sábado, 29 de novembro de 2008

Não há discriminação contra a mulher no Brasil

O discurso é uma coisa, os dados, outra.

Segundo a Revista Veja de 26.11.2008:

"As empresas estão substituindo empregados homens com nível superior por mulheres. Motivo: elas ganham menos.

Em 2007, a contratação de mulheres com nível superior completo ou incompleto superou a de homens em 130%

A razão é que o salário das mulheres com esse nível é menor que o dos homens em 43,5%

Em média, o salário de um homem com diploma universitário é de R$ 4.370,00

O salário de uma mulher com diploma universitário é de apenas R$ 2.470,00".

Bem, no Brasil também não há discriminação racial !!!

Orçamento da Cidade do Salvador em 2009

As prioridades da cidade do Salvador, na ótica do prefeito João Henrique, já aprovadas pela Câmara de Vereadores, para 2009.

Saude = 26,34% = R$ 764.697, milhões
Urbanismo = 21,14% = R$ 613.633,00 milhões
Educação = 14,30% = R$ 415.124,00 milhões
Previdência Social = 8,78% = R$ 254.912,00 milhões
Encargos Sociais = 8,36% = R$ 242.833,00 milhões
Administração = 7,83% = R$ 227.289,00 milhões
Transporte = 3,90% = R$ 113.142,00 milhões
Legislativa = 3,11% = R$ 90.317,00 milhões
Assistência Social = 1,48% = R$ 40.021,00 milhões
Comércio e Serviços = 1,16% = R$ 33.726,00 milhões
Judiciária = 0,70% = R$ 20.299,00 milhões
Segurança Pública = 0,54% = R$ 15.552,00 milhões
Cultura = 0,41% = R$ 11.778,00 milhões
Indústria = 0,40% = R$ 11.738,00 milhões
Habitação = 0,35% = R$ 10.106,00 milhões
Comunicações = 0,31% = R$ 8.840,00 milhões
Direitos da Cidadania = 0,25% = R$ 7.373,00 milhões
Reserva de Contingência = 0,24% = R$ 7.000,00 milhões
Trabalho = 0,22% = R$ 6.338,00 milhões
Desporto e Lazer = 0,13% = R$ 3.846,00 milhões
Gestão Ambiental = 0,05% = R$ 1.489,00 milhões

Total = 2,9 bilhões

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Alternância no poder


“É tarefa de cada geração preparar seus substitutos, os líderes que tornarão possível o progredir da humanidade”
Merval Rosa

Jesus foi claro ao ensinar que o exercício do poder pelos discípulos deveria ser diferente do adotado pelos políticos da sociedade. Reis dominam, discípulos servem. (Lc. 22.25-26). Naquela época, o sistema era monárquico, autoritário e contínuo. Hoje estamos em estágio avançado de democracia, com possibilidade de alternância no poder. Isso nos permite escolher os que servem melhor.

O exercício do poder tem um apelo muito mais profundo do que a pratica do serviço. Daí a luta pela ocupação e manutenção do poder, bem como a resistência à política de alternância.

A alternância é saudável em todos os níveis eclesiásticos, inclusive no pastorado, na igreja local. Há denominação que resolveu isso definindo que, a cada “xis” anos, suas igrejas se manifestam sobre a permanência ou não de seus pastores. Caso a igreja decida não reconduzir, o pastor recebe suporte financeiro por período definido de tempo a fim de que possa manter-se e arrumar outra fonte de sustento.

Em tal denominação, além do sistema oferecer apoio ao pastor, todas as igrejas são obrigadas a adotar o mesmo procedimento de eleição por tempo determinado. Já no sistema batista, as convenções não têm poder de regulamentar o funcionamento das igrejas, pois elas são autônomas. Portanto, esperar algo parecido com a citada denominação é pouco provável, pra não dizer impossível. Daí as experiências geralmente traumáticas, sempre que uma igreja decide substituir seu pastor.

Raras igrejas batistas copiam o modelo de pastorado por tempo determinado, mesmo com direito ilimitado a reeleição, e destas, não conheço uma que ofereça garantias de manutenção financeira em caso de substituição. Por isso, pastor com juízo, que depende exclusivamente do ministério, sabendo que a maioria absoluta das demais igrejas não adota tal política, reluta em aceitar tais pastorados.

Na Assembléia da CBBA, em Itabuna, alertei para a ilegalidade da recondução de pessoas ao Conselho. A recondução, além de ferir o princípio salutar da alternância, é visivelmente ilegal. O Estatuto diz que o Conselho deve ser renovado em 1/3. O conceito é matemático. 1/3 de 18 é igual a seis. Logo, qualquer número inferior a seis contraria o Estatuto. Mesmo que o Regimento deixasse alguma brecha, ela deveria ser desconsiderada, pois o Estatuto revoga disposições em contrário.

Agora, na Assembléia de Ipiau, novamente a legalidade foi ferida. O Estatuto da CBBA é cristalino: “Fica vedada a reeleição dos membros da diretoria, para terceiro mandato consecutivo” (Art. 15, Par. 6º). Uma pessoa pode ocupar somente duas vezes consecutivas uma função na diretoria. Ponto! O que passa disso é ilegalidade.

A pratica da recondução nesses casos da CBBA, além de nociva ao princípio de alternância e de renovação, é ilegal. E se nós compactuarmos com a ilegalidade, enfraquecemos nosso moral para falarmos em ética na vida pública. Por isso, seria interessante que o Conselho se manifestasse sobre o assunto para ficar claro que não é conivente com tal prática.

Defendo que nossos legisladores – vereadores, deputados e senadores – deveriam ter direito a somente uma reeleição consecutiva, como ocorre no Executivo. Algo semelhante deveria ser adotado para os juizes do STF. A alternância no poder é extremamente saudável, pois além de evitar vícios que os anos no cargo acarretam, abriria, ainda, espaços para que o sistema ficasse mais arejado.

Poucas pessoas se dispõem a estar constantemente abertas a enxergar a realidade usando novos paradigmas. Isso, entretanto, é essencial à saúde e desenvolvimento da vida. A alternância no poder não é uma garantia disso, mas aumenta a probabilidade de se enxergar as teias de aranha e sentir o cheiro de mofo que deixamos de perceber, pela permanência prolongada no poder.

Mas, se é um desafio hercúleo implementar e manter a alternância, em nossas relativamente pequenas estruturas batistas, nas quais as funções deveriam ser ocupadas, em tese, pelo desejo de servir e não pelas benesses do poder, como lutar por isso nas estruturas da sociedade? Como defender tais teses se não dermos exemplo em nosso chamado democrático sistema eclesiástico?


ALTERNÂNCIA NO PODER - Resposta da Diretoria da CBBA

Observação: Mantive o texto original que chegou às minhas mãos (e não com os cortes feitos e publicado n'O Jornal Batista Baiano).

Entendi que deveria fazer assim para que os interessados conheçam o fato completo, uma vez que o esclarecimento, em vez de ater-se ao problema em si, desviou o assunto para um tratamento pessoal, tentando desmoralizar-me ao afirmar, primeiro, uma postura leviana porque teria me calado estando na Assembléia; depois, apontando um erro de publicação referente ao STF e, terceiro, fazendo menção de uma das pessoas da diretoria que é da I.B. da Graça, numa maneira de criar um desconforto entre mim e ela e entre mim as pessoas que a conhecem, deixando de citar os nomes de outro (s) nome (s) da diretoria que, segundo soube, também estariam irregularmente na diretoria.

Não sei quem seria (m) o(s) , nem me preocupei em saber. Sabia da secretária porque desde que cheguei ao Salvador, há 4 anos, ela já fazia parte da diretoria.

Após conversas, foi retirado o os dois primeiros aspectos e mantido o terceiro.

Observo, finalmente, que o assunto não me apaixona, nem estou defendendo a saída, permanência ou entrada de quem quer que seja. Apenas apontei um exemplo das dificuldades de alternância no poder, em diversas instituições, inclusive nas religiosas.

A seguir, o texto como chegou às minhas mãos, sem os cortes referentes à acusação da suposta omissão de minha parte e da questão do STF.

"ESCLARECIMENTO AO POVO BATISTA BAIANO

Este é o tema por demais propício, para responder ao ilustre articulista o pastor Edvar Gimenes, que na edição de O BATISTA BAIANO de setembro e outubro de 2008, às páginas 09, escreveu o seu artigo, no Órgão de Informação da Convenção Batista Baiana.

Referimo-nos explicitamente ao artigo escrito, pelo Nobre Convencional da Assembléia de Ipiau, presente, inclusive no dia exato da eleição, quando teve seu nome indicado para Cargos da Diretoria da Convenção Baiana e, esponte sua, declinou da indicação do seu nome, deixando de concorrer, dentro do espírito mais tranqüilo de cidadania, fato este que queremos respeitar.

Pois bem, caros leitores, naquela oportunidade o ilustre articulista Pastor Edvar Gimenes, que participou do proecesso eleitoral, senão concorrendo, mas, votando, poderia, pela ordem, ter pedido a palavra, e ter dito o que disse em seu artigo de forma a querer insinuar ilegalidades por parte da Diretoria da Convenção Batista Baiana, fato este, inaceitável e, que está a requerer um posicionamento da própria Diretoria, que não tem qualquer receio de explicar o equívoco acontecido, mas, que pelo bom senso, e a participação efetiva do nobre articulista que poderia evitar a resposta que ora se dá dentro dos princípios de legalidade e de tranqüilidade.

O Povo Batista Baiano, precisa saber que não houve qualquer ilegalidade na realização da eleição da diretoria da Convenção e, em vista do artigo escrito, a Diretoria da Convenção através da sua presidência, e através de ato administrativo, declarou vago o Cargo de 1º Secretário ocupado pela Professora Maria Assis, que é ovelha do ilustre Pastor Edvar Gimenes, pois, dentre todos os eleitos, foi o único equívoco que aconteceu, pois, pela terceira vez consecutiva, a irmã Professora Maria Assis, que é amada e admirada pelo Povo Batista Baiano fora reeleita para o Cargo de Primeira Secretária, e, em verdade, a diretoria descuidou do fato, tendo dado ensejo ao artigo escrito pelo ilustre convencional.

Se o Nobre Convencional presente, não tivesse se omitido, e tivesse exercido naquele instante o seu direito legítimo de cidadão e de convencional, e, como pessoa entendida nesses meadros parlamentares, e, tivesse alertado a diretoria durante o processo eleitoral, de que a professora Maria Assis estava sendo reeleita para o mesmo cargo já pela segunda vez teria evitado o artigo que escreveu.

Nenhum outro membro da Diretoria, eleito para qualquer cargo na Assembléia de Ipiau, foi reeleito por mais de uma vez, exceto para o Cargo de Primeiro Secretário para o qual a professora Maria Assis foi reeleita para o segundo mandato.

Talvez o ilustre articulista ao escrever sobre ALTERNÂNCIA DE PODER, e, sobretudo ao citar o Estatuto da CBBa dizendo inclusive que o mesmo é cristalino, e, é mesmo, se esqueceu de lê-lo fazendo a exegese exata do que diz a Lei, no & 6º, do Art, 15, senão vejamos:



“Art. 15..................& 6º ´Fica vedada a reeleição dos membros da diretoria, para terceiro mandato consecutivo.”

Pois, bem, só a querida irmã Maria Assis é que foi reeleita, para o terceiro mandato, no mesmo cargo. Se, por acaso, esta amada irmã tivesse exercido qualquer outro cargo na Diretoria, que não fosse o de primeira Secretária, ela estaria apta, e elegível naquela assembléia realizada em Ipiau para ser eleita, vez que não estava sendo reeleita pela segunda vez para o terceiro mandato.

O que o membro da Diretoria não pode ser, é, reeleito, por mais de uma vez, para o mesmo cargo, mas, eleito pode ser, para qualquer cargo, durante vários mandatos, se os cargos forem outros para o qual ainda não houve uma reeleição, porque reeleito, é só uma vez.

Por exemplo, o Nobre articulista Pastor Edvar Gimenes, poderia ser eleito presidente, reeleito presidente na outra eleição dois anos depois, ser eleito primeiro secretário dois anos depois, ser eleito primeiro vice-presidente dois anos depois, ser eleito presidente dois anos depois, ser eleito segundo vice presidente dois anos depois, e, assim por diante, durante mais de dez (10) anos consecutivos, e não estaria ferindo o Estatuto da Convenção Batista Baiana, porque quando alguém é eleito, não é reeleito, e a vedação é para REELEIÇÃO POR MAIS DE UMA VEZ, ISTO É PARA O MANDATO NO MESMO CARGO.

Assim sendo, a presidência da Convenção Batista Baiana através de ato administrativo próprio, estribada em jurisprudência e no fato de que toda e qualquer administração pode rever atos administrativos, bem como ocorrências que venha a se constituir motivo de erro ou de desconformidade administrativa, resolveu, DECLARAR VAGO O CARGO DE PRIMEIRO SECRETÁRIO DA CONVENÇÃO BATISTA BAIANA, para o biênio 2008/2010, em vista da ilustre Professora Maria Assis, ter sido reeleita para um terceiro mandato na Assembléia Convencional realizada em Ipiú, Bahia, nos dias 01 a 05 de julho de 2008.

A jurisprudência na qual se embasou a Presidência da Convenção é a que vai a seguir transcrita:

A jurisprudência é pacífica no sentido de que a ADMINITRAÇÃO pode declarar a nulidade de Atos Administrativos conforme a seguir:

“ATO ADMINISTRATIVO – ANULAÇÃO - EFEITOS: reconhecida e declarada a nulidade do ato,pela administração ou pelo judiciário, o pronunciamento de invalidade opera EX TUNC, desfazendo todos os vínculos entre as partes, obrigando-as á reposição das custas ao “STATUS QUO ANTE”, como conseqüência natural e lógica da decisão anulatória”. Recurso ao qual se nega provimento. (TST – RMA 321696/1996 – OE – Rel. Ac. Min. Ursulino Santos – DJU 21.11.1997 – p. 60774);

Vale salientar que, na estrutura judiciária do Brasil não existe Superior Tribunal Federal, como consta do artigo publicado pelo nobre articulista, mas, ao invés de Superior Tribunal Federal é Supremo Tribunal Federal – STF ou, Superior Tribunal de Justiça –STJ.

É o que tínhamos a esclarecer ao povo Batista Baiano, ficando patenteadop que, nenhum dos ocupantes de Cargos na atual diretoria, tem qualquer intenção de se perpetuar no Poder, principalmente, porque a Diretoria reconhece que a supremacia do Poder é do Senhor Jesus Cristo o autor e Consumador da fé, tendo todos os membros da atual diretoria, arraigados consigo o sentimento de serviço e de respeito a causa do Senhor, esperando estar encerrado o presente assunto.

Salvador, 21 de outubro de 2008, sala de Reuniões da Diretoria da Convenção Batista Baiana.

A Diretoria,

Presidente = Pr. Carlos César Januário
1ª vice-presidente = Pr. Isaias Andrade Lins Filho
2ª Vice-Presidente = Pr. Dilmã Santos Cerqueira
3ª Vice-Presidente = Pr. Arnaldo Ferreira dos Santos
1ª Secretária = Profª Maria Assis
2ª Secretária = Profª Eliane Chagas Vila Flor Peixoto
3ª Secretária = Profª Antonia Lima de Oliveira

Relator da Comissão Jurídica Permanente = Dr. Orlando Rodrigues Pereira"

(Leia minha resposta no texto seguinte, no arquivo)

Alternância no Poder - Resposta à reação da diretoria da CBBA

À diretoria daCONVENÇÃO BATISTA BAIANA

Irmãs e irmãos,Recebi a declaração preparada por esta diretoria, em resposta a dois parágrafos de artigo publicado n’O Jornal Batista Baiano, intitulado “Alternância no poder”.

Primeiramente agradeço a atenção dada ao assunto, uma vez que alertei sobre o problema em Itabuna, alertei alguns dirigentes, por e-mail, antes da assembléia de Ipiau e, em face da repetição do fato, entendi que deveria colocar o tema em debate perante o povo batista.

Saliento, também, que tratei do assunto institucionalmente, sem fazer referência a qualquer pessoa em particular. Também defendi uma idéia, aplicando-a ao pastorado local, às assembléias legislativas e ao judiciário, portanto, sem pensar em colocar carapuça na cabeça de ninguém.

Em relação à minha presença em Ipiau

Compreendo o equívoco cometido por esta diretoria ao estabelecer o pressuposto de que eu estava em Ipiau e não me pronunciei. Na verdade, estive na sessão de quinta-feira, na qual fui indicado para o CONSELHO da CBBA e declinei por defender não somente alternância, mas também a descentralização de poderes. Já na sessão de sexta, em que houve eleição da diretoria, não compareci, pois já estava retornando para Salvador.

Compreendo o equívoco, até porque não nos conhecemos, mas lamento acusação implícita de leviandade, ao acusar-me falsamente de que teria silenciado na assembléia e depois levantado a questão no jornal.

Em relação à interpretação da cláusula estatutária

Penso que teremos um bonito debate na próxima assembléia, caso a diretoria mantenha a interpretação exposta na declaração, por três razões:

A interpretação parece ser favorável à perpetuação de pessoas no exercício do poder e não à alternância. Parece-me que o povo baiano como um todo está dizendo nas urnas que não quer mais isso e, se não conseguimos estar na vanguarda, neste assunto, certamente seguiremos à reboque das mudanças de mentalidade baiana, próprias da democracia;

A interpretação não apresenta uma exegese, pois exegese trata de análise dos termos do texto e neles fundamenta a tese. Já o fundamento da interpretação da diretoria não está nos termos do texto, mas na interpolação de uma idéia contida na expressão “no mesmo cargo” que é “apócrifa”;

A Convenção Batista Brasileira adota o mesmo princípio e, basta ler os livros dos mensageiros, desde que isso foi aprovado e nunca mais encontramos uma mesma pessoa circulando de cargo em cargo dentro da diretoria, perpetuando-se no poder. Portanto, basta consultar qualquer advogado não comprometido com a política denominacional que, com certeza, discordará da interpretação dada pela diretoria.

Em Relação à Maria Assis:

A bem da ética cristã, tomei o cuidado de, antes mesmo de elaborar o artigo, chamar Maria Assis em meu gabinete e expor minhas intenções, deixando claro não tratar-se de nada pessoal em relação a ela. Seria insensatez de minha parte não conversar com ela, uma vez que temos trabalhado juntos há quase 4 anos e nossas divergências têm sido tratadas tête-à-tête.

Se não nos tratássemos com um mínimo de respeito, jamais sendo o pastor da igreja e ela ministra de Proclamação, conseguiríamos, por exemplo, que em 2008 nossa igreja levantasse mais de cem mil reais para Juntas missionárias e trans-chapada, além de mantermos 3 congregações, ajudando no sustento de dois obreiros nelas e, inclusive, comprando um terreno para uma delas no valor de trinta e seis mil reais. Igreja que não confia em seus líderes não contribui financeiramente.

Coloco isso apenas como evidência de que entre nós não há tratamento desrespeitoso. O que tenho que dizer, digo a ela (ou a quem quer que seja), sem mandar recado.

Em relação ao STF

De fato, houve um erro, reconhecido antes da publicação do texto, mas, conquanto tenha solicitado a correção, ela não foi feita. De qualquer forma, considero o destaque irrelevante, primeiro porque, repito, não tenho a pretensão de ser perfeito e, segundo, porque é questão insignificante diante do problema que estamos tratando. É uma pena também a utilização deste detalhe como tentativa de desmoralização da minha pessoa.

Finalmente, declaro estar com o coração aberto para dialogar sobre o assunto, sempre no espírito de separar idéias de questões pessoais, pois creio não interessar ao desenvolvimento do Reino que nós, parte de sua liderança, estejamos investindo nossas energias remoendo amarguras pessoais.

Esta diretoria pode contar com minha boa vontade em relação aos desafios que têm diante de si.

Atenciosamente
Edvar Gimenes de Oliveira,
pastor

terça-feira, 18 de novembro de 2008

A questão da transparência!




Enquanto aqui
parte da imprensa
está tentando
tornar
transparente a
vida do
Presidente do STF...




...e o Lula e o Papa estão fazendo acordos desconhecidos pela sociedade brasileira...

"De acordo com o porta-voz da Presidência, Marcelo Baumbach, há alguns anos o Brasil e Vaticano negociam um documento para regularizar atuação da Igreja Católica no país."
http://www.sidneyrezende.com/noticia/22176

Lá, Barack quer recuperar a credibilidade dos governantes fazendo um governo mais aberto e transparente.

Será que conseguirá?

"As president, Barack Obama will restore the American people's trust in their government by making government more open and transparent."
http://change.gov/agenda/ethics_agenda/

sábado, 15 de novembro de 2008

A primeira pastora no Conselho da CBB

Há dois anos, comentando a reforma da estrutura da CBB, destaquei que um dos elementos positivos seria a impossibilidade de se estabelecer posturas uniformizadoras, como ocorreu na Convenção do Sul dos Estados Unidos desde a década de 80. Isso porque a composição do Conselho Geral não seria resultado de articulações costuradas nos bastidores e corredores das Assembléias da CBB, mas fruto da diversidade que se manifesta nas dezenas de assembléias regionais espalhadas pelo país.

Tal percepção ganha evidência agora, com a presença da pastora Elizabete Carvalho Teófilo no Conselho Geral. Eleita presidente da Convenção das Igrejas Batistas Unidas do Ceará, ela passa, por força estatutária, a ter assento no principal fórum deliberativo da Convenção Brasileira.

O curioso é que a presença dela não seria novidade por razões de gênero. Não disponho de números exatos, mas tenho a impressão de que 5% a 10% dos humanos que compõem o Conselho são mulheres. Diga-se de passagem, elas ocupam 50% das vagas da atual diretoria e houve reuniões em que, pelas circunstâncias, “reinaram” de forma absoluta e com muita competência, no comando de reuniões.

O que diferencia, portanto, a presença da pastora Elizabete, seria apenas o título. Nas vezes em que ela se pronunciou, não precisou de Carteira da Ordem de Pastores Batistas do Brasil. Compreensivamente, raramente foi citada como “pastora”, como se faz em relação aos pastores.

Certamente, entretanto, logo, logo nos habituaremos com o fato e, sem constrangimentos, ela será tratada com o título acrescido ao nome, com se faz com pastores. (Se bem que eu mesmo, como gosto do meu nome e não associo autoridade a título, sinto-me extremamente feliz quando sou tratado simplesmente por Edvar, inclusive pelos membros da igreja da qual estou pastor).

Preciso esclarecer que, ao usar a expressão: “seria apenas o título”, fi-lo por ter consciência de que não seria apenas o título. O que diferencia, na verdade, é a ideologia social que envolve o acréscimo de títulos ao nome e o efeito político de seu uso em determinados contextos. Conheço muitos cabras-machos com título de pastor cuja autoridade eu não reconheceria nem morto.

Pastorado, antes de tudo é uma atividade de natureza carismática. É, portanto, dom divino, seja ou não reconhecido por um sistema religioso. Seu exercício precede reconhecimento oficial, treinamento, profissionalização ou remuneração. Quem é privilegiado com este presente de Deus, age como tal, seja homem ou mulher, sendo reconhecido ou não por indivíduos ou instituições. Na liderança de uma igreja – como no universo protestante - ou no governo de um povo - como nos registros do Primeiro Testamento – pessoas com esse dom o exercem com satisfação.

Ocorre, entretanto, que ainda há quem pense como Abraham Lincoln, em 1863. Substituindo a palavra negra, por feminino, e branca, por masculino, assim ficaria seu discurso: “Não sou nem nunca fui favorável a algo que pudesse provocar, de qualquer forma, a igualdade social e política entre as raças (femininas) e (masculinas); não sou nem nunca fui favorável à transformação de (mulheres) em eleitores ou jurados, ou à sua aceitação para cargos públicos. A isso acrescentarei que existe uma diferença física entre a raça (feminina) e a (masculina) que, segundo creio, para sempre impedirá que as duas raças vivam em condições de igualdade social e política. E, na medida em que isso não pode ocorrer, enquanto permanecerem juntas, deve haver uma posição de superior e inferior, e, tanto quanto qualquer outro homem ..., prefiro que a posição superior seja atribuída à raça (masculina)” (Revista Carta Capital, de 12.11.08).

Se pela educação sexual, especialmente em relação a gênero, alguns se sentem desconfortáveis com o assento de pastoras no Conselho (como na OPBB), pela graça divina isso não impedirá que pastoras – hoje caminhando para uma centena na CBB – continuem fazendo o trabalho que Deus designou também para elas, mesmo que para isso precisem entrar “pela porta dos fundos”.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Senzala e Casa Grande

“Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter.” (Martin Luther King Jr.)
O fosso sócio-econômico que separa as populações de pele negra das de pele branca certamente continuará por muitos anos. Entretanto, não poderíamos deixar passar em branco a vitória de Barack Hussein Obama nas eleições presidenciais norte-americanas pelo que representa para o mundo.

A eleição do primeiro negro à presidência da maior potência econômica do planeta faz com que anjos, como Luther King, cantem nos céus, e confirma que vale a pena continuar sonhando e lutando pela concretização, entre os seres humanos, de ideais cristãos como, por exemplo, justiça, fraternidade, igualdade, solidariedade e amorosidade.

Ela simboliza a vitória da flexibilidade frente à intransigência; do diálogo frente ao confronto; da pluralidade frente à uniformidade, diferenciais predominantes que membros dos partidos Democrata e Republicano deixam transparecer.

Ela fortalece o princípio de liberdade defendido pelos batistas originais diante do discurso ditatorial imposto pelos estelionatários desta denominação.

Não bastasse isso, Obama tem ancestrais mulçumanos. Isso nos enche de esperança sobre a possibilidade de um olhar diferente sobre os conflitos religiosos fortalecidos no governo Bush, com apoio do “cinturão bíblico” da geografia política estadosunidenses.



De tudo, porém, o que mais emociona é o fato de um negro ocupar a Casa Branca. Isso nos permite inverter o título da famosa obra de Gilberto Freire, chamando-a de Senzala e Casa Grande. Não que uma inversão de papéis seja o desejável. Queremos respeito mútuo. Porém, se foi um fato extraordinário escravos negros poderem assumir o comando de suas vidas e, depois, poderem ocupar assento ao lado de brancos opressores, mais extraordinário ainda é o simbolismo de um originário deles assumir o comando do país, podendo exercer influência significativa na vida da população mundial.


Lewis Hamilton, primeiro negro campeão da Fórmula 1, não causou impacto político

Lógico que Obama não é o Salvador do mundo. Claro que foi eleito para defender os interesses do seu país. Óbvio que terá erros e acertos como todos os governantes. Porém, um sonho milenar, ganhou nova visibilidade e o mundo amanheceu aliviado.

A saída de Bush é um alívio para o planeta