um quase total analfabeto em relação às questões indígenas.

O material mais contundente que já li (na década de 80) a respeito dos sofrimentos impostos aos índios, foi "As veias abertas da América Latina" de Eduardo Galeano, escritor uruguaio.


Apenas acompanho, através dos meios de comunicação, questões relacionadas à demarcação de terras e à preservação do meio ambiente onde vivem.


Da evangelização deles, leio, vez por outra, críticas dirigidas a missionários, especialmente estrangeiros, que usariam a atividade missionária como meio de acesso às terras onde vivem e ao que delas poderiam levar para seus países. Também chama a minha atenção comentários de intelectuais, especialmente antropólogos, a respeito da invasão cultural nociva da qual seriam vítimas.


Disso sou apenas um leitor esporádico, sem aprofundamento suficiente para me atrever a emitir juizo de valor.


Do trabalho batista, acompanho o que é publicado a respeito da dedicação
do pastor Guenther  Carlos Krieger (Ex.: http://www.jmn.org.br/noticias.asp?codNoticia=1264&codCanal=38 ). Ele é um referencial de inteligência, humildade, dedicação, abnegação e serviço.

Segundo o Pr. Valdir Soares da Silva e Ana Maria Pereira da Silva publicaram no roteiro de oração, no livro "100 dias de oração pelo Brasil", hoje são 616 mil índios no Brasil, dos quais 48% já vivem em regiões urbanizadas e 52% em aldeias. Outros dados interessantes foram por eles publicados.

Atuar entre eles não gera visibilidade, nem dá retorno financeiro. Dái não ouvirmos falar da presença de igrejas midiáticas entre eles.

O amor que afirmamos ter por eles, deve ser o mesmo que afirmamos ter por aqueles que nos rodeiam.

Enxergá-los como seres humanos e respeitá-los nessa condição deve ser o motivo de toda e qualquer ação a eles direcionada.

Caminhar com eles visando mútuo aprendizado e não uma imposição unilateral, prepotente, do nosso sistema de vida parece-me ser o correto.

Orar por suas vidas deve ser um compromisso nosso.

Assim penso quando, neste dia, oro por eles e pelas missões indígenas no Brasil.


Abraços do seu pastor,

Edvar



Ato Público em Salvador.jpg
Está chegando o dia 18 de Maio: dia Nacional de combate ao abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes. Vamos para a rua falar sobre o assunto,  distribuir panfletos sobre a necessidade da prevenção da violência com crianças e adolescentes e realizar a vacina simbólica - Um trato pelo bom Trato - em que as pessoas são abordadas por crianças e adolescentes sobre a necessidade de agir na defesa deles e delas.
Lucy Luz

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Região Sudeste do Brasil - 16.05.12 - 24/100 dias de oração pelo Brasil

Hoje estamos sendo conclamados a orar pelo Sudeste. Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo são os estados desta região.

O sudeste ganhou novo posicionamento na visão estratégica da Junta de Missões Nacionais. Na atual direção uma alteração foi feita em seu foco. Se o critério percebido anteriormente, para envio de missionários, era o das necessidades e desafios sócio-econômico do local, hoje, parece-nos, leva-se em conta a quantidade de habitantes, o maior desenvolvimento local e a repercussão que isso possibilita.

É como se a Junta de Missões Mundiais tirasse o foco da América Latina ou África e o colocasse nos Estados Unidos, por exemplo. A lógica, portanto, parece-nos, é a mesma do mercado empresarial.

Faço esse destaque não com o objetivo de emitir juizo de valor, mas como constatação, como impressão. Se esse reposiconamento é o melhor ou não, é o mais compativel ou não com o espírito de Jesus, que cada um, neste dia de oração pelo sudeste, reflita, colocando o assunto diante de Deus.

No roteiro do livro "100 dias que impactarão o Brasil", os pontos destacados da região são: a maior população do país, a maior densidade demográfica, o mais alto índice de urbanização e duas importantes metróples nacionais. Do povo, o característico destacado foi a pressa. Ironicamente, a lentidão na mobilidade é hoje uma marca também de suas capitais.

Se no nordeste a idolatria gira em torno de personagens que marcaram a população, como Padre Cícero, no sudeste evidencia-se uma idolatria em torno do capital, em torno do acúmulo material. Assim como os Estados Unidos concentram 1/3 do PIB mundial, São Paulo - um dos três estados da região - concentra 1/3 do PIB nacional. Dessa capital, dados de 2010 apontam o seguintes:
  • 38% das 100 maiores empresas privadas de capital nacional
  • 63% dos grupos internacionais instalados no Brasil
  • 17 dos 20 maiores bancos
  • 8 das 10 maiores corretoras de valores
  • 31 das 50 maiores seguradoras
  • Aproximadamente 100 das 200 empresas de tecnologias
  • BOVESPA – a maior bolsa de valores da América do Sul
  • Bolsa de Mercadoria e Futuros - BM&F, a sexta maior do mundo em volume de negócios
  • Hospital das Clínicas, o maior e mais renomado complexo hospitalar da América Latina
  • O maior shopping center da América Latina – o Centro Comercial Aricanduva, com 500 lojas
  • Dos 7 portais de Internet mais conhecidos, 6 estão baseados em São Paulo
  • 1.769 estabelecimentos de saúde, 40 hospitais públicos, 61 hospitais particulares, 24.957 leitos hospitalares, 99 bases móveis da Polícia Militar, 93 distritos policiais, 04 postos do Poupatempo, 146 faculdades, 26 universidades
  • 22 Centros de Educação Tecnológicas
  • A maior Parada do Orgulho GLBT do mundo
  • A Corrida de São Silvestre, que atrai em média 15 mil corredores de todo o mundo de cerca de 20 países.
  • Fonte: http://www.cidadedesaopaulo.
com/sp/br/sao-paulo-em-numeros
O fato é que, independente de questões políticas ou econômicas, os milhões de habitantes da região sudeste precisam conhecer a pessoa de Jesus não como uma marca de produto, mas como alguém que pode dar à vida o significado que Deus deseja para cada um e para o povo, segundo as Escrituras. Por isso, devemos nos unir em oração e trabalho pela região que é, ainda, o motor do Brasil.

terça-feira, 15 de maio de 2012

A família brasileira está doente - 15.05.12 - 23/100 dias de oração pelo Brasil

A Família brasileira está doente. O diagnóstico para tal afirmação, apresentado no roteiro de oração do livro "100 dias que impactarão o Brasil", tem como base os indicadores de crescimento no número de divórcios e de violência contra a mulher; o abuso sexual contra crianças menores de idade; o início mais cedo da atividade sexual; o acesso à pornografia e o aumento no uso de cocaina.


Tais indicadores, em sua maioria relacionados a atividades sexuais, tornam-se no mínimo curiosos quando comparados com outros.

 Vejamos:


Nunca se comercializou tanta Bíblia neste pais quanto atualmente. Já comercializamos Bíblias para todos os gostos e segmentos. É a do Pastor, da Mulher, do Pentecostal, do Adolescente e por aí vai. A renovação nos tipos de Bíblia comercializadas já é tão rápida quanto a dos automóveis e do Windows que ocorrem anualmente.


Nunca se comercializou tantos livros voltados para família (em sua maioria escritos por norte-americanos, seja por cremos que o que é bom pro lado de lá, deve ser também pro lado de cá, seja porque a visão de mercado deles é mais aguçada e seus parceiros aqui também lucram com isso).


Nunca se comercializou tanto evento, especialmente em lugares que só a classe média alta tem acesso, para abordar problemas de família (e nunca custou tão caro para 90% da população brasileira participar de um deles).


Nunca tantas igrejas evangélicas deram atenção à atividade com casais como atualmente (ainda que seja muito menos do que gostaríamos).


Nunca vimos surgir tantas igrejas com perfis tão diversificados e convivendo tão democraticamente (vi um dia desses, em uma rua de Salvador, literalmente lado a lado, uma dos Mórmons, uma Renascer e uma Batista).


Nunca o número de evangélicos cresceu tanto, segundo indicadores do IBGE.


O que chama minha atenção é que desconheço literatura evangélica ou propaganda de eventos para família (o que não quer dizer que não existam) fazendo alguma relação entre crise familiar e avanço científico-tecnológico; crise familiar e consumismo; crise familiar e desemprego; crise familiar e baixa renda; crise familiar e transportes de baixa qualidade; crise familiar e insegurança; crise familiar e habitação; crise familiar e educação de baixa qualidade; crise familiar e o novo mundo das comunicações; crise familiar e os direitos da mulher; crise familiar e a economia de mercado; crise familiar e a estrutura política do país; crise familiar e cidadania; crise familiar e a teologia das igrejas; crise familiar e a postura profética das igrejas; crise familiar e a política das (e nas) igrejas, enfim.


Ao levantar outras possibilidades de sinais através dos quais poderíamos diagnosticar causas do adoecimento das famílias brasileiras, não nego, de modo algum, que há sintomas em quantidade suficiente para declararmos que a saúde da família está abalada, nem nego, de modo algum, que todos os indicadores citados inicialmente sejam relevantes. Pelo contrário. Cada indicador por si só, deveria ser motivo de muita atenção de todos os cidadãos brasileiros.


O que questiono é que, se com toda a vendagem de Bíblias e livros sobre família, multiplicação de igrejas, inclusive das interessadas nas questões de família, e crescimento vertiginoso do número de evangélicos, repito, se com tudo isso a família brasileira continua sendo diagnosticada como em processo crescente de adoecimento, talvez tenha chegado a hora de termos coragem para nos interessarmos por outras causas, além das evidenciadas em SEXO, DROGAS (and rock 'n' roll !!!).


Ao orarmos, portanto, neste dia, pela saúde das famílias brasileiras, peçamos a Deus que nos liberte de ideologias político-religiosas que reduzem nosso entendimento e nos de discernimento para investirmos no estudo, em profundidade, de diversas outras variáveis relacionadas ao assunto família, em vez de priorizarmos a mera reprodução intelectual e comercial originadas em outros contextos, como predominantemente temos visto.


Abraços do seu pastor,

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Santidade nos relacionamentos interpessoais - 14.05.12 - 22/100 dias de oração pelo Brasil

"Os tempos estão difíceis. Vivemos uma época em que os relacionamentos - superficiais, frágeis e instáveis - tornam a vida humana solitária e, por vezes, insuportável. Tempos em que o oportunismo, o egoísmo e a ética da conveniência distanciam as pessoas, deixando-as muito mais vuneráveis à tristeza e ao crescente número de somatizações. Tempos em que o relativismo substitui o certo pelo adequado e o coerente pelo conveniente. Nesse cenário, a dificuldade de se deixar guiar por um caráter cristão é cada vez maior. Por outro lado, os efeitos de um testemunho de vida coerente também serão cada vez maiores em um mundo carente da verdade e do amor duradouros" (Pr. Ney Ladeia, no livro "100 dias que impactarção o Brasil").  

Dr. David Mein disse certa vez, em uma aula de Novo Testamento, que, em Cristo, todos somos santos e que, aquilo que chamamos de santidade deveria ser chamado de crescimento na graça.


Definições conceituais à parte, trago comigo um convencimento pessoal de que o melhor sinônimo para a palavra santidade (vocabulário da linguagem sacerdotal) em nossos dias, seria a palavra saudável. Santidade, portanto, não deveria ser visto como algo místico que só poderia ser alcançado na vivência em círculos religiosos, mas algo que pode e deve estar presente em todas as dimensões da vida humana. É a vida vivida debaixo da graça de Deus que nos estimula ao viver saudável em todas as áreas, especialmente como bem destacou o Pr. Ney Ladeia, nos relacionamentos interpessoais.  

Todo relacionamento apresenta traços de conflitos. O problema não são os conflitos inerentes ao relacionamento humano, mas o processo doentio que eles desencadeiam quando não são "re-conhecidos" e devidamente tratados. 

Pior, então, é quando mascaramos os conflitos, agindo como se eles não existissem. Atitude aparentemente benéfica, em termos políticos, nos resultados de curto prazo, na sequência prolongada torna-se um elemento estressante e profundamente doentio. Doentio não só para os relacionamentos, mas também para as pessoas envolvidas.

  Da mesma forma que, em administração, as grandes reformas decorrem do acúmulo de pequenos problemas não solucionados no cotidiano, em relacionamento, a desatenção aos pequenos e sucessivos conflitos culminarão com a necessidade de uma intervenção cirúrgica.


  Se nos comprometemos com aquilo pelo que oramos, oremos, então, pela santidade - ou saúde - nos relacionamentos interpessoais, pois é algo que afeta todos nós, sem excessão.
Abraços do seu pastor,

Juventude Evangélica - 13.05.12 - 21/100 dias de oração pelo Brasil


Hoje vamos orar pela juventude evangélica, seguindo o roteiro de oração publicado no livro “100 dias que impactarão o Brasil”.

Não é importante aqui se a palavra “evangélico”  tem relação com seu significado histórico. Isso seria assunto para outra reflexão. O que interessa  é uma juventude que, seja por quais motivos ou motivações forem, optou por abrigar-se sob esta nomenclatura.

Há algo especial no coração de jovens que se interessam por participar de uma igreja e, mais ainda, por se declararem seguidores de Jesus.

Se o que lhes está sendo repassado não retrata adequadamente  os ensinos de Jesus, o problema não é primeiramente deles. Não se pode exigir de pessoas, cujo foco de estudos excepcionalmente inclui algo sobre hermenêutica bíblica ou história do pensamento da igreja, por exemplo, sejam capazes de discernir se o que lhes está sendo ensinado é ou não o melhor, em termos das palavras de Jesus.

Nos congressos dos quais participam, por exemplo, raramente passará  pela cabeça de algum deles, quais teriam sido os critérios usados pelos dirigentes para que estes e não aqueles palestrantes fossem convidados para falar-lhes. Por que isso ocorreria, se são poucos , inclusive dos que já estão em universidade,  que se interessam por entender sobre o que é ideologia ou política religiosa?

Quando se pensa em “juventude evangélica”, levando-se em conta todas as igrejas que adotam esta adjetivo (que para algumas é marca), reconhecemos que o sentimento religioso fala muito mais do que o pensamento. Senso crítico? Que escola acredita ser isso importante? Que igreja colocaria isso em sua lista de interesses, se é justamente na falta dele que algumas se apegam para aliciár jovens? Mas, a despeito disso, valorizamos seu desejo de envolver-se numa igreja e, mais do que isso, de acertar na caminhada com Deus.

Valorizamos essa devoção, pois ela é ponto de partida para qualquer processo de amadurecimento espiritual, de engajamento nas causas de Deus. Ou não foi assim que a maioria dos que hoje se consideram “maduros”, inclusive no pensamento, começaram? Se existe distância muito grande entre o conteúdo e forma da fé da juventude evangélica e a da que os “maduros” alcançaram,  que se use os meios disponíveis para alertá-los e ajudá-los.

 Se alguém merece uma palavra de repreensão, esse alguém não seria a “juventude evangélica”, mas as igrejas, especialmente nós,  sua liderança.  É que, como igreja, nos conformamos ao espírito do tempo no qual o que vale é o resultado quantitativo do que se alcança (número de membros ou voluntários, alvos financeiros,  pontos de pregação (ou de captação de recursos...) e não o valor do ser humano e suas múltiplas necessidades, inclusive e especialmente as espirituais.

Peço a Deus misericórdia por minha vida como pastor, pelas igrejas e pela juventude evangélica deste tempo.  Que ele abra nossos olhos para não fazermos da igreja uma extensão do que se valoriza fora dela, mas que a vida fora dela seja uma extensão do que deve ser valorizado numa igreja: o amor e a graça divinos.

sábado, 12 de maio de 2012

Mãe de oração


Já me acostumei. Cada vez que enfrento alguma situação adversa não tenho dificuldades de ligar pra minha mãe e pedir que ela me acompanhe em oração.

Não que ela tenha mais prestígio diante de Deus, mas por saber do cuidado que ela tem por seus filhos, netos, bisnetos, noras, genros, irmãos, sobrinhos, amigos, enfim, e pela certeza que tenho de que ela é uma mulher de oração.

Mesmo quando ligo apenas pra ouvir a voz dela, pra dar um sinal de vida, pra jogar conversa fora, como dizemos popularmente, ela nunca deixa de dizer que ora por mim, por Gláucia, Mônica, Raphael, IB da Graça e assim por diante.

Ao dizer que minha mãe é uma mãe de oração, me vem à mente a imagem dela em algum canto da casa investindo tempo na leitura bíblica, através da qual procura ouvir Deus falando ao seu coração; investindo tempo falando com Deus de joelhos ao lado de sua cama ou mesmo servindo, de diversas formas, alguém necessitado, pois é através do serviço que evidenciamos que Deus está falando conosco e que estamos comprometidos com sua voz.

Não o serviço cujos dividendos políticos pelo fortalecimento da imagem pública de piedade aumentam ou o serviço cuja dívida para conosco, daqueles a quem servimos, se inflaciona, ou mesmo aquele serviço efetuado como forma de pagamento, conquista ou troca pelos benefícios que o outro agrega aos resultados do nosso trabalho. É o serviço muita vez fora dos holofotes que produz prazer, paz interior, pela simples consciência de que se está cumprindo o propósito de Deus: amar ao próximo como a si mesmo.

Com o exemplo de minha mãe, atestei o ensino bíblico que nos estimula a orar mesmo por aqueles que nos ferem dolorosamente.

Confesso que, por não ser tão espiritual quanto gostaria e infinitamente menos do que algumas pessoas fantasiam que um pastor seja, já passou por minha cabeça pedir a Deus em desfavor de alguém que me feriu. Entretanto, a luz amarela da lembrança acendeu, alertando que não foi assim que aprendi em casa e que, ainda que o sentimento aponte nessa direção, seria mais feliz se, em oração, procurasse superar tal sentimento, deixando a pessoa aos cuidados de Deus.

Minha mãe, hoje com 82 anos, é a professora de Escola Bíblica Dominical – EBD - mais antiga da qual tenho lembrança. A classe era “Jóias de Cristo” e lembro-me, por exemplo, de um livro de capa verde e dura que ela usava pra contar histórias.

Ela ensinava e se empenhava por viver os ensinos compartilhados. Mas, talvez por esse empenho em viver a Palavra e pelo desafio que isso representa, a imagem que mais fortemente continua gravada em mim não é a da mãe professora, mas a da mãe de oração.