quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

A Assembléia da CBB em Brasília

Aconteceu em Brasília, de 16 a 20 de janeiro, mais uma assembléia anual da Convenção Batista Brasileira. Uma convenção batista é um conjunto de igrejas autônomas que cooperam em torno de objetivos comuns em diversas áreas.

A CBB não é a única convenção de igrejas batistas, mas é a maior e mais antiga em território brasileiro. Ela não tem poderes de mando sobre as igrejas, mas de recomendação e as igrejas não cooperam por obrigação, mas por maturidade.

As percepções da realidade variam de acordo com a capacidade de observação, valores e papel da pessoa na estrutura, bem como com os dados acessados. Assim, no meu ponto de vista ainda precisamos caminhar muito para chegarmos a um bom patamar.

A área missionária cumpre bem o seu papel. As duas organizações – JMM e JMN - continuam enviando missionários e estão financeiramente estáveis. Sentimos falta do diretor executivo de Missões Mundiais.

A área de educação teológica continua preocupante. A criação desordenada de seminários estaduais, a "pobre" visão dos batistas para educação e receios políticos na tomada de decisão, são os principais fatores que contribuem para a crise. A venda de patrimônio tem sido usada para apagar fogueiras, mas se novos rumos não forem adotados teremos dias piores.

A educação religiosa é, a meu ver, a pior em termos de objetividade e sinergia. As estruturas das instituições que produzem material (JUERP, Convicção Editora, JUMOC, UFMBB, UMMBB) são independentes; a JUERP está finalizando suas atividades empresariais e há falta de uma coordenação forte para dar um rumo eficiente e eficaz.

A área social avançou estruturalmente com a criação do Comitê (2007) e da Câmara de Ação Social (2008-2009). Os que militam nesta área vivem dias de esperança, mas, um olhar clínico nos ajuda a perceber significativas resistências.

Quanto às reuniões da Assembléia, em geral foram boas, com destaque para a mensagem oficial apresentada por Ebenezer Bittencourt de forte impacto, na sexta-feira à noite.

Participaram os seguintes membros da IBG: Edinete, Edvar, Fadigas, Gláucia, Josenice, Margareth, Magnólia, Maria Assis, Maria da Glória, Maria da Graça e Virgulino. A próxima assembléia será em Cuiabá, em 2010.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Se eu fosse eleito presidente da Convenção Batista Brasileira

Acredite, fui indicado para concorrer à presidência da CBB. Isso já ocorreu duas ou três vezes. Coisa de amigos (ou de inimigos, diriam as más línguas!). Isso me fez pensar se seria capaz de encarar e o que faria na função, afinal, seria inconcebível concorrer sem um projeto mínimo em mente.

Ser indicado é fácil, ser eleito pouco provável, presidir deixando uma contribuição relevante, um desafio. Entretanto, passado o processo eleitoral, cujo resultado da inexpressiva votação nem tomei conhecimento e viajando de carro em torno de 1500 kms de Brasília a Salvador, pude fantasiar à vontade sobre o que faria se fosse eleito.

Inicialmente, se fosse eleito, conduziria minhas ações na compreensão de que, para mim, convenção batista tem algo em comum com convenção de condomínio: ambas são convenção e, portanto, como dirigentes, devemos tirar os sapatos altos, o paletó e a gravata e agir como síndicos. Nessa condição, o papel de quem dirige é ter clareza da razão de ser da convenção e estar permanentemente atento às necessidades comuns dos “condôminos” para atendê-las com a maior precisão possível, em vez de ficar driblando os convencionais nos dias de assembléias para, ao longo do restante do ano, chutar a bola na direção que bem entender.

Consciente das limitações estatutário-regimentais, das limitações impostas pelo tempo e espaço (por não dedicar tempo integral, nem morar no mesmo local da sede), bem como das limitações políticas em face de ter que lidar com gente que está há anos na função, não teria a pretensão de fazer tudo o que se espera em dois anos de mandato. Isso, entretanto, não seria motivo para passar pela função sem tentar deixar contribuição relevante alguma.

De imediato pediria uma licença de pelo menos 30 dias da Igreja para fazer uma avaliação superficial de cada uma das áreas de ação da instituição, a fim de apontar um caminho a ser debatido pelos demais componentes da diretoria. As questões nas quais focaria o primeiro olhar seriam:

1. Declaração de Missão - A fim de não perder o foco, além de defender que ela fosse estampada em letras garrafais em todas as publicações da Convenção, aprofundaria a reflexão sobre seu significado e implicações e lutaria para que todas as ações das organizações executivas ou auxiliares da CBB, inclusive a elaboração de orçamento e calendário, apresentassem relação explicita e escrita com ela;

2. Relatórios das organizações - Sem dados objetivos e confiáveis não há como avaliar, planejar, controlar e, muito menos, gerir adequadamente. Por isso, colocaria em debate o formato e conteúdo dos relatórios das organizações executivas e auxiliares, visando torná-los transparentes.
Os relatórios atuais, respeitadas exceções, são ricos em discursos e informações processuais, parcialmente repetitivos e pobres em dados objetivos que permitam a comparação com determinado período de tempo para avaliação do desenvolvimento.
Através deles - dos dados - teríamos elementos para definir um planejamento tático e parte das informações necessárias ao planejamento estratégico;

3. Relatórios do Conselho fiscal – Com base nos documentos produzidos pelo Conselho Fiscal, nos últimos 5 anos, levantaria os problemas mais comuns, especialmente os não solucionados e as implicações disso para o desenvolvimento da CBB;

4. Atas do Conselho Geral – Faria um levantamento das deliberações relacionadas a planejamento estratégico, tático ou operacional, referentes aos últimos cinco anos, para perceber o sentimento dos líderes eleitos pelas assembléias;

5. Propostas dos convencionais – Tais propostas refletem o sentimento do povo batista que vai às assembléias e estudá-las serviria, inclusive, para aproximar a visão dos “condôminos” e dos “síndicos”.
Então, mediante leitura (atas e anexos) das propostas aprovadas nas assembléias dos últimos 5 anos, avaliaria o que elas têm em comum, a que áreas das instituições se dirigem, que relação elas têm com a missão da CBB, em qual planejamento se encaixariam e o que foi feito delas;

6. Pacto CooperativoAgilizaria um debate sobre o sistema atual do Plano Cooperativo analisando, paralelamente, à luz da missão da CBB:

6.1. O investimento dos recursos do Plano Cooperativo pela CBB.
Inicialmente classificaria as organizações da CBB que são financiadas pelo Plano Cooperativo ou ofertas avulsas, a partir de percepção pública, em 4 categorias:

6.1.1. as que são vistas como funcionando bem;
6.1.2. as que são vistas como funcionando satisfatoriamente;
6.1.3. as que são vistas como funcionando insatisfatoriamente;
6.1.4. as que são vistas como funcionando ruim ou estagnadas.

Depois, verificaria o percentual que cada organizações da CBB recebe para financiar suas atividades, a finalidade de cada uma delas à luz da missão da CBB, as disparidades de condições e serviços prestados, bem como o resultado por elas apresentados;

6.2. O histórico e funcionamento do pacto cooperativo entre CBB e convenções estaduais/regionais. Assim, colocaria em debate:

6.2.1. O impacto ético, econômico e político das reduções unilaterais das convenções regionais da parte que cabia a CBB e a omissão silenciosa desta;
6.2.2. O impacto ético, econômico e político da retenção unilateral feita pelas convenções regionais/estaduais e a omissão silenciosa da CBB;
6.2.3. As implicações do sistema de recolhimento do Plano Cooperativo das igrejas via escritórios regionais;
6.2.4. Avaliação comparativa das atividades desenvolvidas pelas convenções brasileira e estaduais/regionais visando identificar e eliminar duplicidade desnecessárias;


7. Planejamento estratégico – Com base na Missão, recomendações técnicas do Conselho Fiscal, dados objetivos e confiáveis das organizações existentes, retrato dos sentimentos dos batistas – líderes e convencionais - e um pacto cooperativo bem amarrado trabalharia com a diretoria e Conselho Geral na elaboração do planejamento estratégico (para 3 anos no máximo), sem o qual continuaremos tateando e investindo recursos em apagar incêndios;

8. Planejamento tático – Definido o planejamento estratégico, acompanharia os executivos das organizações executivas e auxiliares na elaboração de um planejamento tático (para um ano no máximo), portanto, mais focado em ajustes das organizações executivas e auxiliares (procedimentos administrativos, físicos... que dão suporte ao planejamento estratégico) necessários ao bom desempenho de cada organização e seus profissionais;

9. Planejamento operacional – trabalharia no sentido de definir um horizonte no qual cada executivo trabalhasse seguindo um planejamento operacional.

A tarefa de levantamento dos dados seria distribuída entre membros da diretoria e do Conselho Geral. Definiríamos um cronograma de ação e priorizaríamos sua execução.

Em princípio, desistimularia a implementação de qualquer novo projeto no ano em curso. Cada organização executiva ou auxiliar manteria os projetos em andamento, priorizando o levantamento e fornecimento de dados para o planejamento estratégico, bem como para a parte que lhes toca (tático e operacional).

Tudo isso, claro, levaria muito tempo, mas seria nesta estrada que eu caminharia como presidente.

Se você leu até aqui, claro que já sabe do que discorda e com o que concorda. Então, manda chumbo. Quem sabe, desta fantasia não saia alguma coisa que preste.
Edvar Gimenes de Oliveira
Igreja Batista da Graça, Salvador, BA

domingo, 25 de janeiro de 2009

Fim de férias - I - a viagem

A viagem foi boa.
Na ida, um caminhoneiro resolveu dar um susto em nós, ainda na Bahia, dirigindo em nossa direção sem nenhum motivo por nós percebido. Freiamos o carro e nos preparamos para sair da pista quando ele voltou pro seu lugar.
A chuva na região serrana de BH também preocupou. Houve um momento que quase precisamos parar na pista de tanta água que caia. Detalhe: nossa idéia era, depois de Vitória da Conquista, ir por Montes Claros, mas equivoquei-me e imprimi um trajeto que era por BH. Mas foi bom!
Outro detalhe foi o susto na volta. Já havíamos saído de Goiás e fiquei tão impressionado com as fazendas do sudoeste baiano e também com a cidade de Luis Eduardo Magalhães que esqueci do combustível. Havia adotado a política de reabastecer sempre que o tanque estivesse na metade mas, por não imaginar o desenvolvimento do agro-negócio naquela região, me empolguei.
Quando nos aproximávamos de Roda Velha, saímos da BR 020 para cortar caminho por São Desidério. Foi aí que vimos uma placa indicando posto de gasolina a 7 kms e observei que o tanque estava quase no vermelho. Como a sinalização estava no lugar errado, entramos e nada de chegar o posto de gasolina. Depois de rodar 10 kms, paramos o carro, perguntamos a um outro motorista e descobrimos que não havia gasolina por perto. Retornamos com o coração na mão e, depois de rodar com ar-condicionado desligado, numa estrada deserta, a luz amarela do tanque acendeu, extamente perto de um posto. Ufa!!!
Como disse, impressionei-me com o sudoeste baiano. Não sabia que o agro-negócio era tão forte por lá. Soja, algodão e milho, carros "caros", prédios e condomínios acima da média por mim conhecida.
A Chapada também encheu nossos olhos. Não conhecíamos a região e agora já a incluimos em projetos futuros. (Acho que "projetos" muito futuro, pois Mônica teve seu pedido aprovado pela imigração americana e deve retornar nas próximas semanas aos Estados Unidos e Raphael continua firme na Dinamarca, endereços que exigirão planejamento de longo, muito longo prazo para visitarmos!!!!!!!!!!!!!)
Estar em Garça, pregar na igreja que me enviou ao Seminário; encontrar diariamente com a espanholada, rodar pela fazenda dos Nalons foi ótimo.
Falando em fazenda, foi legal receber umas "aulas" de estrutura organizacional e administrativa de agro-negócio e perceber como Nalon, meu cunhado, leva jeito pra coisa. É algo bem diferente de tudo que já fiz em administração e, por isso, serviu pra relaxar. Quem sabe um dia não deixo de lidar com gente pra lidar com terra. Afinal, café já colhi e gente dá um trabaaaaalho!!! rs
Voltaremos a Garça em 2010. Dona Nena, a matriarca, completará 80 anos e não pretendemos perder esta!

Fim de férias - II - depois de 5200 km de estrada

Depois de 15 dias de férias e uma Assembléia da CBB, retorno pra casa pra retomar a"rotina".
Foi bom sair de férias, especialmente depois do dezembro de 2008. É que esse final de ano foi atípico. Dos quatro passados em Salvador, esse foi diferente por duas razões: 1) a quantidade de cantatas/musicais na igreja. Foram seis apresentações num nível muito bom; 2) o ambiente de trabalho. Foi o mais calmo política e psicologicamente.
Assim sendo, deu pra planejar bem a viagem.
Após o culto do dia 31, descansamos a manhã toda e às 15 horas, isso mesmo, 15 horas, saimos de carro - Gláucia, Mônica e eu - em direção a São Paulo. Paramos às 20 horas em Vitória da Conquista onde dormimos num hotél delicioso que fica alguns quilómetros antes da cidade, na BR 116.
No dia seguinte pegamos a estrada às 9h30 e chegamos em Betim, pouco depois de Belo Horizonte (região metropolitana) por volta de 22h30. Após Ipatinga, além da região ser serrana, enfrentamos um toró de água, seguido de muitos carros enguiçados e alguns acidentes. Dormimos no IBIS Hotel e no dia seguinte, 9h30, seguimos para Garça, via Divinópolis e Ribeirão Preto, chegando ao final do trajeto às 18h30.
Passamos bons dias em Garça com minha família, fomos a Marília e também a Bauru onde revimos os amigos César, Carmem e seus filhos, além de irmãs e irmãos de Pernambuco e outros da época do DEMOBACEN (depto de Mocidade Batista do Centro), todos membros da PIB de Baurú. Participamos de um culto à noite nesta igreja que serviu de inspiração para minha vida na década de 70.
Na segunda-feira, dia 11, Gláucia e eu seguimos pra Brasília. (Mônica, no sábado anterior, havia seguido de avião pro Recife). Saindo às 6 da manhã de Garça, fomos em direção a S.J. do Rio Preto e, de lá, pra Goiania, chegando em Brasília às 17 horas.
Hospedados no Bristol Hotel, participamos das reuniões do músicos, dos pastores e da assembléia. No dia 21, 7h30, horário de Brasília, saimos em direção a Salvador. Depois de rodar mais de 1000 km, descansamos em Lençóis, na Chapada Diamantina. Hotel lindo, lugar maravilhoso. Como faltava apenas 400 km pra Salvador, dormimos até quando deu vontade, tiramos um bocado de fotos e seguimos viagem, chegando em Salvador às 15 horas.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Em trânsito pelo Brasil

Informo aos meus amigos que neste mês de janeiro não estou postando pois estou fora de Salvador.

Gláucia, Mônica e eu viajamos de carro para Garça - SP, de férias. Mônica retornou ao nordeste - Recife - de avião e Gláucia e eu seguimos para Brasília para participar da Assembléia da Convenção Batista Brasileira.

Pensei em escrever alguma coisa sobre a viagem. Talvez faça isso e inclua algumas fotos.

Se tiver disposição, publicarei alguns cometários sobre alguma coisa interessante que ocorrer a cada dia, aqui em Brasília.

Aproveitei para postar o texto abaixo, sobre liderança, a fim de que interessados possam expor suas opiniões.

O problema está na liderança

Estou convencido de que não existe igreja problemática. O que existe é liderança despreparada. Falo com a autoridade de quem faz parte de liderança de igreja há 35 anos e tem razoável consciência das bobagens que já fez, dos problemas que criou. Se você ainda não pensou no assunto, confira se tenho ou não razão.

Os membros das igrejas se caracterizam por anseios comuns. Eles se engajam na comunidade visando construir um relacionamento de paz com Deus e com a vida. Como todo ser humano, eles apresentam qualidades positivas e negativas. Nenhum deles é só virtude ou vício, qualidade ou defeito.

Em geral, gostam mesmo de participar dos cultos, cantar, orar, contribuir, ouvir uma palavra de Deus, ajudar o semelhante e ser ajudado em suas necessidades. Quando enfrentam adversidades, querem alguém que faça papel de pastor para lhes emprestar os ouvidos e ajudá-los a encontrar um norte nas estradas da vida.

Líderes não. Conquanto se aproximem da Igreja por motivos e necessidades semelhantes aos da maioria, diferenciam-se por uma maior autonomia, pela predisposição para encontrar soluções – se forem bem preparados - e ajudar pessoas na tomada de decisão. Daí sua capacidade de mobilização. Mesmo ausentes dos “bastidores”, por não ocupar cargo algum na estrutura organizacional, pelos “corredores” influenciam o posicionamento alheio, afetando os rumos da instituição.

Não tenha dúvidas: sempre que perceber movimento em sua comunidade, saiba que por detrás há um mentor, um articulador intelectual, um agente mobilizador, um líder, esteja ele consciente ou não do seu papel. Se for problema, em vez de dizer que a igreja é problemática, acredite, trata-se de liderança mal preparada.

Quando a liderança é despreparada, os membros da igreja preferem não se envolver. Ou, como alguém já disse, preferem ficar “do lado de cá do gasofilácio” – caixa de recolhimento de dízimos – pois “do lado de lá” guerras de egos inflamados disputando prestígio, poder e fama, e atividades desorganizadas e ineficazes são comuns.

Em 2009, a Convenção Batista Brasileira enfatizará o despertar e preparo de líderes. Penso que três aspectos devem merecer atenção, se almejarmos liderança preparada: o espiritual, o emocional e o técnico.

Em relação ao espiritual há uma necessidade urgente de distinguirmos espiritualidade de doutrina, ética, moral ou envolvimento em atividades religiosas, por exemplo. Esses quatro elementos fazem parte da caminhada espiritual, mas não retratam, necessariamente, espiritualidade.

A essência da espiritualidade é subjetiva. Trata-se de relação individual e mística com Deus que faz com que nos prostremos admirados, encantados e dominados pelo respeito diante do Criador e nos sintamos impulsionados em direção a uma busca profunda por comunhão íntima com Ele. Dessa experiência brota o interesse e a luta por qualidade de vida para todos, em todas as dimensões.

Quanto ao aspecto emocional, conquanto a comunhão com Deus exerça influência sobre ele, isso não significa que os desajustes da nossa personalidade, fruto da multiplicidade de traumas vividos desde o útero materno, são curados num estalo de dedos.

A comunhão com Deus influencia a estrutura do nosso caráter, nos anima a procurar cura para nossas feridas, mas os elementos doentios da matriz de nossa personalidade podem precisar de tratamento especializado. Sinceridade espiritual, leituras ou títulos acadêmicos ou sociais não são suficientes. Há casos em que somente horas no “divã” podem ajudar líderes a se tornarem agentes de soluções e não de problemas.

Quanto ao preparo técnico, ele tem a ver com saber pensar e fazer a atividade que lideramos. Quanto maior for o conhecimento e experiência que o líder tiver da área em que atua, mais eficiente e eficaz será na direção. Um dos problemas de nossas instituições é que criamos estruturas e cargos sem clareza da finalidade e dos resultados que almejamos e depois saímos procurando – perdoe-me a linguagem politicamente incorreta - “coxos, cegos, mudos e aleijados” para preenchê-los.

Liderança despreparada não tem clareza da missão, visão e valores da instituição; não é capaz de focar suas energias no essencial; coloca interesses particulares acima dos da coletividade e seus objetivos pessoais estão acima dos do empreendimento. Em vez de ser bênção, transforma-se em maldição, manchando a imagem da organização com a fama de problemática. Entretanto reafirmo: não há igreja problemática. Problemáticos somos nós, seus líderes, por não nos prepararmos adequadamente. Concorda?